A vinda do Senhor

«Vem Jesus!», um clamor que raras vezes se ouve na igreja de hoje.

David Wilkerson

Quando eu era um menino, o clamor da igreja era: «Vem, Senhor Jesus! Voltará como um ladrão na noite, quando menos você o espera. Virá em um abrir e fechar de olhos, quando soar a trombeta. Esteja preparado todo o tempo!».

Através dos anos de minha adolescência, este clamor era ouvido em cada reunião de domingo. Cada evangelista que vinha pregar na igreja de meu pai, tinha uma inspiradora mensagem sobre a volta de Cristo. Suas expressões foram impregnadas com fogo em minha memória. A mensagem fez crescer em mim uma espera e temor santo. Aprendi a viver esperando a volta do Senhor a qualquer momento.

Este clamor «Vem Jesus» é raras vezes escutado na igreja de hoje. Não me recordo a última vez que ouvi uma mensagem a respeito da vinda do Senhor. Como resultado, quando olho para o corpo de Cristo, vejo pouca expectação pelo Senhor. Infelizmente, apenas uns poucos servos retos parecem desejar e procurar a sua aparição.

De fato, entre muitos cristãos há uma nova posição sobre esta matéria. O pensamento é: «Jesus não vem». Já escutamos isso por anos. De todas as profecias que precisam cumprir-se antes de sua volta, apenas umas poucas aconteceram. Por que, então, deveríamos esperar a sua aparição? Todas as coisas seguem como sempre.

A Bíblia advertiu sobre esta mesma inclinação. Pedro disse que nos últimos dias viriam zombadores mofando da mensagem da volta de Cristo: «Saibam acima de tudo que nos últimos dias virão zombadores, andando segundo as suas próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa do seu advento? Porque desde o dia em que os pais dormiram, todas as coisas permanecem assim como desde o começo da criação» (2ª Ped. 3:3-4).

Incrivelmente, muitos temem a súbita volta de Cristo. Só o pensar que a sua vida chegará ao seu fim e ter que enfrentar o julgamento, é tão espantoso que o retiram das suas mentes. Você poderá perguntar: Como isto pode acontecer entre os crentes? Segundo Pedro, suas vidas estão dominadas por paixões: «andando segundo as suas próprias paixões» (3:3).

Pense a respeito do que Pedro está dizendo: Se você se agarrar a um pecado íntimo, não vai querer saber sobre a mensagem da volta de Cristo. A ideia de que Jesus virá e lhe julgará, é o pensamento mais espantoso que qualquer pecador pode ter. Assim você terá que ridicularizar a ideia de ter que parar-se diante de Deus, com a paixão que lhe consome, e lhe prestar conta.

A mensagem de Pedro para nós é claro. «Isto é o que está por trás de toda ligeireza com que se toma a vinda de Cristo: uma zombaria da lei de Deus. É uma aversão ou ódio pela Bíblia, um desprezo aos Dez Mandamentos, um menosprezo para com o evangelho. Essa é a causa por trás de toda desobediência, ostentação de pecado e impotência da igreja. Zombadores estão pregando uma nova mensagem: «Cristo não vem. Não há um dia de julgamento final. Todas as coisas continuam como estiveram por anos. Você não tem que temer um dia de juízo».

Precisamente como Pedro profetizou, esses zombadores estão aqui hoje. Eles não zombam da lei terrena. Zombam das leis de Deus. Vemos isto na maneira que apoiam a destruição do matrimônio entre um homem e uma mulher. O seu enfoque não é a Constituição, mas a Palavra de Deus. E estes zombadores estão nas mais altas posições: no Congresso, nas cortes, nas academias e nas escolas, e também nos seminários bíblicos.

Por causa destas desenfreadas desobediências, as pessoas estão infestadas com uma obstinada cegueira. Aos zombadores podemos ouvir-lhes dizendo: «Todas as coisas continuam de uma maneira metódica. O sol subirá amanhã a sua hora e as estações vão e vêm. Todas as advertências que escutamos no passado ainda não ocorreram. De maneira que, nada deverá lhe inquietar. Satisfaça-se e desfrute. Faça algo que lhe permita ser feliz».

Tenho que balançar a cabeça diante disto. Como qualquer um pode dizer que viva hoje porque as coisas seguem como sempre foram? Pense no absurdo desta afirmação, nestes tempos tão aterradores. Terroristas destruíram as Torres Gêmeas em Nova Iorque. Fizeram voar uma estação de trens na Espanha. E estão decapitando pessoas no Oriente Médio.

