A voz da rola (2)

O Espírito Santo nos diz que somos uma geração privilegiada.

Alexis Vera

Leituras: João 14:15, 26; 15:26; 16:7.

Parakletos

O evangelho de João, em sua versão original em grego, tem palavras que, entre os evangelistas, só é registrada pelo apóstolo João. Uma delas é Parakletos, utilizada pelo Senhor Jesus Cristo para referir-se ao Espírito Santo, traduzida na versão Reina-Valera como Consolador.

Esta palavra, em espanhol, tem vários significados. Cada uma de suas significâncias é uma forma de identificar como o Espírito Santo se relaciona com a igreja. Elas são: aliado ou amigo fiel, conselheiro, advogado ou amigo do acusado, ajudador, consolador ou confortador, e exortador. Cada conceito é um aspecto atribuível ao Espírito Santo em sua pessoa e em sua obra.

O Espírito Santo cumpre estas funções na igreja, para obter um coração de noiva, preparada para o dia das bodas do Cordeiro, formando o caráter de Cristo em nós. O Espírito Santo veio para fazer com que todas as coisas sejam reunidas em Cristo, começando pelo nosso coração.

Aliado ou amigo fiel

Através de sua morte na cruz, sua ressurreição e sua ascensão, e o derramamento do Espírito Santo, o Senhor Jesus estabeleceu uma nova aliança ou pacto com o homem. Essa nova aliança tem uma promessa, uma dádiva – o Espírito Santo.

Atos capítulo 2 diz que Cristo, exaltado à mão direita de Deus, recebeu a promessa do Espírito Santo e derramou aquilo que ocorreu no dia do Pentecostes, e que está ativo até o dia de hoje em nossos corações. O Espírito Santo é a promessa desta aliança, que aparece detalhada ao longo de toda a Escritura. Leiamos Hebreus capítulo 8 para ver algumas ênfases desta nova aliança, e descobrir como é que o Espírito Santo nos traz a realidade deste novo pacto, e como ele se torna o nosso aliado.

«Pelo qual, este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis na mente deles, e sobre o seu coração as escreverei; e serei para eles por Deus, e eles me serão por povo; e ninguém ensinará a seu próximo, nem ninguém a seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão, do menor até o maior deles. Porque serei propício para com as suas injustiças, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados e de suas iniquidades» (Heb. 8:10-12).

Três atos

Esta é uma síntese da nova aliança que o Senhor estabeleceu com a sua igreja. A promessa desta aliança é o Espírito Santo, detalhada aqui em três atos. Primeiro: «Porei as minhas leis na mente deles, e sobre o seu coração as escreverei». O Espírito Santo foi derramado como nosso aliado, para gravar a palavra de Deus em nossa mente e em nosso coração. De maneira que não dependemos da letra, mas sim desta palavra revelada por meio do Espírito Santo da promessa. Uma das marcas do Novo Pacto é que o Espírito Santo transforma a palavra em vida e em Espírito, para edificar a igreja.

Segundo: «...e serei para eles por Deus, e eles me serão por povo». O Espírito, como nosso aliado, comunica ao nosso coração um sentido de pertencer. Quando cremos, ele nos sela, e nos comunica que pertencemos a Deus. Esse selo garante que Deus cumprirá a sua obra em nós. O Espírito Santo nos comunicou este sentido de pertencer. Isto confirma que ele está habitando em nosso coração. Aqueles que têm o Espírito de Deus se reconhecem como filhos de Deus, e têm a confiança de dizer: Abba, Pai! Porque pertencemos a Deus, sabemos que somos dele e que ele é nosso.

Terceiro: «Ninguém ensinará a seu próximo, nem ninguém a seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão». O Espírito Santo, nosso aliado, transmite-nos a revelação de Cristo ressuscitado e exaltado à mão direita de Deus. Ele traz a palavra escrita e a ensina como uma realidade ao nosso coração, não um conhecimento doutrinário, mas um conhecimento experimental do Deus vivo.

Esta aliança é um selo do amor de Deus. O Espírito Santo, como um aliado e amigo fiel, é a marca do amor de Deus. Ele é o Espírito de amor, nos comunicando o amor de Deus.

Deus mesmo é amor, de maneira que o próprio Espírito Santo é amor. «Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rom. 5:5).

