Cristo, plenitude de Deus

O Espírito Santo não descansará até que, na verdade, sejamos cheios da plenitude de Deus.

Gonzalo Sepúlveda

Leituras: Atos 1:8; 2:1, 4. Efésios 3:19;4:13. Salmos 16.

O Senhor Jesus foi exaltado pelo Pai, porque esta era a promessa: «Assenta-te a minha mão direita, até que eu ponha a teus inimigos por estrado dos teus pés».

Reunimo-nos porque há um nome que é sobre todo nome. Cantamos, adoramos e nos abraçamos, porque desfrutamos de uma gloriosa realidade: há um milagre operado pelo Espírito de Deus nos corações dos crentes. Somos crentes!

«...recebereis poder», disse o Senhor. E se hoje estamos sustentados, é pelo poder do Senhor. E se formos seguir fiéis até o fim, nunca será por nossas forças; sempre será pelo poder daquele que, tendo efetuado sua obra completa na terra, subiu vitorioso aos céus, recebeu a promessa do Pai e derramou o Espírito Santo sobre os homens.

Que efeito foi produzido no dia do Pentecostes? Naquele momento, uma multidão se reuniu por curiosidade. Tinham vindo a uma festa religiosa em Jerusalém, e compareceram, ao escutar um estrondo, como um trovão, como um vento tempestuoso, e encontraram com um grupo de pessoas falando como se estivessem bêbado.

Mas eles disseram: «Não estamos bêbados; este é o cumprimento da promessa de Deus. Não estamos loucos; somos as pessoas mais inferiores da terra. Só que fomos beneficiados pelo cumprimento da profecia de Joel».

E tendo ouvido a palavra sobre o Salvador, o que o Espírito Santo fez, irmãos? Três mil pessoas foram convertidas, receberam a Cristo, receberam a salvação, e o Espírito Santo encheu também a todos eles. Irmãos, a promessa também é para todos nós, para aqueles que hoje crêem no Filho de Deus. Graças ao Senhor pela obra do Espírito Santo em nossos corações!

Bendito Espírito Santo! Com fidelidade, fez a sua obra através dos séculos. Desde que foi derramado, não houve neste planeta uma só geração que não tenha recebido o Seu testemunho e conhecido as Suas obras. A história do cristianismo tem passagens muito negras. A história externa é conhecida, o obscurantismo, os dias de grandes crises; no entanto, o Senhor sempre teve as suas testemunhas.

«...recebereis poder ... e ser-me-eis testemunhas». O Senhor teve testemunhas durante todas as eras. E agora que se aproxima o tempo do seu retorno, nós somos as suas testemunhas sobre a terra. Gloriamo-nos em Cristo Jesus. É precioso o nome do Senhor Jesus! Esperamos-lhe, e não nos envergonhamos, porque há um poder dentro de nós, há uma testemunha fiel e verdadeira dentro de nós. Bendita realidade é Cristo para nós, como um fogo que arde dentro dos nossos corações!

Quem fez isso foi o Espírito Santo, veio acender os corações apagados, veio dar vida a nós que estávamos mortos, veio iluminar a nós que ignorávamos os caminhos do Senhor. Tirou-nos das trevas, trouxe-nos para a luz. Estamos em um caminho que é de luz, de vida, de graça, e de poder. E muito em breve estaremos com o Senhor, e esperamos reinar com ele. Além deste mundo, quando todas as aparências deste mundo estiverem mortas, quando todo o removível for removido, então ficará o irremovível. E o irremovível é a Rocha eterna. Nessa Rocha estamos fundados. E esta é a Rocha: Que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivente!

Falamos assim, porque não estamos sozinhos; cantamos assim, porque temos uma realidade dentro de nós. Nos abraçamos, não por costume, mas porque de verdade o amor de Deus foi derramado em nossos corações. Não estamos falando de teorias. Ainda que esteja escrito na Bíblia, a Bíblia deixou de ser para nós um livro que está do lado de fora; a lei foi escrita em nossa mente e em nosso coração.

Hoje vivemos pelo Espírito, porque o Senhor despertou o nosso espírito. O Senhor reparou este instrumento, que esteve morto, apagado por muito tempo. Mas hoje em dia o nosso espírito vive, ungido pelo Espírito de Deus. E graças à obra do Espírito Santo, podemos ver o Santo; os nossos olhos foram abertos para vê-lo. Graças ao Senhor pelo Espírito Santo, que inspirou as Escrituras, que deixou o testemunho suficiente para que cressemos nele, para que lhe sirvamos.