Tem-se dito que um genocídio maciço, como o Holocausto, não poderia acontecer jamais em nossos dias. No entanto, uma matança de 700.000 inocentes de Ruanda foi efetuada por seus próprios concidadãos faz uns poucos meses. O SIDA está matando milhões na África, China, Índia e outras nações. Países patifes, com a bomba de hidrogênio, estão preparados para tomar ao mundo como refém. Além disso, há um novo surto de enfermidades mortíferas, como o SARS e Ebola, que consomem a carne das pessoas em poucas semanas.

Todas as coisas continuam como sempre? Que obstinada ignorância! Isto deveria ser claro mesmo para os ímpios, que o Senhor esteja sacudindo todas as coisas que podem ser sacudidas. E o que vem em um futuro próximo é muito terrível para pensá-lo.

No entanto, enquanto todas estas coisas acontecem, há uma força, um poder não visto, que trabalha na terra. É um poder que nenhum homem pode escapar ou ignorar. Falo do poder do Espírito Santo. Ele é o administrador de Cristo na terra. Ele foi enviado para encher de poder os justos e convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo.

O Espírito Santo conhece exatamente por que o Senhor não veio ainda. Isto é porque o nosso Senhor é paciente. Ele é paciente para com os pecadores, disposto para que nenhuma pessoa pereça. Em sua misericórdia, ele está esperando pelo arrependimento do mais vil pecador. E por essa mesma razão é que o Espírito Santo não retrocede em sua tarefa. Você pode mofar-se dele ou tratar de pô-lo de lado, mas, o Espírito vem uma e outra vez, convencendo de pecado e revelando a verdade de Cristo.

Isto já aconteceu no Pentecostes. Agora, no encerramento da era, o Espírito Santo está fazendo um clamor final, de meia noite: «Vem Jesus». Os islâmicos e hindus ouvirão este clamor. Os ateus o ouvirão. Todos os pecadores e santos, judeus e gentios, o ouvirão. Esta verdade será proclamada às nações.

Você pode perguntar: «Sobre que tipo de vinda do Senhor está falando? Está referindo-se a um rapto secreto? Está se referindo à volta pré-tribulação, na metade da tribulação, ou pós-tribulação? Ou quer dar a entender que Jesus virá no final dos tempos?».

Alguns cristãos creem que Jesus evacuará subitamente da terra o seu povo, que chamam de um rapto. Outros ensinam que Cristo virá na metade do período conhecido como a Grande Tribulação. Este período se estende por sete anos e será marcado por terror e caos como nunca foi visto no mundo. Outros creem que Jesus virá no final deste período de sete anos de tribulação. Ainda outros ensinam que Cristo retornará no final de todas as coisas.

Há eruditos bíblicos respeitados em cada um destes campos. No entanto, há uma coisa em que todos os cristãos podem estar de acordo: Jesus mesmo disse que nenhum homem conhece o dia nem a hora de sua vinda, nem ainda os anjos. E para o verdadeiro amante de Cristo, o tempo de sua volta não é um ponto em questão. Tais servos estão preparados para irem a qualquer momento, seja através de um rapto súbito ou na metade da tribulação. Não lhes importa se tiverem que suportar terríveis tribulações e sofrimentos. Eles confiam que o próprio Jesus, que os sustentam a cada dia, lhes ajudará através de todas as coisas. Eles vivem em constante espera por sua volta.

Não, existe um assunto maior trabalhando aqui. E esse é o malvado pensamento que Satanás implantou em muitos que acreditam ser verdadeiros crentes. O demônio sussurrou uma suja mentira nos ouvidos de multidões do povo de Deus: «Cristo tem demorado em sua vinda».

Em Mateus 24, Jesus disse uma parábola a respeito de estar preparados: «portanto, também vós estejais preparados, porque o Filho do homem virá à hora que não pensais. Quem é, pois, o servo fiel e prudente, ao qual pôs o seu senhor sobre a sua casa para que lhes dê o alimento a tempo? Bem-aventurado aquele servo ao qual quando o seu senhor vier, ache-o fazendo assim. Em verdade vos digo que sobre todos os seus bens o porá. Mas se aquele servo mau diz em seu coração: Meu senhor demora para vir, e começa a espancar os seus conservos, e ainda a comer e a beber com os bêbados, virá o senhor daquele servo em um dia em que este não espera, e à hora que não sabe, e o castigará duramente e porá a sua parte com os hipócritas; ali haverá choro e o ranger de dentes» (Mat. 24:44-51).

