O Senhor busca a si mesmo

O Senhor procura realidade e condena toda aparência em seus seguidores.

Gonzalo Sepúlveda

Nosso Senhor Jesus Cristo, naquela longa noite que poderíamos chamar ‘de despedida’, quando lavou os pés dos seus discípulos e ceou com eles, procurou atrair a atenção para a Sua pessoa, em especial quando eles interrogaram ao Mestre.

Os discípulos perguntam

Pedro faz uma pergunta emocional (João 13:37). Em João capítulo 14, Tomé, Felipe e Judas (não o Iscariotes) fazem perguntas mais racionais, que revelam sua precária compreensão a respeito da maravilhosa Pessoa que tinham em sua frente.

Tomé faz uma pergunta objetiva: «Senhor, não sabemos para onde vais; como, pois, podemos saber o caminho?» (14:5). Felipe libera um desejo que lhe queima: «Senhor, nos mostre o Pai, e nos basta», como se confessasse: «Não conseguimos compreender as suas palavras, mas se pudermos ver a Deus, isso nos bastaria». E Judas diz: «Como é que te manifestarás a nós, e não ao mundo?» (14:22).

O Senhor responde com serenidade, e seguramente as suas respostas deixaram ainda mais perplexos aos já desconcertados discípulos: «Eu sou o caminho…aquele que vê a mim , vê o Pai…viremos a ele e faremos morada com ele».

Cada resposta apontava para um só objetivo: aquele que o conheceram como o centro dos planos divinos; que, sem ele, jamais conheceriam o Deus vivo e verdadeiro e que apenas através de Sua pessoa eles (e nós) poderíamos agradar a Deus. Ou seja, o mestre dirigiu os seus pensamentos para si mesmo, à bendita realidade de sua pessoa.

Os discípulos estavam diante de uma realidade desconhecida. Como era possível que o caminho, a verdade e a vida fosse uma pessoa e não uma forma de doutrina ou prática religiosa? Tinham diante deles um homem de carne e osso que afirmava ter morando dentro de si ao Pai, ou seja, o próprio Deus eterno. Mais até, ouviram a promessa de que seriam eles mesmos «habitados» pelo Pai e o Filho – «viremos…e moraremos com ele» diz o Mestre.

A mensagem é tão firme que a repete uma e outra vez. «Separados de mim, nada podeis fazer (15:5)…Permanecei em mim…Quando vier o Consolador, ele dará testemunho de mim». Finalmente, em sua oração sacerdotal, o Senhor reitera: «Eu neles e tu em mim…» (João 17: 23), confirmando que, sem ele, nenhum propósito seria possível.

Então, não é estranho o título da presente mensagem. O Senhor procurará esta mesma realidade em seus seguidores; buscará a si mesmo e ao mesmo tempo julgará tudo que não seja Seu nos seus. Esta verdade percorreu toda a história da igreja até os nossos dias, e mais ainda, quando solenemente todos devemos comparecer diante do Seu tribunal (2ª Cor. 5:10).

Cristo, é encontrado?

Hoje, o Senhor busca a si mesmo em nós. Se não se encontrar, é porque de alguma maneira temos nos equivocado do caminho. O restante dos homens encontram em nós a Cristo ou só tocam nossas formas e costumes religiosos?

O apóstolo Paulo, compreendendo muito bem esta verdade, confronta firmemente aos Gálatas: «meus filhinhos, por quem torno a sofrer dores de parto, até que Cristo seja (plenamente) formado em vós» (Gál. 4:19). Se isto não se cumprir em cada um de nós, se tão somente guardarmos uma série de mandamentos externos, se nos impuserem ou nos auto impusermos uma forma de vida piedosa e práticas inovadoras de religião externa, nada obtivemos. Se Cristo não é encontrado em nós, somos apenas uma religião.

A medida do Senhor não pode ser rebaixada a considerações humanas. Ele não se impressiona com os bons planos e propósitos nascidos na mente do homem. Muitas correntes e práticas religiosas ocupam hoje a atenção, e distraem a muitas pessoas do Senhor. Mas para Ele só importa uma coisa: quanto de Sua pessoa pode ser encontrado em nós.

Buscando-se em sua igreja

Eu sou o Alfa e a Ômega, o primeiro e o último. Escreve em um livro o que vê, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. E me voltei para ver a voz que falava comigo; e voltado, vi sete castiçais de ouro, e no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho do Homem» (Apoc. 1:11-13).

