ÁGUAS VIVAS
Para a proclamação do Evangelho e a edificação do Corpo de Cristo
O Espírito Santo e o reino de Deus
Valorizando a presença do Espírito Santo e sua obra na igreja.
Álvaro Astete
“Mas se eu pelo Espírito de Deus expulso os demônios, certamente chegou o reino de Deus… Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que eu vos tenho dito… E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, com o qual fostes selados para o dia da redenção” (Mat. 18:28; João 14:26; Ef. 4:30).
Habitando em nós
Em João 14:26, Jesus fala do Espírito Santo como o Consolador (gr., parakletos). No entanto, tal tradução não é suficientemente clara, porque parakletos indica a alguém que está ao nosso lado para nos ajudar em tudo o que necessitarmos. O Espírito Santo, como nosso parakletos, não só está ao nosso lado, mas dentro de nós.
Se o Espírito Santo não tivesse vindo para habitar em nossos corações, as coisas práticas não poderiam ser levadas a cabo. Em nossa humanidade egocêntrica, carnal, não poderíamos ajudar uns aos outros. No entanto, como crentes, deveria ser natural que fizéssemos isto, porque o Espírito Santo habitando em nosso coração é quem nos conduz a fazer a obra de Deus.
Também temos um parakletos nos céus. João nos diz em sua primeira carta. «…e se alguém tiver pecado, temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo o justo». A palavra traduzida aqui como advogado no original também é parakletos. Jesus é o nosso parakletos no céu. Hoje mesmo vive para interceder pela igreja, e muitas vezes os nossos nomes estiveram em seus lábios, para que a nossa fé não falhe na hora da provação. Então, é possível viver esta vida cristã adequadamente, pois temos os recursos que ele mesmo nos deu para fazer a sua vontade.
O reino chegou
Em Mateus 12:28, o Senhor faz uma conexão preciosa e profunda entre o Espírito Santo e o reino. «Mas se eu pelo Espírito de Deus expulso os demônios, certamente chegou o reino de Deus». Neste contexto podemos dizer algumas coisas.
Podemos ver o reino de Deus em duas perspectivas. Uma, apontando para o reino que nós esperamos quando Jesus voltar a esta terra. Todo mundo naquele dia verá o seu governo de justiça e de paz.
No entanto, Jesus diz que o reino dos céus «é chegado». Aqui, ele não está se referindo a aquele reino vindouro. Ele deixa muito claro, quando diz: «Se eu pelo Espírito de Deus expulso os demônios...». Como podemos interpretar isto? Significa apenas uma coisa: que o reino de Deus chegou. O reino de Deus também está hoje na terra.
Então, por um lado, esperamos o Reino como um evento profético a manifestar-se. E cremos que não falta muito tempo para ver o seu cumprimento. Ainda não alcançamos esse tempo, e o esperamos. Mas hoje certamente vivemos o reino de Deus, ou ao menos essa deveria ser a nossa realidade.
O âmbito celestial
A palavra reino significa governo; mas reino também se refere a um âmbito. Jesus diz que o reino dos céus é chegado, porque aquele que é celestial já desceu à terra. Há um âmbito exclusivo de Deus, que pertence a ele – o seu reino. E estamos conscientes de que temos sido chamados a habitar neste reino.
O âmbito celestial não se reduz às reuniões da igreja. Aqui há um ambiente espiritual, mas quando uma reunião termina, este âmbito celestial não vai embora, mas seguimos nos movendo nele. Quando você vai ao trabalho, ao colégio, à universidade, quando está com a sua família, em todo o tempo e lugar, nunca abandona este ambiente celestial. Lembremos sempre desta verdade.
Um crente nunca sai desse reino, não tem permissão para sair dele. Glórias ao Senhor! Portanto é importante que esta ideia fique gravada em nosso coração. O reino dos céus é chegado, está entre nós; hoje vivemos em um âmbito celestial que não é da terra, mas do céu, entretanto está presente aqui, para dar testemunho ao mundo de como se vive a vida de Cristo.