O Espírito Santo vem para habitar em nosso coração e nos comunicar tudo o que é de Deus. Em nossa carreira cristã, precisamos ser cheios do Espírito e manifestar o seu amor. Como o Espírito de amor, ele nos comunica aquelas características que Paulo descreve em 1ª Coríntios 13. «O amor é sofredor, é benigno... não se irrita, não guarda rancor...» (v. 4-5). Uma marca do Espírito Santo é um caráter afável, amoroso, nobre, tolerante, respeitoso, paciente.

Conselheiro

O Espírito Santo também se relaciona com a noiva como o seu conselheiro. «Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, estes são filhos de Deus» (Rom. 8:14). A palavra filhos, aqui, trata de filhos de Deus amadurecidos, cujos aspectos distintivo é ser guiados pelo Espírito. Este guiar não é apenas em coisas pontuais. Ele procura em nosso coração uma plena rendição a sua soberania em nossa vida. Esta soberania devemos receber em nosso coração por fé, e por obediência à Palavra.

Como funciona este ministério do Espírito Santo? O apóstolo João diz: «Mas a unção que vós recebestes dele permanece em vós, e não tendes necessidade de que ninguém vos ensine; assim como a própria unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, segundo ela vos ensinou, permanecei nele» (1ª João 2:27).

A unção é o próprio Espírito Santo. Ele é o azeite da unção. O Espírito veio ao nosso coração como um Mestre. Esse ensino está de mãos dadas com a disciplina e com a palavra do Espírito Santo. É o que forma corações obedientes em nós.

Espírito de obediência

«...o Espírito Santo, o qual Deus deu aos que lhe obedecem» (Atos. 5:32). Aqui há um princípio espiritual. O Espírito Santo é dado aos que obedecem. Não haverá plenitude do Espírito sem uma disposição para obedecer a Sua palavra. A Palavra obedecida nos dá garantia de que vamos crescendo no Espírito.

Quando recebemos o Espírito, recebemos com ele toda a capacidade para pôr em prática a obediência. Embora a rebeldia sempre esteja presente em nossa carne, há agora algo novo que habita em nós. O Espírito de obediência permite hoje nos rendermos à vontade do Senhor.

Isto exercitamos por fé. Quando recebemos uma instrução do Espírito, um ensino da unção, não fica alternativa a não ser nos rendermos a ela, e encontrarmos em Deus a graça para obedecermos. A obediência não é algo longínquo para os crentes, porque o Espírito nos capacita. E na medida em que avançamos nessa experiência, avançamos também no conhecimento e na experiência do Espírito Santo.

Como a unção opera? Esse ensino interior sempre deve estar respaldada pela Palavra escrita, e junto com ela, respaldada pelo testemunho do corpo de Cristo.

Devemos julgar o nosso coração, porque a carne tende a imitar o Espírito. Para isso, o Senhor pôs três sinais seguros: a unção que nos ensina todas as coisas, a palavra de Deus, e o testemunho do corpo de Cristo. Assim o Espírito Santo opera em nosso coração e vai ensinando todas as coisas.

A liderança efetiva do Espírito Santo começa a ocorrer quando nos rendemos plenamente em obediência ao seu guiar. Ele sempre nos aconselhará com a Palavra, nos exortando, nos advertindo, nos consolando, para que persistamos em fazer o bem, com os olhos postos em Cristo. Esse é um sinal seguro de que somos conduzidos pelo Espírito Santo.

Advogado

O advogado é o amigo do acusado. O Espírito Santo nos traz a realidade daquela intercessão que Jesus Cristo faz à mão direita de Deus. Referindo-se ao Parakletos, o Senhor Jesus diz: «E eu rogarei ao Pai, e vos dará outro Consolador» (João 14:16), quer dizer, «outro igual a mim, outro da mesma qualidade».

Agora, fisicamente, o nosso Senhor Jesus Cristo está como um Homem exaltado à mão direita de Deus. E nós, estamos ainda neste cenário terrenal, na tensão entre o que é e o que será. «Agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser» (1ª João 3:2). E nessa tensão, ainda estamos sujeitos a fraquezas; involuntariamente ainda podemos pecar diante do Senhor.