O Senhor está no meio dos sete castiçais, no meio das sete igrejas. Quando fala com a igreja em Éfeso, lhe diz que ele é quem tem as sete estrelas em sua mão direita. Ele tem em sua mão as sete igrejas, e ele anda no meio dos sete castiçais de ouro. Por que ele anda? O que o Senhor está procurando no meio deste andar entre os castiçais?

Um castiçal é uma lâmpada, e uma lâmpada que não ilumina, não serve para nada. As lâmpadas existem para dar luz. «Eu sou a luz do mundo» disse o Senhor. E, se as lâmpadas forem iluminar, cada castiçal tem que ter a Sua luz. Quando busca que as lâmpadas brilhem, ele está buscando a sua própria luz.

O Senhor busca a si mesmo; ele está procurando algo dele, porque ele veio para habitar em nossos corações. Quanto dele está se expressando através de nós? Isso é o que ele procura nas sete igrejas.

Éfeso, amor

A primeira igreja é Éfeso. Em seu conjunto, doutrinariamente e quanto a sua obra, ela está correta. Não há problema quanto ao seu trabalho. Mas lhe diz: «Tenho contra ti, que deixaste o teu primeiro amor».

O que o Senhor procura nesta igreja é o Seu amor expresso ali. Não o conceito do primeiro amor de alguém recém-convertido e cheio de entusiasmo, mas Ele mesmo ocupe a primazia do amor.

Este é o padrão de medida da igreja; assim o Senhor quer vê-la. Ele diz: «Não me importa tanto o que faças; está tudo bem o que faz, mas eu procuro um serviço por amor. Se isto não se cumprir, o castiçal deixa de ser, e o tirarei do seu lugar». Passaram os anos, e o testemunho de Éfeso desapareceu. O Senhor buscou a si mesmo, expressado em amor, e não se achou nela.

Alguém disse que há duas epístolas aos Efésios; esta mensagem a Éfeso em Apocalipse poderia ser considerada a segunda carta aos Efésios. Entre uma carta e outra transcorreram uns trinta anos aproximadamente. À medida que os anos vão passando, corremos o risco de fazer as coisas mecanicamente, podemos nos acostumar à linguagem e às atividades que consideramos ‘normais’ em nossa vida de igreja. Que o Senhor nos socorra, para não cairmos em uma miserável rotina.

Quando alguém ama a uma pessoa, é espontâneo com ela. Nós amamos ao Senhor e queremos nos expressar com liberdade diante dele. Que ele, quando vier e examinar a sua igreja, encontre-se ocupando o primeiro lugar em nossos afetos.

Esmirna, fidelidade

A carta a Esmirna é muito breve. A igreja está sofrendo. O Senhor lhe diz que ele é o primeiro e o último, aquele que esteve morto e reviveu, e diz que conhece as suas obras e a sua tribulação e a sua pobreza, mas a consola. «Conheço a tua pobreza (mas tu eres rico)».

Estamos conscientes dessa riqueza? Sim, é verdade, às vezes temos muitas dificuldades, mas sabemos que temos a ele. Que bom é ter consciência desta riqueza. Há tribulação na igreja, e o Senhor lhe diz estas palavras: «Sê fiel até a morte, e eu te darei a coroa da vida». Precioso este consolo da parte do Senhor! Recordemos que sempre houve perseguição e dor para alguma parte do corpo de Cristo. Em muitos lugares do mundo, hoje mesmo, há mártires sofrendo por amor ao Senhor. (Não esqueçamos de orar por eles).

Você está sofrendo? Sejamos fiéis até a morte. O Senhor é o fiel e verdadeiro. Ele foi fiel até a morte, e quando ele procura fidelidade, busca a si mesmo. A fidelidade é uma característica do próprio Senhor Jesus Cristo, e ele recompensará aquela fidelidade em seus santos.

Pérgamo, santidade

Pérgamo significa casamento. Apesar de o Senhor celebrar algumas coisas ali, que os irmãos retêm o nome do Senhor e não negam a fé; no entanto, toleraram doutrinas estranhas, entrou o pecado da idolatria e o mundo se introduziu na igreja. Pérgamo é uma mescla, um compromisso com o mundo. Então, o que o Senhor procura nesta igreja é santidade, separação.

