Ser cheios do Espírito

Para ser cheios do Espírito temos que seguir ao Senhor, tomando a cruz.

Roberto Sáez

Leituras: Lucas 4:18-19; Atos 2:1-4.

O dia de Pentecostes, como muitos de vocês bem sabem, era uma festa de colheita em Israel, um tempo em que o povo inteiro se preparava para guardar os grãos de cevada e de trigo, e colocar ao sol os frutos como os figos, as uvas.

O Pentecostes era uma festa muito alegre. Tinha o significado de aprovisionamento, de plenitude. Quando chegou o dia de Pentecostes, a casa se encheu da glória do Senhor. E todos os que estavam na casa foram cheios do Espírito Santo. O Pentecostes físico, da colheita, dos frutos, de guardar a abundância, é um símbolo desta festa espiritual, quando veio do céu a -promessa do Espírito Santo-, que põe fim a um tempo de escassez, que põe fim a um período da história onde o povo pensava que Deus, algum dia, ia intervir na história.

Este pensamento se chama ‘pensamento apocalíptico’. O pensamento predominante em Israel era o pensamento apocalíptico, era pensar que Deus se esqueceu do ser humano, que o justo sofre penalidades, que não há explicação para a dor humana, e que escasseia a felicidade. E o autor de Eclesiastes, dirá: «Que proveito tem viver debaixo do sol?», e verá que tudo é vaidade – embora o pensamento apocalíptico se desenvolva um pouco mais tarde, uns duzentos anos antes de Cristo.

Sendo este um pensamento geral na cultura hebraica, este pensamento, de algum jeito, também estava nos discípulos. Eles perguntam a Jesus: «Senhor, quando virá o fim?». Porque a idéia é esperar o fim da escassez, o fim do sofrimento, o fim do abandono, o fim da dor sem sentido, o fim do absurdo. Vai chegar um dia em que Deus vai intervir na história. Então, os discípulos querem saber quando será esse dia, quando será restaurado o Reino em Israel. Porque esse dia Deus terminará com as nossas penúrias, com as nossas tristezas, com as nossas pobrezas.

Pentecostes, o Pentecostes da colheita, o Pentecostes terrestre, o Pentecostes dos judeus, tem uma semelhança com o Pentecostes espiritual, o dia em que o Espírito Santo veio à terra, ao coração dos redimidos, e precisamente para dar resposta a esta esperança messiânica, a esta esperança escatológica, a esta esperança de que, no fim dos tempos, Deus atuaria.

E o fim dos tempos chegou, porque quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou a seu Filho em semelhança da carne de pecado, para condenar o pecado na carne. E Deus veio em Jesus Cristo, e interveio verdadeiramente na história, para pôr fim à injustiça, ao sem sentido da vida, para pôr fim ao absurdo, para pôr fim ao vazio, para que venha um tempo de plenitude, um tempo de abundância.

Veio o Espírito Santo para pôr fim a essa época do absurdo. Mas muitos não entenderam. Só os que receberam o Espírito entenderam as bênçãos do Pentecostes: a mudança profunda e radical, o novo sentido da existência humana, a nova compreensão do que é Deus; que está presente, que não está ausente, Deus que veio em carne e sangue. Um mistério que nem todos entenderam; só aqueles que receberam o bendito Espírito Santo, aqueles que foram ungidos com a presença do Espírito puderam perceber e experimentar na própria carne o sair das trevas para a luz, o ser transportados da morte para a vida. Uma mudança radical, de uma humanidade caída, para uma humanidade salva, redimida e restaurada pelo poder de Deus. As bênçãos do Novo Pacto, as bênçãos do Pentecostes, são inumeráveis.

