ÁGUAS VIVAS
Para a proclamação do Evangelho e a edificação do Corpo de Cristo
O amor de Deus na família
As deficiências do amor humano ao enfrentar as vicissitudes da vida familiar.
Marcelo Díaz
“Depois sentiu Amnon grande aversão por ela, pois maior era a aversão que se sentiu por ela do que o amor que lhe tivera. E disse-lhe Amnon: Levanta-te, e vai-te” (2 Sam. 13:15).
O ser humano é muito complexo; as relações humanas são complexas. A própria relação matrimonial não é fácil; é algo que temos que cuidar. O vínculo com os filhos tem também as suas complexidades da infância. E quando os filhos se casam, os pais dizem: «Eu pensei que agora ia descansar, mas a tarefa continua». E em seguida vem a relação com os netos, que aparentemente é mais desfrutada; mas ali também há uma responsabilidade.
O tema é complexo porque somos seres rodeados de fraquezas. Nossa humanidade se reflete sempre nas relações humanas. Por isso, hoje mais do que nunca, os crentes precisam do socorro do Senhor para terem relações equilibradas diante dele.
Uma cena realista
O relato que pudemos ler em 2 Samuel 13:1-19 chama muito a atenção pela fragilidade humana que ali é exposta. É a história de dois jovens, Amnon e Tamar, ambos filhos de Davi. O relato é um texto tosco, duro, cruel e doloroso, porque encarna uma situação de como é o amor humano.
É uma cena que narra o amor obsessivo de Amnon por sua meia irmã Tamar, e a forma enganosa em que ele a violenta e em seguida a abandona após obter o seu propósito. Esta passagem reflete fielmente a maneira como podemos chegar a amar os seres humanos, pretendendo crer que a pessoa ou o objeto amado são um meio para poder satisfazer a nossa própria alma.
Perigos do amor humano
Os psiquiatras dizem que o ser humano, por constituição, nasce com uma ferida narcisista, com algo que sangra e que ele tenta curar. Quando o homem vai crescendo, tenta amar, procurando satisfazer e curar aquela ferida, seja por meio de pessoas, de coisas ou de projetos. E isso é o que a Escritura chama de criar ídolos.
As relações que temos com os nossos cônjuges, com nossos filhos ou nossos netos se traduzem em um amor natural realmente surpreendente. Assim ocorre, por exemplo, quando um filho nasce: algo surge do ser humano para amar a esse bebê. Ou quando você conheceu a quem se tornou a sua esposa, e que sem dúvida é algo colocado por Deus.
Entretanto, quando aquele amor humano se interpõe à vontade de Deus, pode se tornar uma grande desgraça, e pode até constituir-se em um grande inimigo da vontade de Deus.
O próprio Senhor Jesus disse: «Aquele que ama a seu pai ou mãe mais que a mim, não é digno de mim; aquele que ama ao filho ou filha mais que a mim, não é digno de mim» (Mat. 10:37). Em muitas oportunidades, ele irrompe em nossos afetos de família, exigindo o primeiro lugar. Parece contraditório, porque aos homens ele nos diz: «Amai a vossas mulheres, assim como Cristo amou à igreja» (Ef. 5:25).
O lugar do Senhor
Por tal motivo, nós crentes, como filhos de Deus, devemos saber sujeitar os nossos sentimentos, pondo-os sempre debaixo da vontade divina. Quando ignoramos o lugar que corresponde apenas ao Senhor, o amor de mãe, por exemplo, por muito legítimo que seja, tornar-se-á uma desgraça.
Isto é real. Quantas vezes os pais se interpõem à vontade de Deus para os filhos de uma maneira surpreendente. Os filhos se sentem comprometidos afetivamente, e às vezes, em vez de fazer a vontade de Deus, sentem-se forçados a fazer a vontade de seus pais terrenos.
