A construção da visão

Pedro nos revela o templo de Deus; João, a família de Deus, e Paulo, o corpo de Cristo.

Marcelo Díaz

“Seis dias depois, Jesus tomou a Pedro, a Tiago e a João, e os levou à parte sós, a um alto monte; e se transfigurou diante deles” (Mar. 9:2).

O Senhor Jesus tomou a três discípulos, para lhes mostrar algo mais além que o restante deles. Isto é muito interessante, porque pouco antes, ele já revela algo: «Depois subiu ao monte, e chamou a si aos que ele quis; e vieram a ele» (Mar. 3:13). Chamou os que ele quis, em seu poder, em sua vontade. Ele decidiu escolher a estes. «E estabeleceu a doze, para que estivessem com ele, e para enviá-los a pregar» (3:14).

A visão no monte

Das multidões, Jesus escolheu somente a doze, para que estivessem com ele três anos e meio, vivendo, percorrendo aldeias e pregando.

E então, daqueles doze, tomou a três. «E os levou à parte sós, a um alto monte; e se transfigurou diante deles» (Mar. 9:2). Outros ficaram em baixo. Há uma intenção de tocar o coração destes três homens.

«E se transfigurou diante deles. E seus vestidos se tornaram resplandecentes como a neve, tanto que nenhum lavandeiro na terra os pode fazer tão brancos. E lhes apareceu Elias com Moisés, que falavam com Jesus. Então Pedro disse a Jesus: Mestre, bom é para nós que estejamos aqui; e façamos três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias. Porque não sabia o que falava, pois estavam espantados» (9:3-6).

Isto foi algo tão magnífico, que ficaram aterrorizados pela glória que viam. Pedro, sem saber o que dizia, falou, mas de medo. O Senhor estava resplandecente, Moisés e Elias. Uma cena maravilhosa. Não sabiam se era real o que viam: o Filho de Deus em todo o seu esplendor. Tal é a visão celestial, a glória do Filho.

«Então veio uma nuvem que lhes fez sombra, e da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi» (9:7). É a voz de Deus, poderosa, forte, categórica, segura. «Este é meu Filho amado; a ele ouvi». Como dizendo: Já passou Moisés, já passou a lei, já passaram os profetas. Agora, há um que está em pé: Cristo, o Filho de Deus.

«Deus, tendo falado muitas vezes e de muitas maneiras em outro tempo aos pais pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho» (Heb. 1:1-2). Deus falando, revelando a sua glória, como pequenas gotas caindo do céu, pequenos riachos que foram transformando-se em uma grande fonte, em um grande rio.

A Voz definitiva

João, no capítulo 1 de Apocalipse, fala de «sua voz como estrondo de muitas águas». Esta é a voz definitiva, porque todas as outras falavam dele. Agora Deus fala pela última vez, de maneira completa, na voz do Filho. Um autor diz: «Deus falou em Cristo, e ficou em silêncio». Porque no Filho falou tudo o que ele tinha que falar. Bendita visão – Cristo, o tudo. «Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas» (Rom. 11:36).

Estes três homens ficaram impactados; nunca mais esqueceram aquilo. «Porque não lhes demos a conhecer aquele poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas artificiosas, mas temos visto a sua majestade com os nossos próprios olhos. Pois quando ele recebeu de Deus Pai honra e glória, foi enviada da magnífica glória uma voz que dizia: Este é meu Filho amado, no qual tenho complacência. E nós ouvimos esta voz enviada do céu, quando estávamos com ele no monte santo» (2 Pedro 1:16-18).

Pedro registrou este fato, para que todo mundo saiba que ele foi testemunha ocular da Transfiguração do Senhor. Viu o Filho glorificado. Pedro fala no plural. E João o faz da mesma maneira, de uma pluralidade apostólica.

«O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam concernente ao Verbo de vida ... o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco» (1 João 1:1,3). «E vimos a sua glória» (João 1:14). De alguma maneira, o apóstolo está se referindo a este fato.

Eles tiveram não só uma visão espiritual ou emocional, mas uma visão real do que Deus quer revelar aos homens.

Depois Paulo, referindo-se ao propósito dos ministérios, diz: «até que todos cheguemos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, a um varão perfeito, à medida da estatura da plenitude de Cristo». O que João, Tiago e Pedro viram é o que Paulo narra no livro de Atos.

Toda a igreja tem que chegar a essa medida de varão perfeito, Cristo Jesus. Este é o propósito de Deus para com a igreja, o corpo de Cristo, a família de Deus e a casa de Deus: que Cristo seja tudo em todos. Estes três varões receberam um impacto, e em seguida o Espírito Santo começou a configurar internamente o que significaria isso em função do dom e do trabalho na igreja de Jesus Cristo.