Trabalho pendente

Irmãos, devemos ter muito claro o que o Espírito Santo já tem feito, o que hoje está fazendo, e o que ele fará sem sombra de dúvidas. Há coisas que ainda não alcançamos, que ainda não são uma realidade em nós. Queríamos falar um pouco disso também. Se só repetíssemos o que o Senhor já tem feito, estaríamos dando voltas no mesmo ponto; mas ele quer nos levar adiante, para a perfeição.

Há coisas que não estão realizadas ainda. E devemos aspirá-las, devemos sonhá-las, devemos desejá-las. Devemos desejar com todo o nosso coração a plenitude do Senhor. Graças ao Senhor pelo que o Espírito já tem feito. Revelou-nos a sua Palavra, revelou a seu Filho, revelou-nos o poder do sangue do Cordeiro, revelou-nos a nossa salvação. Somos salvos; os nossos nomes estão inscritos no livro da vida do Cordeiro. A nossa segurança está na palavra do Senhor, em seu Espírito, na obra consumada da cruz, em sua morte e ressurreição. Glória ao Senhor pelo que já tem feito!

Mas o Espírito Santo segue trabalhando. Ele está muito ativo em nossos corações, trabalhando em cada um de nós; porque esta revelação é crescente. Nós, no Senhor, não chegamos a um conhecimento para ficar só ali. Sempre estamos crescendo na obra do Senhor.

Girando ou avançando?

Devemos nos preocupar se a nossa vida começar a dar voltas. Recordemos que os israelitas estiveram quarenta anos girando no deserto, e isso deixou manifesta a dureza dos seus corações. Por isso não entraram na terra prometida, e toda uma geração ficou sepultada no deserto. Teve que levantar uma nova geração, e eles sim entraram em cumprimento do propósito do Senhor.

Irmãos, que nenhum de nós seja achado dando voltas, girando em torno do conhecimento de três ou quatro verdades da Bíblia, e aí ficarmos, e nos conformarmos com isso. Já temos o perdão dos pecados, já temos a salvação, e ficamos com isso, sempre pensando em encher o nosso vazio, sempre pensando em nosso próprio benefício.

Muitos cristãos hoje fracassam porque ficam girando em torno de suas próprias vidas. Eles estão procurando a Deus só para que lhes supra alguma necessidade particular. Se isto nos ocorrer, então nos desfocamos do Senhor, e começamos a girar em torno das nossas carências. Se você considerar que lhe faltam ‘coisas’, você deixou de olhar para o Senhor e só está olhando para si mesmo. E o Espírito Santo não tolerará essa atitude em seu povo.

O Espírito Santo anseia por nós até o ciúmes, ele nos quer para o Senhor. Não quer que sejamos pessoas bem-sucedidas. Muitos cristãos estão tratando de ser bons cristãos, e em seu desejo de sê-lo, fracassam; em seu desejo de perfeccionismo, fracassam. Porque estão somente procurando encher o seu próprio vazio com realizações pessoais.

Então, irmãos, chegamos à conclusão de que a alma humana é insaciável, como um abismo sem fundo, que sempre vai lhe faltar algo. ‘Necessito, necessito e necessito...’. Quando dizemos isso, é porque tiramos os olhos do Senhor e os pomos em nós mesmos. E o Espírito Santo, zeloso, está operando em nós para que ponhamos, de uma vez por todas, os olhos no Senhor.

O que você e eu necessitamos, irmão, é conhecê-lo ainda mais, é amá-lo, é nos ocupar dele, nos enamorar por ele. Que nos esqueçamos de nós mesmos, e comecemos de verdade a olhar para o Senhor. Irmãos, o Senhor está namorando o nosso coração, para que olhemos para ele, para que o amemos, para que o desejemos. Jesus Cristo é o Senhor! Que precioso é o Senhor!

Quando se testifica sobre o Senhor Jesus Cristo no livro de Apocalipse, é dito: «Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos; porque foste imolado, e com o teu sangue nos redimistes para Deus» (Apoc. 5:9). Toda a atenção está no Senhor, e há uma só referência para nós mesmos: «...nos redimistes». Significa que estávamos perdidos e nos levantou, que estávamos mortos e nos ressuscitou, que estávamos extraviados e nos resgatou. Mas o Senhor é digno de abrir o livro. Ele é o único digno. No céu, na terra e debaixo da terra, não se achou outro digno. Em conseqüência, ele é digno de toda a nossa atenção.