Irmãos, que o Senhor, ao nos examinar, não nos ache mundanizados. Que não nos veja que usamos princípios mundanos seja de governo, de administração ou de inspiração. E menos ainda, que não encontre pecado entre nós. No governo da igreja, as trevas sempre devem ser severamente repreendidas.

Devemos nos afirmar sempre no que Lhe agrada. E no meio da casa do Senhor, sempre temos que lançar fora tudo o que é tenebroso. Amamos ao Senhor, mas aborrecemos as trevas.

A santidade é o que Pérgamo perdeu, e é o que nós nunca devemos perder. Não é fácil nestes dias, pois as tentações são muito grandes. Há trevas que o homem não vê, e nós, como igreja, poderíamos dizer que está tudo bem, mas o que importa é o que o Senhor está vendo. Seus olhos são como chama de fogo; ele nos conhece intimamente.

O Senhor, o fundamento da igreja, é santo; e habita nela, sustenta-a e a deseja, é santo. Em Pérgamo, uma vez mais, ele busca a si mesmo, e por não achar a Sua santidade nela, a igreja recebe severa repreensão. O Senhor reprova tudo aquilo que não é dele e que veio para poluir a sua casa.

Tiatira, submissão

Tiatira tem obras e também paciência. No entanto, há outras vozes ali: a voz de Jezabel se sobrepõe à voz do Senhor. Ela fala, tem opinião própria. Mas, irmãos, a Amada do Senhor, tem que permanecer submissa a seu Noivo celestial; como corpo, deve permanecer submissa a sua Cabeça.

Não é dado à igreja assumir uma posição em matéria social ou de política contingente. Só ela pode dizer: ‘Isto é o que Deus pensa, isto é o que o Senhor diz’.

Nós somos porta-vozes do Senhor, somos mensageiros de Cristo. Um mensageiro não tem opinião própria; ele simplesmente entrega a mensagem que lhe foi encomendada. E nós temos uma mensagem para o mundo: «Arrependam-se e voltem-se», porque o Senhor já passou por cima dos tempos da ignorância, e hoje manda a todos os homens que se arrependam. Tem que se arrepender o pobre e o rico, o jovem e o ancião; tem que se arrepender o mau e também o que acredita ser bom, porque sem Cristo não há salvação.

A igreja deve estar submetida ao Senhor. Tiatira perdeu isso. Aquele que tem olhos como chama de fogo veio para examiná-la e encontrou uma falha neste aspecto de sua pessoa: a submissão. «Em verdade, em verdade vos digo: Não pode o Filho fazer nada por si mesmo, a não ser o que vê fazer o Pai… Não posso eu fazer nada por mim mesmo… porque não procuro a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou, a do Pai» (João 5:19, 30). O Senhor não espera que a igreja seja submissa na base das suas próprias capacidades. A natureza humana é rebelde e obstinada, mas, se tivermos que aprender algo dele é esta formosa e delicada característica do nosso amado Senhor.

Quando ele procura submissão em Tiatira, procura o que ele mesmo é, algo próprio de si mesmo, que os seus devem aprender e expressar para o mundo.

Sardes, vida

Em Éfeso, o Senhor procurou amor, e não encontrou; em Pérgamo, procurou santidade, e não a encontrou; em Tiatira, procura submissão, e não a encontra. E, o que é que ele não achou em Sardes? «Eu conheço as tuas obras, que tem nome de que vives, e estás morto. Sê vigilante, e afirma aqueles que estão para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus». A característica que mais ressalta desta igreja é que tem nome de que vive, mas está morta. A morte está ganhando Sardes; o Senhor esperava encontrar vida, e não a achou.

Damos graças ao Senhor, porque cada vez que nos inquietamos pelas formas, pela rotina, é um sinal de que há vida entre nós. Quando alguma estrutura, forma ou rotina começa a nos incomodar, destruamo-la sem temor. Irmãos, as formas são apenas isso – formas. Que o Senhor nos liberte de nos agarrarmos a elas; procuremos, ao contrário, expressar sempre a sua vida.

Oh, irmãos, que o Senhor socorra à igreja, porque o que importa é que ele é o Caminho, a Verdade e a Vida; ele é a Ressurreição e a Vida! Quando ele examina a sua igreja, quer encontrar sua vida na igreja. Se a vida de Cristo se manifestar, os homens terão apenas duas opções: ou se submetem e reconhecem ao Senhor, ou nos aborrecerão. E caso zombem, a Deus darão conta, e nós estaremos tranquilos servindo ao Senhor.