Sabemos que Pedro é quem recebe as chaves do reino e abre a proclamação do Cristo ressuscitado. Eles ensinavam, não «a respeito de Jesus Cristo», mas «a Jesus Cristo». Pregavam uma pessoa real, a aquele que viram glorificado. Tiago prossegue, e João é o último que aparece em cena, na restauração da igreja, e os três estão vinculados a esta visão.

Estes três discípulos tinham uma vinculação com o desenvolvimento da igreja e da visão celestial, posteriormente, no livro de Atos. O Senhor trabalhou com eles, e por isso esteve sozinho com eles três das várias ocasiões. Apegou-os a si. Deus teve um propósito com eles em cada experiência que tinha que ver com a igreja depois de Sua partida.

A visão de Pedro

Conforme narra Atos capítulo 10, Pedro teve uma segunda visão, e esta sim é uma visão espiritual, um êxtase. Ele subiu para orar em um terraço, e estando ali teve grande fome. Então «lhe sobreveio um êxtase; e viu o céu aberto, e que descia algo semelhante a um grande lençol, que atado nas quatro pontas era baixado para a terra; no qual tinha todos os quadrúpedes terrestres e répteis e aves do céu» (10:10-12).

Pedro era um bom judeu, que conhecia o Antigo Testamento e tinha guardado muito bem a lei. Apareceu aquele lençol com animais que os judeus não podiam comer. «E lhe veio uma voz: levanta-te, Pedro, mata e come. Então Pedro disse: Senhor, não; porque jamais comi nada comum ou imundo. Tornou a voz a segunda vez: O que Deus limpou, não o chames tu comum. Isto se fez três vezes; e aquele lençol tornou a ser recolhido no céu».

Termina a visão, batem a porta, e aparecem três homens, enviados por Cornélio, um gentio. Então Pedro entendeu que na casa de Deus entram todos, e se lembrou da Transfiguração do Senhor. E recordou quando o Senhor lhe disse: «Tu serás chamado Pedro». E se configurou algo dentro dele: a igreja como uma casa, um templo, um só lugar onde todos participam. Esse templo é a morada do Espírito Santo.

Pedro recebe a revelação celestial da igreja como a casa de Deus. E escreve em 1a Pedro com esta ênfase em relação ao que é celestial: «Mas vós sois linhagem escolhida, real sacerdócio, nação santa, povo adquirido por Deus, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua luz admirável; vós que em outro tempo não éreis povo, mas que agora sois povo de Deus; que em outro tempo não tínheis alcançado misericórdia, mas agora tendes alcançado misericórdia» (1 Ped. 2:9-10).

Este versículo é para nós. «Achegando-se para ele, pedra viva, desprezada na verdade pelos homens, mas para Deus escolhida e preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados como casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus por meio de Jesus Cristo» (2:4-5).

Pedro viu a igreja como um templo que permanentemente tem sacrifícios espirituais a Deus, com um sacerdócio ativo, com pedras vivas que vão se colocando uma junto à outra, para morada de Deus no Espírito. E isso é o que se iniciou ali no monte santo, no princípio, junto a Tiago e João.

A visão de João

João diz: «O que era desde o princípio» (1 João 1:1). Sendo o mais jovem, ele tinha muita intimidade com o Senhor. Do monte da Transfiguração, João enxergou que a igreja é uma família, onde as pessoas vivem a comunhão que tiveram o Pai e o Filho na eternidade. É a visão da igreja como uma família; de modo que quando nos juntamos, o que vivemos é o mesmo que o Pai e o Filho vivem, unidos pelo Espírito Santo.

Por isso João diz: «Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo seja completo» (1 João 1:4). O gozo se completa quando temos comunhão com os irmãos. Na segunda carta, João diz: «Tenho muitas coisas que vos escrever, mas não quis fazê-lo por meio de papel e tinta, pois espero ir a vós e falar face a face, para que o nosso gozo seja completo» (V. 12). E reitera isto em sua terceira carta, porque, estando face a face, é produzida uma comunhão espiritual que não é reprodutível em outra instância.

A vida que envolve a Trindade é estabelecida no seio da igreja, e isso se chama a família de Deus. Por isso João é tão doce e fala com tanto carinho, porque é uma comunidade que vive em amor. Dali é que saiu o conceito de família de Deus.

João diz aos irmãos. «Escrevo-lhes a vós, filhinhos, porque os vossos pecados tem sido perdoados por seu nome» (2:12). Aos que estão começando, aos pequeninos, que estão lutando com as tentações. «Escrevo-lhes a vós, pais, porque conheceis aquele que é desde o princípio» (2:13), o eterno, o transcendente, o que não muda. «Escrevo-lhes a vós, jovens, porque vencestes o maligno». Os que estão no fragor da batalha, e estão indo adiante. «Escrevo-lhes a vós, filhinhos, porque conhecestes o Pai».