Nós, os crentes, devemos cuidar disso em nossas relações humanas. É claro que o amor é imenso em duas pessoas que se casam diante do Senhor e se comprometem a dedicar-se exclusivamente um ao outro. Entretanto, isso tem um lugar que deve ser colocado debaixo da vontade de Deus, e não podemos usurpar o trono que corresponde a ele.
Parece pouco romântico dizer à noiva ou à esposa: «Eu te amo, mas amo mais ao Senhor», mas é algo que temos que crer e confessar. É natural amar aos filhos. Mas nós pais crentes precisamos entregar os nossos filhos ao Senhor dia após dia, de coração, porque não são nossos, e porque amamos ao Senhor sobre todas as coisas.
Quem não faz este exercício, padecerá aflição. Irá querer projetar-se neles, quererá ter um laço de comunhão permanente, mas os filhos se vão, e isso é o correto. E irão querer manipular as relações, e isto trará más consequências à vida familiar.
Um sentimento fugaz
As relações humanas são extremamente complexas. O grande amor de minha esposa não satisfará o meu coração. E eu sei que o amor que tenho a ela não vai satisfazer o seu coração. Isso é verdade. Eu não pretenderei crer que a minha esposa irá satisfazer absolutamente tudo em minha vida. E embora possa dizer isso como algo romântico, como uma expressão de amor, não é desta forma.
Os psicólogos estudaram o amor, na etapa que antecede o casamento. O noivado é um tempo de muito desfrute. Deus o fez assim; ele nos deu este presente. Mas isso, segundo os psicólogos, dura apenas uns dois anos. Depois, o amor passa para outra etapa. Se não for trabalhado, se enfraquece; caso seja cultivado, amadurece, passando para uma qualidade diferente de amor, e assim vai se desenvolvendo.
Sabemos que é assim. Pelo menos, não podemos pretender que isso vai nos satisfazer em plenitude. Só Cristo satisfaz ao ser humano absolutamente. Assim que, fazer uma pintura aos noivos de uma cena ideal, é um engano. Temos que lhes dizer a verdade, porque assim chegarão com expectativas mais reais.
Tomemos alguns exemplos das Escrituras para seguir esta linha das relações humanas. Em Gênesis 4, ao falar da primeira família, há uma complexidade na relação de pais e filhos. Nós amamos os nossos filhos. A Escritura nos diz que os filhos são o tesouro do Senhor. É uma coisa maravilhosa pensar que o que Deus nos deu é sua herança.
Caim e Abel
Aqui está a primeira experiência de relações humanas de pais e filhos. Como estes primeiros pais fizeram? Pelo relato bíblico, parece que Caim foi um menino mimado, amado com amor humano. Ele foi criado de uma maneira permissiva, com as consequências que já conhecemos.
À serpente, o Senhor lhe diz: «E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a semente dela; esta te ferirá na cabeça, e tu lhe ferirás no calcanhar» (Gên. 3:15). Então, Adão e Eva se uniram pensando que deles ia sair alguém muito especial: O Salvador, o Filho de Deus prometido. Assim que as expectativas deste menino eram tremendas.
Os primeiros filhos recebem o amor de todo o mundo, e frequentemente são muito consentidos. Os pais se esforçam para lhes dar tudo, com um amor humano desequilibrado, que passa por cima da vontade divina, e não percebemos que estamos fazendo um mal terrível a esse menino.
Algo similar ocorreu com estes dois filhos. «Conheceu Adão a sua mulher Eva, a qual concebeu e deu a luz a Caim, e disse: Por vontade do Senhor adquiri um varão» (Gên. 4:1). Aqui há uma expressão de satisfação. Parece ser algo muito espiritual, mas há algo humano muito potente ali.
O risco do favoritismo
E aqui há um dado interessante. «Depois deu a luz a seu irmão Abel». Mas Eva não diz nada. Aqui há uma pista: algo ocorre nesta família. Parece que a balança está inclinada para um lado, e isto é um engano grave: um dos filhos passa a ser favorito de seu pai. Não há coisa que cause mais dor nos filhos que o desequilíbrio dos pais com respeito aos irmãos.