Por isso, necessitamos da intercessão de Jesus Cristo como nosso advogado à mão direita de Deus. Ele apresenta a vigência do seu sangue derramado na cruz do Calvário. E o Espírito Santo como advogado, na terra, comunica-nos ao coração a paz de Deus. Quando recebemos a paz de Deus pelo perdão dos nossos pecados, o Parakletos está cumprindo uma função preciosa, nos transmitindo a consolação que vem do próprio trono de Deus.
Isto demanda de nós a responsabilidade de cuidar das nossas consciências. O que significa isto? Uma das funções do espírito humano é a consciência.

Ela é como uma janela, que quando está limpa deixa passar a luz do céu, comunicando a realidade do céu ao nosso interior. Mas, quando a consciência está endurecida por aquele pecado, essa luz se opaca, e a comunhão com Deus se interrompe. E essa é uma grande trava para que o Espírito Santo possa encher à igreja.

O Espírito Santo é um advogado, nos comunicando a eficácia do sangue de Cristo, na medida em que confessamos os nossos pecados. Isto é algo tão básico, mas tão necessário. Todos os dias precisamos nos arrepender diante de Deus. Quando recebemos mais luz da Palavra e do Espírito, mais consciência temos do quão pecador somos. Por isso necessitamos do Parakletos que nos comunica a paz de Deus; do contrário, as nossas consciências jamais descansariam.

Ajudador

«E de igual modo o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza; pois o que temos de pedir como convém, não sabemos, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis» (Rom. 8:26). Uma igreja cheia do Espírito é uma igreja que ora eficazmente. Nós não sabemos pedir como convém; mas temos o Espírito como ajudador em nossa fraqueza.

A oração que aparece aqui está vinculada ao contexto anterior. O versículo 26 começa dizendo: «De igual modo». Então devemos retornar do versículo 18 em diante. O que é que faz o Espírito Santo gemer?

«Porque o desejo ardente da criação é o aguardar a manifestação dos filhos de Deus... Porque sabemos que toda a criação geme a uma… e não somente ela, mas também nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, nós também gememos dentro de nós mesmos, esperando a adoção, a redenção do nosso corpo» (Rom. 8:19, 21-23).

Essa oração que nós não sabemos como fazer se vincula estreitamente com o propósito de Deus. Por causa da queda, a criação ficou sujeita a escravidão. Entretanto, a redenção do Senhor não envolve apenas o perdão dos pecados, mas ele vai levar adiante um propósito que Ele determinou na eternidade.

Deus entregou o Reino nas mãos do Senhor Jesus Cristo, como o varão aprovado por Deus; mas também o deu à igreja, aquela que está preparada para reinar juntamente com o Cordeiro. E ela tem um gemido no coração: esperar a manifestação, a liberdade gloriosa dos filhos maduros de Deus. O Espírito Santo tem que nos conduzir para poder orar corretamente, em virtude deste objetivo.

Isto deve governar cada uma das necessidades que se apresentam em nossas reuniões de oração. Ana, a mãe de Samuel, é um bom exemplo disto. Ana foi orar por uma necessidade terrena: ela queria um filho. Mas, junto com isso, o Espírito Santo toca o seu coração, e converte a sua necessidade pessoal em uma necessidade de Deus, em tempos onde escasseava a profecia e onde a visão era rara.

Nós não vivemos tempos diferentes. Encontrar a palavra verdadeira do Senhor é achar joias raras, é realmente uma misericórdia do Senhor nos tempos que vivemos. A oração que está de acordo com o Espírito cooperará com o propósito de Deus em tempos difíceis; transformará as nossas necessidades, que o Espírito dispõe circunstancialmente, para que cooperem com o propósito de Deus.

«E sabemos que aos que amam a Deus, todas as coisas ajudam para o bem» (Rom. 8:28). Para qual bem? Ao propósito eterno de Deus, ao bem de Deus, não ao nosso próprio bem, embora nós também sejamos beneficiados, na medida em que o propósito de Deus vai avançando em nossa geração.

O Espírito Santo deve nos ensinar a orar para cooperar com o propósito de Deus e alcançar a plenitude do nosso chamado. Ele está nos chamando zelosamente para sermos aqueles que permanecem fiéis, cheios do Espírito, que guardaram as suas vestimentas e seguem o Cordeiro em qualquer lugar que ele vá.