Note que aqui Jesus está falando de servidores, o que significa crentes. Um servidor é qualificado de fiel e o outro de mau. O que faz o último servidor para ser mau diante dos olhos de Deus? De acordo com Jesus, trata-se de algo «que ele disse em seu coração» (24:48). Este servidor não fez conhecer o seu pensamento nem pregou sobre isso. Mas, ele pensou. Tinha vendido o seu coração a uma mentira demoníaca, «O Senhor demora a sua vinda». Note que ele não diz, «O Senhor não vem», mas sim «ele demora a sua vinda». Em outras palavras: «Jesus não virá súbita ou inesperadamente. Não retornará em minha geração».

Este «servo mau» é claramente um tipo de crente, possivelmente alguém no ministério. Foi ordenado «vigiar» e «estar preparado» «porque à hora que não pensais o Filho do homem virá» (Mat. 24:44). Mais ainda, este homem tranquilizou a sua consciência ao aceitar a mentira de Satanás.

Jesus nos mostra o fruto deste tipo de pensamento. Se um servidor é convencido que o Senhor demora em sua vinda, então não vê a necessidade de viver retamente. Não se vê obrigado a viver em paz com os seus conservos. Não vê a necessidade de preservar a unidade em seu lar, no trabalho nem na igreja. Poderia ferir seus conservos, acusá-los, sustentar ressentimentos, destruir suas reputações. Como diz Pedro, este servidor é conduzido por suas paixões. Deseja viver em dois mundos, consentindo em uma má vida enquanto crê que está isento de justo juízo.

Paulo escreveu: «Com respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e nossa reunião com ele, rogamos-lhes, irmãos, que não vos deixeis mover facilmente do seu modo de pensar, nem vos conturbeis, nem por espírito nem por palavra nem por carta como se fora nossa, no sentido de que o dia do Senhor está perto»(2ª Tes. 2:1-2).

Os zombadores dizem: «Veja, alguém na igreja primitiva sacudiu aos crentes com a mensagem que Cristo já viria. Então, Paulo lhes disse: «Não, não se preocupem com isso. Não permitam que isto lhes incomode nem vos inquietem».

Mas, isso não é o que o original grego revela. A raiz da palavra é «não vos deixeis mover facilmente… que o dia do Senhor já veio». O que perturbava os Tessalonicenses foi o pensamento que Cristo já tinha vindo e que eles o tinham perdido.

Paulo lhes assegura no próximo versículo: «Ninguém vos engane de maneira nenhuma! Pois não virá sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem de pecado, o filho da perdição» (2:3). Paulo estava mostrando os seus temores quando disse: «Não se preocupem, porque duas coisas têm que acontecer primeiro».

Assim, qual foi a teologia primária de Paulo sobre a volta de Cristo? Encontramo-la em duas passagens: «E isto, conhecendo o tempo, que é já hora de nos levantar do sono, porque agora está mais perto de nós a nossa salvação que quando cremos. A noite está avançada e se aproxima o dia. Desprezemos, pois, as obras das trevas e nos vistamos das armas da luz» (Rom. 13:11-12). «Vossa moderação seja conhecida de todos os homens. O Senhor está perto» (Flp. 4:5). Paulo está clamando, «Despertem! Já chegamos à meia-noite. A vinda do Senhor está próxima, assim, avivem-se a si mesmos. Não sejam preguiçosos. Jesus vem para aqueles que o esperam».

Os céticos podem perguntar: «Mas, o que há a respeito das próprias palavras de Paulo? Ele disse que duas coisas deveriam acontecer antes da volta de Cristo. Primeiro, o Senhor não pode vir até que uma grande apostasia aconteça. E segundo, o Anticristo tem que levantar-se e proclamar-se como Deus. Temos que ver o Anticristo sentado no templo, mandando que as pessoas o adore, antes que Jesus venha».

Antes de tudo, você tem que estar voluntariamente cego para não ver uma impetuosa apostasia afligindo ao mundo inteiro. A incredulidade está varrendo através de todas as nações, com os crentes abandonando a fé por todos os lados. A apostasia a que Paulo se refere, claramente já chegou.

Note aqui as palavras de Paulo: «O mistério da iniquidade já está em ação» (2ª Tes. 2:7). Qual é o mistério da iniquidade? É andar sem lei, ingovernável. É um espírito de caos, que não respeita a lei de Deus. E é pela mesma razão que Deus destruiu a terra com o dilúvio, por causa da violência e rebeldia dos homens.

Se apenas tiver incrementado a desobediência que Paulo viu em seu dia, não é de surpreender que as pessoas decentes de hoje estejam alarmadas e temerosas pelo que vê que está passando. Leis e instituições que por eras mantiveram a sociedade de cair no caos estão sendo derrubadas a torto e à direita e sinistramente.