A obra exclusiva do Espírito
O reino de Deus está entre nós, mas o Senhor disse algo mais: «Se eu pelo Espírito de Deus…». Ele era o Filho de Deus, e certamente podia dizer: «Eu expulso os demônios». Quem poderia refutar esta afirmação? Mas ele o disse com humildade, em sua qualidade de homem. «Se eu pelo Espírito de Deus», não nas minhas próprias forças, não nas minhas capacidades humanas, mas pelo Espírito de Deus.
Se ele se sujeitava em tudo ao Espírito Santo, quanto mais nós devemos ser dependentes, considerando o Espírito Santo na realização das nossas tarefas cotidianas! A nossa conduta tem que ser semelhante à daquele de quem dizemos ser discípulos.
«Se eu pelo Espírito de Deus expulso os demônios…». A manifestação do reino não é possível a não ser através do Espírito Santo. Não podemos conhecer o que é o reino de Deus, nem podemos cumprir os seus mandamentos, sem o Espírito Santo atuando em e através de nós.
O homem natural ignora o reino de Deus, por isso vive buscando novas fórmulas para poder enfrentar as crises. Mas nós o conhecemos; portanto, a presença do Espírito Santo tem relevância em relação ao evangelho do Reino. É o Espírito quem dá substância ao evangelho, quem nos ajudará em toda necessidade. Ele é quem nos traz a realidade do evangelho.
O irmão John Owen, falando sobre este assunto, diz: «Se o Espírito Santo não operar com o evangelho, então o evangelho seria apenas letra morta, e o Novo Testamento seria tão inútil para os cristãos, assim como o Antigo Testamento é para os judeus».
Se o Espírito de Deus não agir com o evangelho, então tudo o que sabemos, se não o levarmos a prática, é letra morta. Quão relevante é que o Espírito Santo esteja habitando em nós! Sem ele não podemos fazer nada. Se utilizarmos as nossas capacidades para ir ajudar o próximo, mas prescindindo do Espírito, aquilo não terá valor diante de Deus.
Não o homem, mas o Espírito
«E eu irmãos, quando fui a vós para vos anunciar o testemunho de Deus, não fui com excelência de palavras ou de sabedoria. Pois me propus nada saber entre vós coisa alguma senão a Jesus Cristo, e a este crucificado. E estive entre vós com fraqueza, e muito temor e tremor; e nem minha palavra nem a minha pregação foi com palavras persuasivas de sabedoria humana, mas com demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não esteja apoiada na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus» (1 Cor. 2:1-5).
Este é o evangelho que nos compete anunciar, mas antes temos que vivê-lo. Paulo diz que ele não usou a sabedoria humana nem recorreu a seus dons naturais, mas ele o fez com demonstração do Espírito e de poder. É o Espírito quem fala e convence; não é a nossa própria sabedoria.
Sem dúvida, nós podemos aprender algumas coisas, e sermos instruídos na exposição da palavra; mas não podemos confiar nesses recursos para pregá-la. Se houver um dom que Deus nos deu, e este não passou pela cruz, nem o melhor orador poderá convencer a ninguém da justiça, do pecado e do juízo!
Esta é uma obra exclusiva do Espírito Santo, que ele quer realizar hoje com maior urgência, porque o tempo do fim está próximo. Podemos ver as crises que estão acontecendo não só em nosso país, mas em todo mundo. Parece que está se configurando um ambiente propício para que de repente apareça alguém dizendo: «Eu lhes prometo paz e segurança». Por isso é vital que o evangelho seja pregado hoje com maior diligência.
Colaborando com Deus
Agora, o grandioso disto é que o Espírito Santo não está fora, mas dentro de nós. E como convencerá o mundo? Ele quer usar a nós para fazer tal obra que, por um lado, é uma honra, mas também implica uma tremenda responsabilidade.
O Espírito Santo realizará a sua obra por meio de homens e mulheres que estejam dispostos a serem forjados, moldados, transformados por ele. É preciso que a vontade desses homens e mulheres seja esta: «Estou disposto Senhor, eu também quero». Isso talvez acarrete em dor.