Havia um Pentecostes de pentecostes, que se celebrava a cada cinqüenta anos. Uma vez ao ano, no dia cinqüenta depois da páscoa, celebrava-se o Pentecostes; mas cada cinqüenta anos era celebrado o jubileu, que era uma grandiosa festa do Pentecostes. Esse era um ano que se esperava também com um sentido apocalíptico. ‘Vai terminar o tempo da escravidão’. Os escravos recuperavam naquele dia a sua liberdade. Os presos saiam das prisões. E as terras, que tinham perdido por causa das suas pobrezas e as deram em arrendamento, iam recuperá-las’. Portanto, o jubileu era um tempo de libertação, um tempo de recuperação, um tempo de cura, um tempo de término de escassez e vazio, para experimentar um tempo de recuperação e de plenitude, um tempo de plenitude.

E, precisamente, era um Pentecostes de pentecostes, quando Jesus, na aldeia de Nazaré se levanta para ler o rolo do livro de Isaías, que dizia que o Espírito do Senhor estava sobre ele, e tinha vindo para apregoar o ano agradável do Senhor, o jubileu. Jubileu vem de júbilo; como aposentadoria, quando a pessoa deixa de trabalhar, e se dedica a descansar.

Jubileu é júbilo, é alegria. Alegria, porque se acaba o tempo do tratamento duro, o tempo da escassez, da escravidão e da pobreza, e vem um tempo de bênção. Jesus veio, trazendo este jubileu que dura até o dia de hoje. Inaugurou-se no mundo o tempo do fim. É verdade que haverá um tempo do fim quando vier o Senhor trazendo o seu reino e a sua glória, e novos céus e nova terra. Mas o tempo do fim, para os cristãos, começou no dia que o Espírito Santo veio.

As coisas que foram escritas para os judeus foram escritas para nós, para quem já são chegados a consumação dos séculos. Ou seja, os cristãos do primeiro século estavam conscientes que neles tinha começado o tempo do fim. O tempo do fim, para nós, não é quando o Senhor voltar agora, embora também tenha um sentido de fim; mas no sentido que os judeus o esperava –o fim dos tempos, a plenitude dos tempos– chegou quando o Espírito Santo de Deus veio.

Amados irmãos e irmãs, o Pentecostes veio, e está presente até o dia de hoje, e aconteceu a dois mil anos, as bênçãos do Pentecostes, da plenitude, da plenitude de Deus, da plenitude de Cristo, a igreja como corpo de Cristo, a plenitude de Deus.

Observe as palavras que Paulo utiliza na epístola aos Colossenses, quando diz que todas as coisas que foram criadas são «dele, por ele e para ele», e nada existe sem ele. Note as palavras absolutas, usando a palavra tudo uma e outra vez. Tudo, o que está no céu, o que está na terra, tudo, reunido a Cristo. Então, é tempo de plenitude.

De tal maneira que estamos absolutamente seguros, segundo as Escrituras, que estamos vivendo um tempo de plenitude, que gozamos os poderes do século vindouro; que o Espírito de Deus, como primeira bênção do Pentecostes, trouxe a vida do céu aos nossos corações. Naqueles tempos de vazio, naqueles tempos de absurdo, naqueles tempos da injustiça da existência, nunca ninguém teve a vida de Deus morando em seu coração.

E daí que a Escritura diz que João Batista, sendo o maior dos profetas, que o menor deles no Reino era maior do que ele, porque João nunca teve o Espírito Santo morando dentro dele. E quando João compartilhou a palavra, ninguém nasceu de novo, ninguém foi regenerado pelo Espírito Santo. Mas hoje em dia, qualquer de vocês que pregar a Cristo e conseguir que alguém se converta ao Senhor, fez um milagre maior do que os que João fez.

Por que não gozamos da plenitude do Espírito Santo?

É verdade, irmãos, com toda humildade, temos que reconhecer que isto é assim. Então, a pergunta que cabe é: Se este for o ensino da Escritura, por que, em nossa realidade prática, não gozamos da plenitude, da plenitude do Espírito Santo?

Quero dizer algo. As pessoas que receberam a plenitude do Espírito Santo, primeiro, eram discípulos do Senhor Jesus, e tinham pago um preço por vincular-se a ele. Tinham deixado tudo –os seus trabalhos, a sua família, os seus bens–, se abandonando nas mãos do Senhor; desprezando até as suas próprias vidas, para seguir ao Senhor Jesus até a própria morte, tomando a cruz, obedecendo o chamado de Jesus. «Vêm e siga-me... Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo ... Se alguém vier a mim, e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo».