Quando os pais se inclinam mais por um que por outro, provocam rivalidade entre os irmãos. Isto traz consequências dolorosas, pois passa por cima da vontade de Deus.
O amor humano diz: «Eu te quero». O que está dizendo? Ele quer algo. «Eu preciso de ti». Está pensando no bem próprio, não no bem do outro. «Necessito de ti». Ou seja, ama porque necessita, porque todos nós precisamos ser amados e encher o nosso coração com afeto de outros.
Por trás das patologias humanas, existe muito desamor. Então dizemos: «Tem que entender tal pessoa, porque tem uma história de vida terrível». E claro, no comportamento humano há situações dolorosas, de solidão, de abandono, e grande parte de nossa personalidade se deve, em princípio, às primeiras relações da infância.
Um problema de desequilíbrio
Aqui temos uma família desequilibrada por um de seus filhos. «Ao cabo de dias trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor.Abel também trouxe dos primogénitos das suas ovelhas, e da sua gordura. Ora, atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta,mas para Caim e para a sua oferta não atentou. Pelo que irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante» (vs. 3-5).
Aqui vemos as consequências da sua criação. Caim foi um menino ao qual nunca lhe negaram nada; portanto, não tolerava a frustração. Então, quando lhe negava algo, fazia um manha de criança, e os pais corriam para atendê-lo. Então, ele não conseguiu resistir esse sentimento.
Sendo já grandes, ambos os irmãos se enfrentam ao levar as suas ofertas diante de Deus. Pelo livro de Hebreus sabemos que o Senhor recebeu a oferta de Abel, não porque Deus seja injusto, mas porque, como um bom Pai, queria ensinar a vida espiritual a Caim e a Abel, seus filhos.
Abel colocou fé em sua oferta. «Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício que Caim» (Heb. 11:4). Talvez Abel tenha visto o Senhor, educou a sua vida na solidão, no fato de ter sempre o segundo posto; teve tempo de refletir, de tomar a cruz, e foi recebendo do Senhor, crendo.
Em vez de encher a sua vida de amargura e de ira, Abel agia corretamente, e possivelmente, quando chegou diante de Deus, apresentou-se com absoluta fraqueza, porque ele sabia o que era. E apresentou a sua oferta vendo Cristo pela fé. Então Deus viu esse coração, e disse: «Caim, desta maneira você deve trazer a sua oferta». Mas Caim não tolerou aquilo, porque não tinha sido preparado para isso.
O que ocorre com um filho mimado? Quando crescer, não poderá governar-se a si mesmo. Porque quando era menino não suportava que lhe dissessem: «Filho, não pegue isso». O deixaram fazer, e fez. Não tem barreiras, não tem limites. E como não tem, tudo o que quer é dele.
Então Caim se encheu de ira. Que terrível passagem! «Então o Senhor perguntou a Caim: Por que te iraste? e por que está descaído o teu semblante?Porventura se procederes bem, não se há de levantar o teu semblante? e se não procederes bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves dominar» (vs. 6-7).
Olhem quão amoroso é Deus lhe ensinando. «Filho, quando vier esta situação ao seu coração, tome cuidado, porque o pecado está próximo. Mas mesmo assim, você tem a capacidade de dizer não. Tem a capacidade natural, dada por mim, para decidir isto e deixá-lo de fora. O pecado não se assenhoreará de ti se você não quiser». Deus dá a responsabilidade a Caim.
E isto é horrível. Caim se encheu de ira, de inveja e dos sentimentos mais perversos. «Falou Caim com o seu irmão Abel. E, estando eles no campo, Caim se levantou contra o seu irmão Abel, e o matou.Perguntou, pois, o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Respondeu ele: Não sei; sou eu o guarda do meu irmão?» (vs. 8-9).