«Tenho-vos escrito a vós, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e vencestes o maligno» (2:14), na comunhão, na casa de Deus, na família, associando-se com os humildes, onde cada um guarda e cuida de seu irmão. Ali, resguardados, cuidados pelo Senhor. É a igreja, a família de Deus.

«Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus; por isso o mundo não nos conhece, porque não conheceu a ele. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser; mas sabemos que quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é» (1 João 3:1-2).

Como filhos de Deus, toda a graça do Senhor está a nosso favor; mas isto não é tudo, porque quando ele se manifestar seremos semelhantes a ele.

Muitas passagens de João revelam o conceito de sermos filhos de Deus. «Mas a todos quantos o receberam ... deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; os quais são gerados do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus» (João 1:12-13). Somos filhos de Deus, e isto é uma revelação do Espírito Santo; não um conceito. Assim como alguém entende que é uma pedra esculpida pelo Senhor, também é um filho de Deus em sua casa.

O rol de Tiago

O terceiro personagem é Tiago, o irmão mais velho de João. Parece que estes dois varões, filhos de Zebedeu, eram de uma família destacada. Aparentemente, Zebedeu tinha uma empresa pesqueira. Recordem que, quando o Senhor é preso e levado aos átrios do templo, Pedro pôde entrar, porque João era conhecido do sumo sacerdote.

Os filhos de Zebedeu eram pessoas importantes. Eles eram ferozes. Em uma oportunidade, quando os samaritanos não quiseram receber a Jesus, os dois irmãos lhe propuseram fazer descer fogo do céu para destruir a aqueles. O próprio Senhor lhes pôs o apelido de «filhos do trovão». Troantes, radicais, fortes. E como João termina? «meus filhinhos...». Isto só o Senhor é capaz de fazer.

Tiago tomou um protagonismo importante nos primeiros anos da igreja. Provavelmente o Senhor se fixou nele para que estabelecesse organicamente a igreja, e de alguma forma a coordenasse e a agrupasse.

Pedro inicia a pregação. Tiago esteve ali como alguém que coordenava, agrupava e trazia segurança à igreja. Atos capítulo 12 diz que, quando aquele poder religioso e político quis atacar à igreja, capturou as cabeças, que eram nesse momento Tiago e Pedro. E Satanás matou a Tiago, e prendeu a Pedro.

Os poderosos pensaram que cortando a estes homens, acabaria tudo. Mas o que Satanás não sabia é que a igreja tem apenas uma cabeça, e esta Cabeça o enfrentou e o venceu. Então, ainda que aparentemente o plano do Senhor estivesse se desbaratando, não foi o que aconteceu, porque o Senhor, em sua onisciência e em sua sabedoria, preparou a outro servo que substituiria a Tiago. E no capítulo 13 aparece em cena Paulo.

Então, fica Pedro, que abre as portas do reino e inicia a obra; Paulo, que edifica a igreja para fazê-la crescer, e ao final João, que vela pela restauração da igreja.

A visão de Paulo

O que Paulo faz no tocante à visão celestial? Ele não participou da visão no monte, nem esteve com Jesus. Então, o Senhor aparece para ele. Paulo tinha um caráter tremendo, similar aos outros. E quando Saulo perseguia os discípulos, «respirando ainda ameaças e morte», o Senhor apareceu para ele no caminho de Damasco.

Paulo vê o Senhor, talvez como os discípulos o viram no monte, sublime, resplandecente, glorioso. «Saulo, Saulo, por que me persegues?» (Atos. 9:4). Paulo vinculou, então, esta imagem daquele que lhe apresentou, com a igreja, a qual ele perseguia. Então disse: «A igreja é um corpo».

Quando Paulo começou a pregar, associou-se com outros irmãos, entre eles, com Lucas, um médico. Enquanto viajavam, talvez Lucas lhe explicasse como funciona o corpo humano. Então, o apóstolo começou a relacionar a igreja com o corpo. Lembrou-se da visão que teve em seu encontro com o Senhor, e disse: «Cristo é cabeça da igreja, a qual é seu corpo» (Ef. 5:23).

Paulo vê que a igreja está composta por muitos membros. Somos uma pequena parte em um todo, e o todo é Cristo. O Espírito Santo habita em cada um de nós. Cada membro depende dos outros, precisa dar, precisa nutrir-se, precisa enlaçar-se aos ossos e os músculos, para que a vida passe para todos.

Não podemos viver isolados. A igreja é um corpo; se sair da comunhão, morre, porque ela é mutualidade, interdependência.

Então temos três visões. Pedro, o templo de Deus; João, a família de Deus, e Paulo, o corpo de Cristo.
Isto é revelação, quando vamos entendendo que o novo homem é Cristo, que somos uma nova criação. Então a vida muda. Há uma maneira diferente de viver a vida cristã. Assim se completa a visão celestial.