Se o nosso coração está comprometido com ele, oraremos também para que o Espírito Santo nos dê a consciência de quem nós somos. A igreja é o único veículo através do qual o céu pode ser trazido para a terra, a única via mediante a qual é possível desatar a vontade de Deus na terra.

Uma igreja que não ora é uma igreja estancada. Mas a oração eficaz só se dará em uma igreja que depende do Espírito Santo. Peçamos ao Senhor que o seu Espírito nos inspire a orar. Ele pode nos ensinar a orar, de maneira que os seus gemidos sejam interpretados pela voz da igreja, para que essa seja a voz unânime do Espírito e da noiva: «Vem, Senhor Jesus!».

Se nos humilharmos debaixo da mão do Senhor, receberemos o ensino da santa unção e poderemos aprender a orar como convém, receber uma direção específica do Senhor e persistir nela até recebermos uma resposta. A isso somos chamados. A meta é mais alta, o caminho é mais estreito; mas o Espírito Santo, nosso ajudador, é poderoso para nos socorrer em nossa fraqueza.

Consolador e confortador

«Amados, não vos surpreendais do fogo de provação que vos tem sobrevindo, como se alguma coisa estranha vos acontecesse, mas alegrai-vos porque sois participantes dos sofrimentos de Cristo... Se sois vituperados pelo nome de Cristo, sois bem-aventurados, porque o glorioso Espírito de Deus repousa sobre vós... para que submetida a prova da vossa fé, muito mais preciosa que o ouro, o qual embora perecível se prova com fogo, seja achada em louvor, glória e honra quando Jesus Cristo for manifestado» (1ª Ped. 4:12-14; 1:7).

O próprio Senhor nos conduz pelo Espírito Santo através de situações que são para nós como fogo purificador. O ouro tem que ser submetido ao fogo para queimar as impurezas e deixar só aquilo que é valioso. Nós somos vasos que contêm o Espírito, e ele tem soberania para nos conduzir através de distintas circunstâncias e nos sacudir, se for necessário, para que traga à tona e seja descartado aquilo que é superficial, deixando apenas o que pertence à natureza e ao caráter de Deus.

Quando somos enfrentados por diversas provas, por causa de Cristo ou estando em comunhão com Cristo, o Espírito de Deus repousa sobre nós. Quando vivemos situações conflitantes que não podemos entender, acidentes, enfermidades, dores, angústias, a primeira coisa que aparece em nós é o nosso caráter natural, porque algo nos desestabiliza. Então, a carne reage; somos como sacudidos, e aquilo que requer ser queimado é posto diante de Deus, para ser tratado por ele.

Quando vivemos circunstâncias difíceis, devemos nos arrepender das reações da nossa carne, da autocompaixão, do egocentrismo, de não poder suportar o que estamos vivendo. Mas ali está o Espírito Santo para poder nos consolar, uma vez que foi queimado o que poluía o tesouro escondido em nosso coração, para que resplandeça ali o ouro, a prata e as pedras preciosas.

O Espírito Santo é consolador e confortador em tempos de crise. Todos nós gostamos do bálsamo do Espírito; ele tem sido o nosso refúgio em momentos de angústia. Em tempos de tribulação, tem nos comunicado a certeza da paz de Deus; tem nos acariciado nos dias mais angustiantes. Quando parece que estamos sozinhos, o Parakletos ali estará nos consolando e nos confortando.

«Por esta causa dobro os meus joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo... para que vos dê, conforme às riquezas da sua glória, o ser fortalecidos com poder no homem interior por seu Espírito; para que Cristo habite pela fé em vossos corações...» (Ef. 3:14-17).

Nas circunstâncias difíceis, abre-se uma grande porta em nosso coração para que o Espírito Santo fortaleça o nosso homem interior. E quando tudo parece ir bem, também estará a mesma súplica do Espírito. Até ali, ele é nosso confortador, fortalecendo o nosso homem interior.

«Por esta causa...», diz Paulo. A busca do Espírito não é só para um fim especial aqui na terra, mas também por uma transcendência nos céus, para colaborar com o eterno propósito de Deus: Cristo e sua esposa. Essa é a visão que nos governa. «Por esta causa», recebemos o fortalecimento com poder no homem interior, pelo Espírito de Deus.

Exortador

Hebreus é a epístola de exortação por excelência. A exortação é uma advertência e um alento. Se apenas advertirmos, somos como aqueles que remam com apenas um remo e gira sem avançar, e se apenas alentamos, ocorrerá o mesmo. Mas o Espírito Santo põe o equilíbrio; como exortador, ele adverte, e ele alenta.