Paulo disse disto: «apenas que há quem no presente o detém, até que ele de uma vez seja tirado do meio» (2:7). Ele nos está dizendo: «Há um poder em ação que constrange, reprimindo o caos. Mas, aquele que constrange logo será tirado». O Espírito sempre estará aqui para cumprir a sua missão. Mas, o seu ministério de constranger será «tirado» ou levantado».

Não posso pensar em nenhum poder capaz de reter a desobediência, que não seja o Espírito Santo. Considere o que acontece à sociedade, quando o Espírito Santo tira a pressão de seu poder constrangedor. Cada instituição, do governo até a família, descontrola-se totalmente. Não posso imaginar o que aconteceria com Nova Iorque se o Constrangedor não fizer retroceder a erupção da maldade. Não desejaria estar próximo desta cidade se o Espírito Santo não está operando.

Além disso, vemos um espírito de desobediência operando por todo o mundo. As forças do Anticristo já estão se amontoando e revelando-se do mesmo modo, nos altos níveis. Agora mesmo, a União Europeia está estabelecendo uma constituição que nega por completo a Deus. Um ministro pentecostal esta hoje preso na Suécia por pregar contra a homossexualidade. Isto apenas é um sinal claro de como está o cenário.

Você pode dizer: «Sim, mas, Paulo claramente disse que Jesus não pode vir até que o anticristo esteja no poder». Não obstante, considere o que a Escritura diz: «Quem é o mentiroso, a não ser o que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, pois nega ao Pai e ao Filho» (1ª João 2:22). De acordo com João, o anticristo é qualquer que nega ao Pai e ao Filho. Mais ainda, ele diz que o incremento de tais anticristos, é prova que estamos mesmo vivendo os últimos dias.

Em resumo, nada está atrasando a volta de Cristo. Pense no terrorismo mundial, a deificação do indivíduo, os agressivos ataques ao matrimônio e os valores piedosos. Pense na brutalidade islâmica, homossexuais combatentes, a baixeza da televisão e o cinema, espalhando vexação as crianças. Uma diocese católica da costa oeste se declarou em bancarrota, incapaz de pagar a sentença de milhões para sessenta meninos vítimas de vexação por um sacerdote.

Considere que tudo isto, até agora, esteve debaixo de refreamento. Pergunto-lhe, o que acontecerá quando Deus disser ao Único que tudo constrange?: «Tira a sua mão que impede. Deixa-os seguir o seu curso até o máximo». Paulo dá uma figura disto, «…até que ele de uma vez seja tirado do meio. E então se manifestará aquele ímpio…» (2ª Tes. 2:7-8).

O Espírito Santo sabe o que vai em seguida tomar o lugar, quando já não haverá mais freio. Cada homem se entregará às suas paixões. Cada religião militante forçará seus deuses sobre outros. Cada coisa santa será desprezada. Cada lei será quebrada livremente. E a igreja apóstata pregará a mais corrupta, e detestável doutrina do inferno.

Tudo está em seu lugar para que isto aconteça agora mesmo. A maior apostasia tem coberto a terra. O eu tomou o trono do coração dos homens. E em um curto tempo, quando o Constrangedor se for, virá o que Paulo chama «um poder enganoso, para que creiam na mentira…» (2ª Tes. 2:11).

Qual é esta mentira? É a cega aceitação que qualquer que vem no nome de Jesus fala por Deus. Surgirão falsos mestres que reconhece a Cristo como um bom homem, mas, não como Deus: «que terão aparência de piedade, mas negarão a eficácia dela» (2a Tim. 3:5). Aqueles que seguem a estes enganadores serão arrastados para outro Jesus, para outro evangelho. A cegueira abundará rapidamente; alcançando multidões, incluindo a aqueles que uma vez foram despertados pelo Senhor.

Por que Deus vai deter aquele que constrange? Paulo diz: porque «eles… não creram na verdade, mas que tiveram prazer na injustiça» (2a Tes. 2:12). Agora mesmo, estamos vendo como o constranger do Espírito Santo é levantado cada dia que passa.

Em Apocalipse, Jesus anuncia: «Cedo venho! Bem-aventurado o que guarda as palavras da profecia deste livro» (Apoc. 22:7). Cinco versículos mais adiante Cristo diz: «Venho logo, e meu galardão comigo, para recompensar a cada um conforme for a sua obra» (22:12).

Aqui está o clamor de quem olha com expectação a volta de Jesus: «O Espírito e a Esposa dizem: Vem!» (22:17). Isto se refere à noiva de Cristo, formada pelo corpo de crentes de todo o mundo, sob o seu Senhorio. Todos estes servidores são nascidos de novo, limpos com o sangue de Jesus.