Oh, irmãos, se os nossos corações estiverem verdadeiramente centrados na pessoa do Senhor, quantas coisas já seriam parte do passado, quantos fracassos estariam já sepultados, não nos importariam, porque o mais importante das nossas vidas seria só o amor que temos pelo Senhor.

A plenitude de Deus

Vamos a Efésios 3:19: «...e de conhecer o amor de Cristo, que excede todo conhecimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus».

«...cheios da plenitude de Deus». O que é isso? Reconheçamos, irmãos, que, como igreja, ainda não chegamos a esse ponto. Mas o Espírito Santo não descansará, até que seja uma realidade, que você e eu sejamos «cheios da plenitude de Deus».

Oh, irmãos, o que nós aspiramos hoje? Nossas aspirações são, às vezes, muito estreitas, limitadas. Queremos que a vida vá bem. Será que muitos cristãos somente se reúnem porque querem ‘o favor de Deus’, porque querem ‘as bênçãos’ de Deus? Querem um pouco de saúde, necessitam que se solucione um problema familiar, necessitam que se solucione um problema do seu coração, de sua alma. Bom, tal coisa não é mal em si mesma. Não se sinta mal se você veio hoje aqui, a esta reunião, porque tem alguma necessidade desse tipo. É bom que tenha vindo. Mas, amados irmãos, o Senhor deseja nos dar muito mais que isso.

Por que muitos cristãos são como os nove leprosos? Recordemos aquela passagem. Os dez leprosos vieram ao Senhor procurando saúde, e ele curou os dez. Nove se foram, e, esqueceram-se dele. Só um deles retornou e se prostrou aos seus pés para lhe adorar. Quantos cristãos receberam favores de Deus e depois se vão! Solucionaram o seu problema. Tudo o que queriam era uma oração, uma bênção; obtiveram a bênção, e se foram.

Parece-lhe estranho o que estamos dizendo? Irmão, quando é que vamos buscá-lo porque ele é digno de ser adorado? Quando vamos nos prostrar diante dele, apenas pelo fato de que ele é digno de receber a honra, a glória, o louvor? Quando correremos atrás dele, somente porque ele nos atrai? «atrai-me, e correremos após ti» (Cant. 1:4). Temos que correr detrás dele, porque ele é digno de ser servido, porque não há outro como ele.

Que loucura a do mundo nestes dias! Como as pessoas correm, como choram, como as pessoas se esforçam por ídolos, cheios de morte! Oh amados irmãos, que irrealidade, que dor, que miséria humana! O homem é insaciável, a alma humana é insaciável.

Amados irmãos, o Senhor quer que sejamos cheios de toda a plenitude de Deus. Então não haverá vazio possível. Estamos entendendo? Irmãos, nós vamos por um pouco de pão, e o Senhor diz: ‘Eu não queria só te curar, leproso. Dar-te uma saúde era o menos importante’. O Pai deu a seu Filho, e os nove leprosos só queriam a sua cura! E assim, desprezaram ao Senhor.

Quantos cristãos só procuram os favores de Deus, mas o próprio Deus eles não se interessam em procurar! Que o Senhor nos perdoe, irmãos, se ainda estamos vivendo uma vida cristã centrada em nossas carências. Como? Estamos procurando ser sarados apenas de nossas próprias necessidades, e em seguida, pouco a pouco, vamos esquecidos do Senhor? Mas o Espírito Santo não tolerará isso. Não tolerará. Atuará poderosamente, atuará zelosamente, e até nos permitirá fracassar.

O Espírito Santo conduzirá diretamente ao fracasso a quem tenha perdido de vista o Senhor, porque o desejo do seu coração é que você e eu sejamos cheios de toda a plenitude de Deus. Os versículos anteriores dizem: «...para que Cristo habite pela fé em vossos corações, a fim de que, arraigados e fundados em amor, sejais plenamente capazes de compreender...». Temos um problema de compreensão – ainda não somos capazes de compreender ao Senhor.