Será que o Espírito Santo encontrará entre nós homens e mulheres dispostos? Às vezes é fácil fazer um chamado aos quais querem servir ao Senhor, e muitos vêm por entusiasmo. Mas devemos saber que para pregar este evangelho é necessário que homens e mulheres estejam dispostos a serem transformados pelo Espírito de Deus. E não falamos da pregação do púlpito, mas do que Paulo dizia aos irmãos, que somos cartas escritas por Deus para ser «conhecida e lida por todos os homens» (2 Cor.3:2).
Deus só poderá escrever em nós na medida em que nós permitimos. Só poderemos manifestar essas boas novas de salvação aos homens se nós mesmos vivermos este evangelho.
George Whitefield, o famoso pregador, teve um profundo encargo em seu coração com respeito a evangelizar. Ele foi um pregador itinerante. Quando ele morreu, alguém declarou: «Tudo o que George Whitefield pregou, ele viveu». Com debilidades e fraquezas, é obvio, mas ele viveu a essência deste evangelho. «Se não for pelo Espírito de Deus, não faço nada», dizia este servo do Senhor. É possível viver sendo guiados em tudo por Ele.
Mostrando a glória de Deus
A primeira obra do Espírito Santo é anunciar o evangelho ao mundo. Para este fim, ele necessita de colaboradores. E aqui vem a sua segunda obra com respeito a nós, para cumprir o seu propósito.
«Portanto, todos nós, olhando o rosto descoberto como em um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor» (2 Cor. 3:18). Paulo está falando com respeito aos judeus e sua impossibilidade de compreender as coisas de Deus. É como se eles tivessem um véu, assim como Moisés tinha um véu sobre o seu rosto, para que a glória de Deus que refletia fosse ocultada, porque era uma glória passageira.
Moisés nem sempre teve em seu rosto esta glória resplandecente, ela durou um breve período de tempo. E nesse contexto, Paulo diz: «portanto, todos nós…». Já não é só Moisés, mas todos nós, sem exceção, somos chamados para refletir a glória de Deus. Isso é o que o Espírito Santo está fazendo cada dia conosco.
Há um alto chamado, para que quando as pessoas olharem para nós, veja a glória de Deus. Será que o mundo está realmente vendo isto na igreja? Ao olharmos para a igreja, o mundo teria que ver só uma coisa: a grandeza de Deus. Agora, o que os homens realmente veem hoje em nós?
O evangelho do reino transforma vidas; portanto, se as nossas vidas não mudaram, o que o mundo irá ver? Verão que apenas somos diferentes porque temos uma Bíblia e vamos a uma reunião?
Humanamente, nós não somos melhores que qualquer um. Há quem possa nos dar lições de como amar ao próximo não só de palavra, mas de fato. Mas a grande diferença é que em nós mora uma bendita Pessoa: o Espírito Santo. E isso deve fazer toda a diferença.
Esta Pessoa tem vontades, tem emoções, entendimento e sabedoria. Ele tem poder, ele ensina, ele chama para uma obra especial, ele designa autoridades na igreja. Não são os homens, mas o Espírito Santo que faz tudo. Por isso precisamos ouvir claramente a sua voz. Se não tivermos um ouvido afinado, isso pode ser catastrófico para a igreja. É o Espírito de Deus quem ordena, é o próprio Deus em nós.
O selo do Espírito
«E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, com o qual fostes selados para o dia da redenção» (Ef. 4:30). Este versículo é lindo, mas também terrível. O selo do Espírito sobre nós implica em duas coisas. A primeira delas indica pertencimento eterno. Quando cremos e recebemos a Jesus em nosso coração, Deus põe em nós um selo que diz: «Este é meu para sempre». Aconteça o que acontecer no mundo, nós pertencemos a ele por toda a eternidade. Bendito seja o Senhor!
A segunda implicância deste selo é a transformação do caráter. Em Apocalipse 22 também vemos um selo. Diz: «…e seus servos o servirão e verão o seu rosto, e seu nome estará em suas testas» (v. 4). Nós veremos o rosto do Cordeiro, e o nome de Jesus estará em nossas testas, como um selo. Qual é o objetivo ou a intenção de Deus ao colocar esse nome em nossa testa?
Na época bíblica, os nomes que os pais davam a seus filhos indicavam uma realidade que eles queriam que seus filhos vivessem, uma expressão de Deus que aquele filho ou filha teria que mostrar.