Os filhos consentidos não têm temor. Se pudéssemos averiguar, nessas manifestações de protesto social, onde os jovens gritam e destroem bens públicos, e víssemos a sua situação familiar, averiguaríamos que são meninos sem pais, sem nenhuma barreira, insolentes com as autoridades, soberbos, orgulhosos.
Tudo isso ocorre porque os pais não fizeram um bom exercício com a educação daquele filho. Amaram-no tanto, que o deixaram sem freio. E qual é o produto final? Um filho não conformado à vontade de Deus. O plano divino foi transtornado porque os pais não foram colaboradores de Deus.
Pacto de Deus com Abraão
«E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço,visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e por meio dele serão benditas todas as nações da terra?Porque eu o tenho escolhido, a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para praticarem retidão e justiça; a fim de que o Senhor faça vir sobre Abraão o que a respeito dele tem falado.» (Gên. 18:17-19).
Por que Deus sabia? Porque ele fez um pacto com Abraão. Um pacto é diferente de um contrato. O contrato tem limitações. Por exemplo, um contrato matrimonial pode ser legalmente dissolvido. Mas um pacto é diferente, porque nele, as duas partes põem tudo o que são e tudo o que têm. Ambos se comprometem absolutamente em tudo.
Deus fez um pacto com Abraão, como dizendo: «Eu ponho tudo, e você põe tudo». E nele ia abençoar todas as famílias da terra. Então, lhe dá o filho prometido. Aos cem anos, Abraão era um avô. Aquele era amor e criação de avô. Abraão amava a este menino que era herdeiro das promessas. E Abraão era um homem rico. Tudo, tudo o que era seu, era para o filho.
A fé provada
Sem dúvida, por trás de tudo isto está a figura do Senhor Jesus. Mas, humanamente, este menino era tudo para Abraão. E justamente por isso, Deus tinha que trabalhar no coração de Abraão. E da mesma forma que fez com Maria, tinha que por uma espada sobre Abraão. «Uma espada transpassará a sua alma». Deus interrompeu o curso deste amor, para equilibrar o coração em relação ao seu herdeiro, para intervir no amor humano, para que fosse um amor divino, um amor sujeito à vontade divina».
«Sucedeu, depois destas coisas, que Deus provou a Abraão, dizendo-lhe: Abraão! E este respondeu: Eis-me aqui.Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho; o teu único filho, Isaque, a quem amas; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar» (Gên. 22:1-2).Deus precisava validar o pacto, pedindo tudo a Abraão agora. Era mais que a vida e as riquezas de Abraão. Tudo. «Dá-me teu filho. Que terrível!
«Teu filho… Teu único… a quem amas». Era necessário fazer isto. Por quê? Porque Deus apostava tudo em Abraão e neste filho. E se o amor humano de Abraão superasse o seu amor pela vontade de Deus, o projeto de Deus iria por terra.Então Deus provou a Abraão; mas ele sabia que seu servo era fiel. Esta é uma
passagem muito emotiva, especialmente no diálogo do pai com seu filho. Pelo que parece, Abraão fez um bom trabalho com este filho, porque o menino ia sendo obediente. Acredita-se que Isaque tinha ali entre 12 ou 16 anos.
«Então disse Isaque a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?Respondeu Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho» (vs. 7-8). É terrível imaginar o coração daquele pai!
Agora, de novo vem a fé. Abraão foi e o entregou, «pensando que Deus é poderoso para levantar até de entre os mortos» (Heb. 11:19). Essa é a fé. Esse é o amor que Deus demanda de nós como pais: entregar a ele os nossos filhos, porque ainda que vá mal, ele os levantará até das ruínas, porque ele é poderoso, e porque a sua vontade sempre é boa, embora aparentemente nesse momento nossos olhos não vejam. Se Deus prometeu, ele o fará.
Deus teve que provar o coração de Abraão. Mas não para aí o relato; mais tarde toca em Isaque. Isaque tem dois filhos gêmeos: Jacó e Esaú. E aqui vemos de novo o amor humano. Isaque tinha o seu favorito. «Isaque amava a Esaú, porque comia da sua caça; mas Rebeca amava a Jacó» (Gên. 25:28). Isto também nós fazemos, porque assim é o coração humano.