«...sejais plenamente capazes de compreender com todos os santos...». Esse é outro problema. Há muito cristianismo individualista. ‘Eu me entendo com o Senhor, e não me importam outros. Eu estou decepcionado com todos; só me preocupo do Senhor’. Que necedade, que falta de compreensão!

Irmãos, necessitamos de todos os santos. Quem pensa que vai poder se virar sozinho com o Senhor, só demonstra a sua miopia espiritual.

Há uma devoção pessoal, é obvio. Há uma comunhão íntima, pessoal, a sós com Deus, muito valiosa. Mas, irmãos, sem o corpo de Cristo, nada somos. Eu necessito do Cristo que está no coração de cada um de vocês, porque somente assim veremos a plenitude. Porque a Escritura diz: «...sejais capazes de compreender com todos os santos...».

Nunca vamos compreender sozinhos; necessitamos do corpo. Esse é o trabalho do Espírito Santo – que vejamos o corpo, que vejamos a igreja. Porque com os santos vamos compreender «qual seja a largura –a largura é o antônimo da estreiteza–, o comprimento, a profundidade...». Oh Senhor, que levianos, quão rasos somos. Procuramos a Deus por uma coisa pequena, procuramos um favor: ‘Senhor, me dê isto; necessito isto ou aquilo com urgência’.

Deus não quer nos dar um milhão de dólares. É muito pouco. Ele quer nos dar a seu Filho; ele quer que sejamos cheios da sua plenitude! «...e de conhecer o amor de Cristo, que excede a todo conhecimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus».

«Até que…»

A outra palavra está em Efésios 4:13: «...até que...». Que lindas são essas palavras, porque o Senhor tem objetivos. Para que nos reunimos? Para isto nos reunimos. Por que tanta leitura, por que tanta exortação, por que tanta pregação? Porque o Senhor tem um propósito conosco.

«...até que todos...». Todos. Não você sozinho; não o cristão individualista, sozinho, que se aparta sozinho, que trata de servir sozinho, que quer ser especial sozinho. Esse será conduzido ao fracasso. Mas, o que o Senhor quer? «...até que todos cheguemos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus...». Significa que não chegamos ainda à plena unidade da fé.

Por que não chegamos a total unidade da fé? Porque ainda muitos procuram só os favores de Deus. E isso nos separa, porque um irmão está procurando um favor e outro busca outro totalmente distinto. Mas afinal, irmãos, se todos buscássemos tão somente ao Senhor, as demais coisas viriam depois disso. Se só viermos por causa do Senhor, se só buscarmos a ele, então haverá unidade de fé.

Paulo dizia: «...a fim de conhecê-lo...» (Filipenses 3:10). Não considerava que tinha lhe conhecido completamente. Porque, quanto mais conhecemos o Senhor, mais nos esquecemos de nós mesmos; quanto mais conhecemos ao Senhor, mais o amamos, mais pequenos são os nossos problemas, e maior é ele. Quanto mais enamorados estamos do Senhor, menos valor tem para nós as coisas secundárias. Irmão, a atenção tem que estar posta no Senhor.

O versículo diz: «...até que todos...». O Espírito Santo trabalhará zelosamente em cada um de nós, para nos levar a essa plenitude. O Senhor diz: ‘Eu não quero te dar presentinhos, não quero te dar bênçãos; só quero que me conheça plenamente’. «...à medida da estatura da plenitude de Cristo». Sim, estamos longe. Se eu olho para mim mesmo, vejo-a muito longe; mas o Senhor não quer que eu olhe para mim mesmo. Nosso pior engano é olhar para nós mesmos. Isso ocorreu aos israelitas. Quarenta anos, até ficarem sepultados no deserto. Uma geração fracassada.

Não tenhamos medo da palavra plenitude. O inimigo tenta nos manter em uma permanente consciência de nossas carências passageiras, porque aí ganha terreno para nos acusar na mente: ‘Vê o que te falta? Vê que não tem isto, nem aquilo?’. E o homem se esforça, desgasta a sua vida, tratando de suprir as suas carências, e perde de vista ao Senhor.

Profecia de Davi

Olhemos para o Senhor em Atos 2:25-28. «Porque Davi diz dele: Via o Senhor sempre diante de mim; porque está a minha mão direita, não serei abalado. Pelo qual o meu coração se alegrou, e se regozijou a minha língua, e até a minha carne descansará em esperança; porque não deixará a minha alma no Inferno, nem permitirá que o teu Santo veja a corrupção. Fez-me conhecer os caminhos da vida; me encherá de gozo com a tua presença».