Você pode perguntar: «Compreendo que este seja o clamor do coração dos crentes. Mas, por que o Espírito também clama a Jesus: Vem?». É porque esta é a última oração do Espírito Santo, sabendo que a sua obra na terra está quase terminada. Como Paulo ou Pedro, a quem Deus disse que o seu tempo era curto, o Espírito clama da mesma maneira: «Vem, Senhor Jesus».

Então, onde escutamos hoje este clamor do Espírito? Este vem através daqueles que estão assentados com Cristo nos lugares celestiais, que vivem e caminham no Espírito, e os seus corpos são templos do Espírito Santo. O Espírito clama em e através deles: «Apressa-te Senhor, venha».

Permita-me lhe perguntar: quando foi a última vez que orou, «Senhor Jesus, vem rapidamente, vem logo»? Pessoalmente, eu não recordo fazer esta oração. O fato é que eu nunca soube que poderia apressar a vinda de Cristo, permitindo ao Espírito que ore isto através de mim. No entanto, Pedro nos oferece provas desta incrível verdade, «esperando e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, no qual os céus, acendendo-se, serão desfeitos, e os elementos, sendo queimados, se fundirão» (2ª Ped. 3:12). No grego a frase: «apressando-vos… para a vinda do dia», significa «dar mais diligência, apurar, urgir». Pedro diz que as nossas orações expectantes apuram, apressam ao Pai para que envie rapidamente a seu Filho.

Somente um assunto está impedindo este glorioso evento. É um assunto não resolvido. «O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia, mas é paciente para conosco, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento» (2ª Pedro 3:9).

A paciência misericordiosa do Senhor dita o horário da sua volta. Portanto, isto significa que não deveríamos orar por sua vinda? De maneira nenhuma. Cristo mesmo nos diz no evangelho de Marcos, «porque aqueles dias serão de tribulação qual nunca houve desde o começo da criação que Deus fez, até este tempo, nem haverá. E se o Senhor não abreviasse aqueles dias, ninguém seria salvo, mas por causa dos escolhidos que ele escolheu, abreviou aqueles dias» (Mar. 13:19-20). Imagine o que pode acontecer se, através de todo o mundo, a noiva de Cristo despertasse e orasse no Espírito: «Jesus, vem».

No entanto, eu creio que o mundo se dirige para um irrefreável caos, e que Cristo vem logo, então o meu clamor deve ser dirigido a minha família e amigos que não estão preparados. Seria hipócrita de minha parte orar para que Jesus viesse, e não orar para que meus entes queridos estejam preparados para esse dia. Minha oração deve ser, «Vem, Senhor. Mas, primeiro, dá a minha família e amigos perdidos, ouvidos para ouvir. Salva-os, salva os perdidos».

Ponha de lado, por um momento, todas as doutrinas a respeito da vinda de Cristo. Considere o profundo clamor do homem ou da mulher que ama a sua aparição. «Então o veremos face a face. O contemplaremos» (Ver 1ª Cor. 13:12). A vinda de Cristo não deve lhe perturbar. Deve te emocionar. Se você realmente amar a alguém, deseja estar próximo dessa pessoa. Pode imaginar o que será para Jesus, chamá-lo pelo seu nome?

Imagine um casal recém-casado e o marido é chamado longe por um longo período, possivelmente por negócios ou assuntos militares. Então diz à sua noiva: «Retornarei, mas, não sei quando. Aqui está o endereço onde pode me encontrar».

Pelos primeiros anos, essa noiva escreve frequentemente a seu marido, com lindas cartas de amor. No entanto, nunca lhe diz: «Por favor, vem logo». Passam dez anos, depois vinte, e lhe escreve cada vez menos. Mas, nunca lhe diz: «Venha rapidamente; eu lhe suplico isso. Necessito dos seus abraços, preciso ver a sua face. Estou orando por seu breve retorno».

Este é um quadro da igreja de hoje. Como podemos dizer a Cristo que o amamos e sentimos saudades, se nunca orarmos para que venha por nós? Como é que nunca lhe expressamos que deve voltar logo e nos levar com ele, para que assim possamos estar em sua constante companhia? Como é que não podemos lhe dizer, «Eu já não posso seguir dirigindo isto sem que esteja aqui? Não quero estar afastada de ti».

No meio destes tempos, ouço a Jesus dizer: «Certamente, breve venho» (Apoc. 22:20). E ouço a noiva de Cristo responder: «Amém! Vem, Senhor Jesus!» (22:20).

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