Rivalidade entre irmãos
Jacó era reflexivo, de aparência tranquila, mas tinha tudo planejado. E a primeira coisa que fez foi arrancar a primogenitura do seu irmão. Havia rivalidade entre os filhos, porque isto é o que se provoca quando os pais se inclinam por um ou por outro. Os pais devem considerar isto, e se resguardarem, para evitar traumas emocionais e coisas que em seguida dá muito trabalho para sará-las.
Isaque repetiu o mesmo engano de amor. Rebeca passou mal com isso, e ela não viu nunca mais o seu filho, porque Jacó teve que sair de casa, fugindo da ira assassina de Esaú.
A aflição de Lia
Jacó teve que aprender muito. Deus teve que tratá-lo por sua desconfiança, suas suspeitas, suas manipulações. E aqui é gerada outra situação interessante, com uma de suas esposas.
«Viu, pois, o Senhor que Lia era desprezada e tornou-lhe fecunda a madre; Raquel, porém, era estéril» (Gên. 29:31). Amor humano, de novo, mas agora não mais o amor de pais e filhos, mas amor entre maridos, mal concebido, mal entendido, que transborda a vontade humana.«E Lia concebeu e deu à luz um filho, a quem chamou
Rúben; pois disse: Porque o Senhor atendeu à minha aflição; agora me amará meu marido» (v. 32). Isto é terrível. Ela tratando de satisfazer o seu coração com o amor do seu marido. «Meu marido é tudo para mim, mas ele não me ama». Ela começa a fazer coisas para ganhar o amor do seu marido.
«Concebeu outra vez, e deu à luz um filho; e disse: Porquanto o Senhor ouviu que eu era desprezada, deu-me também este. E lhe chamou Simeão» (v. 33). Mas não aconteceu nada. «Concebeu ainda outra vez e deu à luz um filho e disse: Agora esta vez se unirá meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Portanto lhe chamou Levi» (v. 34). Vemos a aspiração, a desgraça e o desgosto. Que horrível é não sentir-se amado, e não encher-se com o amor de Deus, entendendo que só ele satisfaz a alma e o coração, e querer enchê-lo com ídolos, com amores terrenos!
«De novo concebeu e deu à luz um filho; e disse: Esta vez louvarei ao Senhor. Por isso lhe chamou Judá. E cessou de ter filhos» (V. 35). Esta vez entendeu que o seu coração pertencia ao Senhor. Lembrem que o Filho de Deus veio de Judá, deste menino concebido no amor de Deus, no louvor e na adoração, quando Lia retirou a idolatria que tinha por seu marido e pôs o Senhor em primeiro lugar.
Conclusão
Poderíamos ver outras passagens e concluir que o amor humano pode se tornar tão perverso, ao ponto extremo de arruinar a vontade de Deus sobre um menino, sobre uma menina ou sobre um casamento.
Por que os casamentos fracassam? Por que fracassamos na criação dos filhos? Porque não amamos primeiro ao Senhor, e nos deixamos guiar pela afetividade humana, a qual não é objetiva para discernir as coisas de Deus.
Amamo-nos tanto que não damos lugar ao Senhor. Então, o casamento irá direto para o fracasso; porque não está sustentado no amor divino, impedindo que a vontade de Deus opere em nós. Na hora da provação haverá dor, mas o egoísmo não suporta a dor. As separações, no final, são nada mais que uma expressão do egoísmo humano.
O Senhor abençoe a todos, e nos salve do nosso afeto natural, e nos faça colocar o amor divino sobre todas as coisas, porque o amor de Deus se encontra, redesenha e readéqua o verdadeiro amor, o estabelece e o eleva a sua expressão máxima. Amém.
Síntese de uma mensagem oral ministrada no Temuco (Chile), em outubro de 2017.