Reiteremos uma advertência ao nosso coração. Se nossa mente, nossa vontade e nossos sentimentos não são governados pelo Espírito Santo, inconscientemente, iremos segundo o curso deste mundo, e inconscientemente, contribuiremos para a plataforma para o surgimento do anticristo aqui na terra. Isto é uma solene advertência do Espírito Santo.

Por outro lado, temos o alento. Se permitirmos que o Espírito nos governe, que a Palavra vá nos renovando, e que nossa mente, vontade e sentimentos sejam rendidos plenamente ao Seu governo, contribuiremos para aplainar o caminho para que nosso Senhor retorne dos céus.

Fomos chamados para começar no Espírito e para sermos aperfeiçoados nele, para que o último dia nosso aqui na terra, seja partindo para a presença do Senhor, ou seja, recebendo a Cristo no ar, o nosso coração sempre tenha estado cheio do Espírito Santo.

O Espírito Santo é um fiel exortador. Constantemente, pela Palavra ou na vida de comunhão, ele está nos advertindo, corrigindo e alentando. O grande alento que temos para adiante é que logo aparecerá o nosso Senhor Jesus Cristo. Com esse foco, o Espírito está trabalhando hoje, embelezando a noiva.

A voz da rola

Em Cantar dos Cantares, já vimos o encontro entre a amada e o Amado. Ambos se levantam dos seus lugares, como uma figura do dia em que a igreja seja tirada da terra e em que Cristo desça do seu trono, para nos encontrarmos com ele nos ares. Uma evidência de que esse tempo chegou é que, no país da donzela, ouviu-se a voz da rola – a voz do Espírito Santo.

Uma grande exortação do Espírito nas Escrituras aparece três vezes na epístola aos Hebreus: «Se hoje ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações» (3:7, 15; 4:7). E também nas cartas do Senhor às igrejas em Apocalipse: «que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas».

Hoje, o Espírito Santo nos diz que somos uma geração privilegiada. Na última etapa da obra de Deus na terra, o Senhor Jesus está às portas; ele está edificando uma igreja gloriosa e ele é fiel para cumprir a sua promessa. A igreja estará alinhada com o coração de Deus, de maneira que quando ele derramar os seus juízos, diremos: Aleluia, porque os seus juízos chegaram, porque ele é fiel e verdadeiro!

O Senhor é fiel a sua promessa. Assim como foi tomado ao céu, ele voltará. E não voltará por uma igreja derrotada. Ele se apresentará a si mesmo uma igreja gloriosa, santa, sem mancha e sem ruga nem coisa semelhante, igual a ele em caráter e dignidade; não por nossos méritos, mas porque um dia, quando ele foi exaltado à mão direita de Deus, recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo. E esse Espírito está cumprindo fielmente a sua obra em nossos corações hoje.

Em Cantar dos Cantares é dado o testemunho de que a amada ouviu a voz da rola. E em seguida o Amado a chama: «pomba minha» (2:14). Agora a noiva é chamada pomba, porque ela tem tal comunhão com o Parakletos, cuja obra está completa na igreja, de maneira que ambos são um. Então se torna efetiva a voz de Apocalipse 22: «O Espírito e a Esposa dizem: Vem». Sim, vem, Senhor Jesus!

Que essa esperança esteja renovada em nosso coração, cada dia. Não há outra forma de esperar a vinda de Cristo. Há uma atitude que o Senhor está procurando nos seus, e não é que eles tenham a doutrina correta a respeito de Sua vinda, mas estejam unidos ao Espírito Santo, que em nosso país se ouviu a voz da pomba, para que o Senhor possa chamar, à igreja, «pomba minha».

O Senhor vem logo. «Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá» (Apoc. 1:7). Não sabemos como será o dia em que iremos ver o próprio Deus, ao grande Deus e Salvador Jesus Cristo. «E todo aquele que tem esta esperança nele, purifica-se a si mesmo» (1ª João 3:3). Que o Espírito Santo continue purificando os nossos corações, para que sejamos fiéis à voz da pomba. Amém.

Síntese de uma mensagem oral ministrada em Rucacura (Chile) em janeiro de 2015.

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