«Davi diz dele», Davi diz de Cristo. Esta foi a experiência humana de nosso Senhor Jesus Cristo: Ver o Senhor sempre, nunca tirar os olhos do Senhor. «Ele está sempre diante de mim». Irmãos, que o Senhor nos ajude a compreender a sua palavra, porque a palavra quer nos promover, quer romper o nosso círculo vicioso. Esta palavra aponta para que desapeguemos daquilo que não temos nos desapegado, a que rompamos esse ir e vir de nos levantar e fracassar.

O Senhor quer que nos desapeguemos, que deixemos de ser cristãos que dão voltas em círculos; ele quer que avancemos para a plenitude dela. O trabalho do Espírito Santo não cessará, o Espírito Santo não vai nos deixar tranqüilos. Não alcançamos tudo ainda; há coisas que estão por vir.

Quanto você conheceu o Senhor? Isso está medido por como é a sua vida. A nossa vida delata quanto realmente lhe conhecemos. Porque na medida em que lhe conhecemos, ficamos admirados; na medida em que lhe conhecemos, ficamos embevecidos, maravilhados da sua glória, da sua grandeza, da sua misericórdia, da sua fidelidade, e nossa boca se enche de louvor.

Quanto mais o conhecemos, mais nos consagramos, mais digno o encontramos. Se você conhecer pouco ao Senhor, irá adorá-lo pouco, servi-lo pouco, porque o vê pouco. Se nós formos cem por cento, e você só vê o Senhor dez por cento, noventa por cento restantes está centrado em você mesmo. Somos como os leprosos, que só buscavam a salvação, que só buscavam  a cura. Somos como a multidão que só queria pães e peixes, que queriam bênçãos para as suas vidas.

Quando que a igreja vai se separar? Quando a amada vai se apaixonar mais pelo seu Amado? Você já viu uma pessoa apaixonada? Não fala de outra coisa, não pensa em outra pessoa, só no ser que ama. Sim, o problema é que nós partimos da nossa deformidade, e é a deformidade do amor limitado. Não somos capazes de amar, tivemos muitos fracassos, tivemos inconseqüências grandes. Partimos da nossa deformidade. Mas temos que levantar os nossos olhos para olhar para ele.

«Via o Senhor sempre diante de mim». Aqui está citando o Salmo 16. Vejamos este Salmo de Davi. «Guarda-me, Oh Deus, porque em ti tenho confiado. Oh minha alma, disseste ao Senhor: tu és o meu Senhor; não há para mim outro bem fora de ti» (vv. 1-2). Que palavra, irmão! «Não há para mim outro bem fora de ti». Olhe para si mesmo irmão; e você vai cair. Veja as suas carências e as suas necessidades; e vai se afundar, ficar prostrado. O que o inimigo quer? Que tiremos os olhos do Senhor, que olhemos para nós mesmos e nos frustremos.

«O Senhor é a porção da minha herança e do meu cálice; tu sustentas a minha sorte. As sortes me caíram em lugares deleitosos, coube-me uma formosa herança» (vv. 5-6). Oh irmãos, no conceito de um israelita, ele estava pensando na terra prometida, terra de vales e de montes, terra de murta e de ciprestes, terra frutífera onde tudo se multiplicaria com abundância.

Que formosa é a herança que me tem dado! Mas tudo aquilo era uma figura de Cristo. Cristo é a boa terra. No Senhor há abundância, em Cristo temos tudo. Ele sustenta o universo inteiro. Ele é o nosso Senhor! «As sortes me caíram em lugares deleitosos, coube-me uma formosa herança». Isto é Cristo, irmãos!

Cristo é deleitoso para ti? A herança que te foi dada é formosa? Você tem o Senhor ou não o tem? Conhece o Senhor ou não o conhece? Ou só conhece um culto cristão? Que o Senhor nos livre da mera religiosidade cristã. Cristo é precioso para nós; somos mais que um culto, mais que uma reunião. Não somos uma pequena organização humana. Temos o Espírito de Deus nos queimando por dentro e nos fazendo apaixonar por Cristo nosso Senhor!