Mais que um conceito racional

Oh! se o Senhor abrisse os nossos olhos, como orava Paulo, para receber espírito de sabedoria e de revelação no conhecimento de Cristo! Paulo está falando de entender no Espírito. Esta não é uma matéria da qual possamos dizer: «Já sabemos». Tudo o que falamos da visão celestial não são mais que balbucios, pequenas impressões. A visão não é um conceito racional, mas algo muito mais profundo.

Quando fazemos um chamado para permanecer na visão celestial, é para seguir aprofundando em conhecê-la. Nos primeiros capítulos da carta aos Efésios estão estes três aspectos claramente revelados: a igreja como templo, como corpo e como família de Deus. Isto permite o desenvolvimento da vida cristã. Disto todos nós somos sustentados. Não serve de nada entender apenas como conceito. Isto é uma revelação.

Paulo diz que foi levado ao terceiro céu, e ouviu coisas inefáveis: «Coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam» (1 Cor. 2:9), disponíveis hoje para todo aquele que quer inquirir na visão celestial, conhecer e encher o coração... e ficar preso.

Quando alguém bebe desta fonte, o coração não consegue mais falar de outra coisa. «Eu, pois, preso no Senhor» (Ef. 4:1). Jeremias diz: «Não me lembrarei mais dele, nem falarei mais em seu nome; não obstante, havia em meu coração como um fogo ardente metido em meus ossos; tratei de contê-lo, e não pude» (Jer. 20:9). «O que posso fazer? Sou definitivamente preso. Não posso fugir, porque isto é mais forte do que eu». Isto é a visão celestial.

A humanidade do Senhor

A visão seria incompleta sem considerar uma segunda parte. «Vieram, pois, a um lugar que se chama Getsêmani, e disse aos seus discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu oro. E tomou consigo a Pedro, a Tiago e a João, e começou a entristecer-se e a angustiar-se. E lhes disse: A minha alma está muito triste, até a morte; fiquem aqui e velai. Indo-se um pouco adiante, prostrou-se em terra, e orou que se fosse possível, passasse dele aquela hora. E dizia: Abba, Pai, todas as coisas são possíveis para ti; aparta de mim este cálice; mas não o que eu quero, mas o que tu» (Mar. 14:32-36).

Jesus tomou a aqueles homens diante dos quais se transfigurou, revelando a sua glória e seu poder, e os preparou também na humilhação. Agora lhes mostra a sua humanidade, sua fraqueza; começa a angustiar-se, a entristecer-se. Os psiquiatras dizem que Jesus viveu ali uma crise de pânico; pensamentos de morte se apoderaram da sua alma: «Fortes touros de Basán me cercaram... cães me rodearam», na fraqueza extrema do homem.

Estes três homens não podiam entender. Tendo visto a glória do Senhor, agora o veem tão debilitado. Ele lhes abriu o Seu coração. Necessitava dos seus amigos, porque ele era humano. Sentia a solidão e a morte ao seu redor. Sabia que ia se separar do Pai, por causa de levar a expiação do pecado de todos.

Um preço a pagar

A visão celestial se completa também com isto. Nós somos homens frágeis, vasos de barro, em quem Deus quis depositar a sua glória. Ver a visão celestial significa padecer por ela. Pedro, em suas cartas, faz um chamado para padecermos por Cristo.

Quando João e Tiago se aproximam procurando um primeiro lugar, Jesus lhes diz: «Podeis beber do cálice que eu tenho que beber, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? E eles lhe disseram: Podemos. Ele lhes disse: Na verdade, do meu cálice beberão, e com o batismo com que eu sou batizado, sereis batizados» (Mat. 20:22-23), lhes destacando que todo aquele que vê a visão celestial padecerá por ela.

Tiago morreu por Cristo, e João foi banido, por Cristo. Jesus disse a Pedro: «Em verdade, em verdade te digo: Quando eras mais jovem, te cingias, e ia para onde queria; mas quando já fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá, e te levará para onde não queira. Isto disse, dando a entender com que morte tinha que glorificar a Deus» (João 21:18-19). Conta a tradição que, quando Pedro enfrentou a morte, não quis morrer como o seu Senhor, e foi crucificado com a cabeça para baixo. Foi assim, por causa da visão celestial.

Talvez nós não morramos como os mártires do passado ou como muitos morrem hoje por causa do Senhor; mas sempre há um preço a pagar. Quando outro toma e te leva a fazer o que você não quer, resiste; mas, se amas ao Senhor, e amas a visão celestial, estende as suas mãos, e te deixas conduzir. Se tiveres visto a visão celestial, te deixará ser edificado e conduzido pelo Senhor, como cada um destes santos homens de Deus. Amém.

Síntese de uma mensagem oral ministrada no Rucacura (Chile), em janeiro de 2016.

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