Reunimo-nos sempre para exaltar o glorioso nome do Senhor. O Senhor nos liberte de formas estranhas, de coisas extravagantes, que não têm sentido. Que seja notada a vida poderosa do Senhor Jesus Cristo sem acrescentar coisas estranhas. Somos do Senhor, amamos a ele, e a única coisa que tem verdadeiro valor é o próprio Cristo. O Senhor nos liberte de ter aparências. Ele vem e quer encontrar a sua vida. Que nunca nos aconteça de termos nome de que vivemos, mas que na verdade estamos mortos.

Quanto da vida de Cristo há na igreja? Isso é o que o Senhor procura – vida. Quando há vida, há saúde; quando há vida, há reprodução; quando há vida, há inquietação. E a vida sempre quebrará as estruturas mortas.

É fácil tomar uma forma de culto, uma liturgia, uma forma de reunião, e nos agarrarmos a ela. Irmãos, é fácil criticar as formas dos outros, mas não percebemos que nós também a temos. Cuidado, devemos ser mais livres! O Senhor quer quebrar essa religiosidade. A vida é livre. Quando alguém está doente, torna-se rígido. O que é que importa, então? Se a vida de Cristo está fluindo, não deveria haver nenhum temor ao exame do Senhor. Que não nos encontre apenas com aparências, a não ser vivendo realmente a sua vida.

«Eu vim para que tenham vida em abundância…Cristo vive em mim…Para que habite Cristo pela fé em vossos corações…Cristo, nossa vida…para mim o viver é Cristo…Cristo em nós…Cristo formado…», etc. Estamos familiarizados com estas expressões do Espírito Santo no Novo Testamento. O Senhor tem pleno direito de buscar-se a si mesmo, de procurar Sua vida na igreja.

Filadélfia, perseverança

Em Filadélfia, o Senhor procura perseverança. Ele está contente com a igreja que confessa o seu nome e guarda a sua Palavra, e ele a guardará também da provação que há de vir sobre o mundo inteiro. Mas em seguida lhe diz: «Retenha o que tens, para que ninguém tome a tua coroa». Reter o que se tem, isso é perseverança.

Éfeso não reteve o amor; o amor foi roubado. Em Pérgamo, a santidade foi roubada; em Tiatira, a submissão foi roubada; em Sardes, a vida foi roubada. Filadélfia, que não te aconteças o mesmo; que não percamos o que o Senhor nos deu. Estamos confessando o seu nome? Sigamos proclamando-o. Estamos guardando a sua palavra? Prossigamos. Estamos nos amando? Sigamos neste caminho de amor.

O estado em que o Senhor encontrou a sua igreja em Filadélfia agradou o seu coração. Não se percebe um tom de repreensão em suas palavras; no entanto, a exortação para reter o que eles tinham, para que ninguém tomasse a sua coroa, constitui uma séria advertência: seus privilégios são suscetíveis de se perder.

Se, porventura, percebemos a paz do Espírito Santo em nossa vida e serviço ao Senhor, tanto individual como corporativamente, se houver frutos e elogios por parte de quem se encontra beneficiados por nosso trabalho, se soberanamente se abrirem portas e gozamos vendo a mão benfeitora do Senhor a favor de seu povo, é a hora de temer, nunca de envaidecer-se, pois tudo que temos o recebemos de graça (1ª Cor. 4:7).

Eis aqui a importância da perseverança. Nosso Senhor perseverou até o fim, agradou ao Pai sempre. Diante do fruto que provocou a admiração das multidões, refugiou-se na intimidade com seu Pai, no deserto. Nas horas mais duras, até o último momento de render a sua vida, foi perseverante. Hoje persevera intercedendo fielmente por cada um de nós. Procurar perseverança na igreja não é senão buscar a Si mesmo, em um dos seus aspectos mais finos.

Muitas «Filadélfias» existiram, sem dúvida, em diversos períodos da história. A pergunta que devemos nos fazer é: Eles perseveraram em reter o que tinham recebido? Qual foi o resultado do seu testemunho através dos tempos?