«…e seu nome estará em suas testas». O Pai quer que o caráter de seu Filho seja formado em nós. O nome de Jesus gravado em nossas mentes significa ser semelhantes a seu Filho. A vida de Jesus deve ser a nossa vida.
Então, quão bendita é esta Pessoa que habita em nós! Quanta bênção, quantas riquezas insondáveis, quanta provisão, quanta realidade que Cristo nos traz!
Não entristeçais o Espírito
Por isso Paulo nos adverte: «E não entristeçais o Espírito Santo de Deus» (Ef. 4:30). Quanta dor as nossas ações ou nossas palavras têm provocado ao Espírito que nos traz a realidade do evangelho! Sem dúvida que provocamos a ele uma grande dor, não só com pecados grosseiros evidentes, mas com aqueles segredos que consideramos insignificantes, ou com aquelas coisas vergonhosas que não nos atrevemos confessar.
Se o Espírito Santo não operou mais profundo em nosso coração, não é porque ele não tenha poder para fazê-lo, mas porque nós o impedimos e em muitas ocasiões o entristecemos. Até que ele não traga aquilo à luz em nossa vida, o Reino será apenas meras palavras. Demos liberdade ao Espírito para que ele nos examine por causa da pregação do evangelho, porque ele não usará a outros.
A provisão do Espírito
O que também provoca dor no Espírito Santo é que o ignoremos, vivendo a nossa vida como se ele não existisse. O terrível é que, se nossa relação com o Espírito Santo for distante, se não seguirmos a sua vontade, pode acontecer conosco o mesmo que às cinco virgens insensatas daquela parábola.
O que aconteceu com elas? O contexto era uma festa de casamento. Dez donzelas esperavam o noivo, mas cinco virgens insensatas foram insensíveis à voz do Espírito. O azeite das suas vasilhas estava minguando. Quando viram isto, pediram a suas irmãs, mas elas disseram: «Para que não falte a nós e a vocês, ide antes aos que vendem, e comprem para vocês mesmas» (Mat. 25:9). E antes que elas voltassem com suas vasilhas cheias, chegou o noivo, fechou-se a porta e ficaram para fora.
O azeite nos fala do Espírito Santo. Esta parábola tem também um sentido profético para os dias finais. Haverá muitos que, talvez no momento que o Noivo aparecer, comprovarão que não têm azeite em suas vasilhas, por ter descuidado da sua relação com o Espírito Santo.
Somos chamados a este reino que virá; mas quem poderá participar do chamado às bodas do Cordeiro? Só aqueles que se prepararam, que estão ocupados em manter as suas vasilhas sempre cheias de azeite, cuja relação com o Espírito Santo é fluída, diária, e não simplesmente de reuniões.
As vasilhas de uma viúva
Em 2 Reis capítulo 4 temos o relato a respeito de uma viúva que carecia de toda provisão para alimentar-se em sua casa e tinha apenas um pouco de azeite.
O profeta lhe diz que traga esse azeite e muitas vasilhas. Ela foi obediente, e aí está a chave de tudo. O homem de Deus lhe ordenou a colocar o azeite nas vasilhas, e à medida que iam enchendo uma a uma, o azeite continuava saindo. Quando não havia mais vasilhas, o azeite cessou. Certamente, se tivesse mais vasilhas, elas também seriam enchidas.
Hoje, o Espírito Santo necessita das nossas vasilhas para enchê-las da sua unção. Mas será que nós somos vasilhas que ele possa ocupar? Estamos em condições de que esse azeite seja derramado sobre nós? Ou estaremos tão cheios de nós mesmos, de nosso próprio entendimento, nossos próprios julgamentos, enfim, de tantas coisas, que ele não pode nos encher?
Que catástrofe seria se, ao chegar aquele dia, e percebermos que não temos azeite, que a maior parte da nossa vida cristã passamos ignorando a nossa relação com o Espírito, ignorando a sua voz, o seu conselho, vivendo como se ele não habitasse dentro de nós, mesmo indo às reunião e estávamos com os irmãos.
«Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome, e em teu nome expulsamos demônios, e em teu nome fizemos muitos milagres? E então vos declararei: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, praticantes de maldade» (Mat. 7:22-23). Esses nunca tiveram intimidade com ele, não o deixaram operar em suas vidas, e pregavam só por rotina. Que tragédia!
As bodas do Cordeiro
Outra parábola fala do reino em Mateus 22. O rei vai ver os convidados que ele chamou a uma festa de casamento, porque os primeiros convidados se desculparam por estarem ocupados em suas próprias tarefas. Nesta festa havia bons e maus. «E entrou o rei para ver os convidados, e viu ali a um homem que não estava vestido com traje nupcial. E lhe disse: Amigo, como entraste aqui, sem estar vestido de traje nupcial?» (Mat. 22:11-12).
Para participar das bodas do Cordeiro é necessário preparar-se. O rei diz aos seus servos: «Atai-o de pés e mãos, e o lancem nas trevas exterior» (v. 13). E conclui: «Porque muitos são chamados, e poucos escolhidos» (v. 14).
Seria fatal chegar ao final da nossa carreira, nos apresentar diante do seu tribunal e constatar que a nossa vasilha está vazia, porque estivemos ocupados em nossos afazeres sem considerar esta Pessoa.
Alguém disse: «Diante do tribunal de Cristo não seremos julgados pela compreensão que temos alcançado dos mistérios divinos, mas pelas ações que realizamos estando no corpo: se cumprirmos a sua vontade, de levarmos a cabo as suas demandas». Não será por nosso conhecimento das Escrituras, nem por nossos atos naturais, mas pelas ações que o Espírito Santo gerou em nós.
Passando pelo coração
Diante das demandas do Senhor, não podemos fracassar se tivermos o parakletos em nós. «Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que eu vos tenho dito» (João 14:26).
Coloquemos a nossa atenção à expressão «lembrar». O Espírito Santo é um excelente pedagogo, ele nos ensina tudo o que concerne à doutrina e à vida cristã. E não só nos ensina isso, mas também nos faz lembrar de tudo.
A palavra lembrar, no grego, está relacionada com falar ao ouvido, como um sussurro. E a palavra latina é recordare, que significa tornar a passar pelo coração. Então, o Espírito Santo nos ensinará e fará passar pelo nosso coração tudo o que ele tem dito.
As nossas emoções devem estar envolvidas de tal maneira, que quando falarmos da cruz de Cristo, ao falarmos das feridas de Jesus, o nosso coração se comova. Se vivermos desta maneira, em realidade, então ele terminará a sua obra.
Tens perguntado ao Espírito Santo como ele tem se sentido vivendo em ti? Ele tem se sentido agradado ou está ofendido? Perguntemos a ele, e esperemos a sua resposta. Talvez ele possa nos dizer: «Tenho me sentido grato. Não tens me colocado obstáculos; tens sido um vaso disposto. Pude fazer com liberdade a obra que o Pai me mandou a fazer em ti».
O Espírito Santo poderá dizer isto de nós? Ou então irá dizer que tem se sentido triste porque não conseguiu realizar a sua obra? Se assim for, lhe peçamos perdão; porque do contrário, não teremos parte nas bodas do Cordeiro.
O Espírito e a Esposa
O livro de Apocalipse começa com «a revelação de Jesus Cristo»; mas em seguida é o Espírito Santo quem exorta às igrejas. E o livro termina dizendo: «E o Espírito e a Esposa dizem: Vem» (v. 22:17). Ele termina unindo a sua voz a voz da Esposa. Não é simplesmente uma união de vozes, mas uma união de vontades, de propósitos e de desejos do coração.
Que o Espírito Santo alcance esse propósito em nossas vidas. Acima de tudo, não continuemos entristecendo e provocando dor naquele que nos traz a realidade de Cristo e da igreja. Se até aqui fomos negligentes e nos movemos prescindindo dele, precisamos nos arrepender e dizer ao Espírito Santo que somos vasilhas dispostas em suas mãos.
Que ele opere de tal maneira que o evangelho do reino de Deus seja expressado através de nós com palavras e também com ações.
Síntese de uma mensagem oral ministrada em Rucacura (Chile), em janeiro de 2020.