Sigamos lendo. Recordem que é Cristo que fala: «Bendirei ao Senhor que me aconselha; até nas noites ensina a minha consciência. Tenho posto o Senhor sempre diante de mim; porque está a minha mão direita, não serei abalado. Portanto, o meu coração se alegrou, e se regozijou a minha alma; a minha carne também repousará confiadamente; porque não deixará minha alma no Seol, nem permitirá que o teu santo veja a corrupção. Me mostrará o caminho da vida; em tua presença há plenitude de alegria; delícias a sua mão direita para sempre» (vv. 7-11).

Que maravilha, irmãos! Aí está a palavra plenitude outra vez. Irmãos, a plenitude não está aqui no ambiente, no sentido humano. ‘Oh, os irmãos têm tantos defeitos’. E os seus? ‘Oh, é que os irmãos não fazem isto’. E você, faz?

Irmãos, nós temos uma só fonte de gozo. «...em tua presença há plenitude de alegria; delícias a tua mão direita para sempre». Irmão amado, o Espírito Santo é fiel, fiel ao que o enviou. E ele está procurando a tua e a minha atenção, para concentrá-la em uma pessoa: o Amado, o Marido, o Rei. Aleluia! Vêm as bodas do Cordeiro, e sua esposa se preparou. Preparou-se sozinha? Não. A igreja se preparou pela obra constante, permanente, persistente, fiel, do Espírito, o Consolador. O Espírito Santo está trabalhando dentro de ti e dentro de mim.

O que o Senhor nos tem dito hoje? Que não nos estanquemos lamentando a ‘nossa necessidade’. O Senhor pode suprir? Sim, irmão. O Senhor nos permitiu pagar dívidas, há curas muitas vezes dos nossos corpos físicos. O Senhor nos respondeu uma e outra vez tudo o que lhe pedimos. Amém, irmãos. Quantas orações respondidas! Glória ao Senhor! Mas ele nos diz: ‘Eu quero te dar algo mais que pães e peixes, mais que cura, mais que um ‘milagrezinho’. Eu quero te dar a meu Filho, quero te introduzir na plenitude’. Para que sejamos cheios da plenitude de Deus, para que avancemos à medida da estatura da plenitude de Cristo.

E qual foi a plenitude de Cristo, irmãos? Como ele a viveu? Desta maneira: «Via o Senhor sempre diante de mim; porque está a minha mão direita, não serei abalado». E por isso, a morte não lhe importou. Glória ao Senhor, irmãos! Neste dia, o inimigo tem sido atingido pela palavra. Satanás está vencido, o acusador está vencido; que quer que voltemos para olharmos para nós mesmos, e que a nossa vida gire tão somente em torno das nossas necessidades e carências; ele está vencido.

Mas o Espírito Santo hoje ganha a batalha dentro de nós, porque o Espírito Santo nos está dizendo que a alegria está no Senhor, que a plenitude está no Senhor, porque em sua presença há plenitude de alegria. Irmãos, que maravilhoso é o Cristo que temos!

Amém, irmão, não veja muito longe a palavra plenitude. Não a veja para o céu. É certo que está no céu. Podemos lê-la em Apocalipse; está no céu também. É obvio, ali o viveremos em sua plena manifestação; mas algo desse celestial, que comecemos a viver agora, já. Eu quero vivê-lo, irmãos, eu quero ver o Senhor sempre diante de mim.

Quando encerrar a história, no final de tudo, em Apocalipse 22:3-4, diz: «E não haverá mais maldição; e o trono de Deus e do Cordeiro estará nela, e seus servos lhe servirão, e verão o seu rosto, e seu nome estará em suas frontes». Irmão, aqui está o verdadeiro conhecimento, aqui está a verdadeira alegria, aqui está a plenitude. A plenitude, segundo as Escrituras, é: «...e verão o seu rosto». Aleluia, irmãos!

Já se falou da nova Jerusalém, das bodas do Cordeiro, das portas de pérolas, falou-se dos julgamentos. E no final, «...e seus servos lhe servirão, e verão o seu rosto, e o seu nome estará em suas frontes», porque toda a alegria é Cristo, porque toda a plenitude é Cristo, porque não há alegria fora dele, não há gozo fora dele, não há plenitude fora dele. Que o nome do Senhor seja exaltado! Que a igreja se apaixone por seu Senhor. Que nos abracemos do nosso Senhor, o amemos, dediquemos-lhe a nossa vida, que lhe rendamos a nossa vida!

Resumo de uma palavra compartilhada em Temuco, em julho de 2009.

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