Humildade e temor de Deus estão associados à perseverança. Aqueles que mais têm sido prospero no ministério, mais humildes e temerosos hão de ser diante dos olhos do seu Senhor, sendo este o selo da sua perseverança. Todo orgulho e relaxo, em seus servos em particular e em sua igreja corporativamente, conduzirá irremediavelmente a um precipício de frustração do qual dificilmente poderão ser recuperados. (Com razão muitos afirmam que «toda Laodicéia não é mas que uma Filadélfia caída»).

Laodicéia, realidade

Alguém disse que Laodicéia era a pior de todas as igrejas. É uma mensagem conhecida. «Eu sou rico, e tenho me enriquecido, e de nada tenho necessidade; e não sabes que tu és um desventurado, miserável, pobre, cego e nu». É uma igreja que teve tudo e perdeu tudo, mas não se deu conta disso.

Irmão, que nunca lhe aconteça isto individualmente e que nunca nos ocorra isto como igreja. Sintamos sempre que temos que crescer e aprender mais. Sintamos sempre que o Senhor, quando vier, tem que encontrar entre nós amor, fidelidade, santidade, perseverança, submissão, vida.

O que é que o Senhor busca em Laodicéia? Realidade. Tinham riqueza, porque eram igreja. Supomos que invocavam o nome do Senhor, que tinham a melhor doutrina e que tinham estudado a sua Palavra. Tiveram muita riqueza, mas não perceberam que a perderam. E por que dizemos que eles perderam tudo? Porque, em seguida, o Senhor diz: «Eu estou à porta, e chamo». Quando alguém está à porta, é porque está fora. E se alguém chama é porque está esperando que lhe abram para entrar. Aqui o Senhor busca a si mesmo, e não se encontra. Ele não está! Que desgraça!

Que o Senhor guarde a todos nós, e que em nenhum dia chegue a nos ocorrer isto. O Senhor livre também às novas gerações! Não vamos nos entreter com a forma de fazer as coisas, e que o Senhor não seja achado entre nós. Que o Senhor socorra a todos! Se nós fôssemos os juízes, estaríamos tentados a lhes apontar com o dedo, dizendo: ‘Com esses irmãos, eu não me reunirei nunca. Não vou cantar o que eles cantam nem vou ler o que eles leem’.

Mas, olhemos para o Senhor em Apocalipse 3:19. «Eu repreendo e castigo a todos os que amo». Aqui, custa para nós entender este amor. Eles tinham se desviado, haviam perdido tudo, deixaram-se roubar, não tinham vida, não tinham realidade; eram apenas aparência. No entanto, o Senhor lhes diz: «Eu repreendo e castigo a todos os que amo».

«Vomitar-te-ei da minha boca (dura repreensão), mas continuo te amando». Quão grande é o amor do Senhor! Resistamos toda mornidão entre nós. Que haja realidade em cada coração, em cada família. Que não tenhamos um culto dominical e uma semana mundana, uma canção linda no domingo e, em casa, os casais não se suportam. Que sejamos crentes não só nas reuniões. No trabalho, no negócio, em tudo, seguimos sendo a igreja que ama e adora ao seu Senhor.

Amor que se antecipa

Com quanto amor vem o Senhor, antecipadamente, para nos dizer o que é o que ele espera encontrar em nós! Fala-nos em sete palavras: Éfeso, amor; Esmirna, fidelidade; Pérgamo, santidade; Tiatira, submissão; Sardes, vida; Filadélfia, perseverança; Laodicéia, realidade.

Ele procura o essencial. Quando o Senhor examina as igrejas, espera encontrar a si mesmo, expresso nestes sete conceitos, que correspondem a Cristo formado na vida dos crentes. Que assim seja com todas as igrejas. Que o Senhor nos liberte de toda forma externa com irrealidade interna.

O dia do tribunal de Cristo virá. Que sério será aquele dia! Hoje, você pode escutar esta palavra e não atentar para ela, ir para a sua casa e esperar um novo sermão no próximo domingo. Mas, irmãos, um dia muito sério e definitivo está por vir adiante, e o Senhor nos adverte antecipadamente.

Deus não vai permitir que aquele que diz ser crente, ou que algo que diz chamar-se igreja, seja associado com frieza mecânica, com pecado, com irrealidade, com obstinação e com morte. O Senhor deixará claro, diante de toda consciência, o que é dele e também aquilo que não é dele. É Deus quem está removendo as velhas estruturas e manifestando a falsidade das formas, para que os homens procurem e encontrem realmente ao Senhor.

Síntese de uma mensagem oral ministrada em Temuco, em Dezembro de 2012.

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