As pessoas que estavam reunidas no dia do Pentecostes tinham cumprido este requisito de renunciar as suas próprias vidas. Vincularam-se com o Senhor Jesus Cristo ao ponto de segui-lo por qualquer lugar que ele ia. Os que seguem ao Cordeiro são os que finalmente vivem a experiência de serem cheios do Espírito Santo.

Ser cheios do Espírito Santo, vem como um dom, mas depois de pagar um preço: o preço da graça, como disse Dietrich Bonhoeffer, que é seguir a Cristo. Não é fácil; seguir a Jesus implica em renúncia da nossa própria vida. E aonde vamos segui-lo? Não vamos segui-lo em uma sala de aulas, em um seminário; não vamos segui-lo em um templo para nos sentar para escutar.

Vamos seguir a Jesus nos vários cenários da vida, onde receberemos as maiores lições, e onde vamos experimentar as mais radicais mudanças que necessitamos. Então, Jesus vai levar os discípulos para a casa de um Simão, um fariseu, um homem cheio de preconceitos, preconceitos culturais, religiosos, e ali vai comer com os seus discípulos.

E ali vai produzir um cenário vivencial, onde Jesus vai dar uma exposição da palavra, ao vivo; não como quem ensina uma doutrina bíblica, mas sim como quem descobre o coração do ser humano. E lerá os pensamentos dos fariseus, que murmuram e dizem: «Este não tem idéia com quem está tratando. Se soubesse!». E Jesus lhe diz: «Simão, vê esta mulher? Desde que entrei em sua casa, não cessou que chorar e enxugar com as suas lágrimas os meus pés. E você, quando entrei em sua casa, não me deu nenhuma atenção».

E lhe conta a história de um credor a quem alguém lhe devia quinhentos denários, e outros cem denários, e a ambos foram perdoados a dívida. E diz: «Quem ficará mais agradecido». E o fariseu Simão responde: «É obvio, ao que lhe perdoou mais. Disseste bem. Mulher, os teus pecados lhe são perdoados».

Então, acontece um choque de cultura, um choque de mentalidade, de pensamentos ancestrais, de estruturas mentais que se formaram com o tempo. Se um homem tocasse uma mulher, ele estaria se contaminando; se uma mulher tocasse a um homem, era contaminação. E Jesus rompe estes esquemas e estes preconceitos éticos que só são elucubrações da mente do homem. Então, ele lança por terra esses preconceitos, e deixa que uma mulher o toque, e o adore. Então eles dizem: «Quem é este, que até perdoa pecados, se só Deus pode perdoar pecados?».

Eles não sabem que Deus está em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens os seus pecados. Deus está em Cristo, revelando-se aos seus discípulos. Eles estão seguindo a Cristo, estão aprendendo do seu Senhor, contemplando uma cena da vida cotidiana, onde ele está dando um tremendo ensino, não da maneira formal como um professor ensina; de uma maneira única em seu gênero, em que o Senhor revela coisas profundas do coração humano, onde a natureza humana e os preconceitos ficam expostos diante da sabedoria do Senhor.

Então, os discípulos vão aonde o Senhor vai, e estão onde o Senhor está. E um dia, ele subiu a um monte e se transfigurou diante deles. E diante dos discípulos surpreendidos, aparecem Moisés e Elias, e Pedro então diz apressadamente: «Senhor, bom é que estejamos aqui, façamos uma cabana para ti, outra para o Elias e outra para Moisés. Que bom seria se ficássemos aqui».

É muito normal que os discípulos, cada vez que o Senhor lhes permite ver algo da sua glória, não queiram mover-se da sua presença. Ocorre-nos isto quando estamos nos acampamentos. É como subir ao monte, ao cume da experiência espiritual, onde o Senhor nos surpreenderá com a revelação da sua palavra, tocará os nossos corações, nos encherá do seu Espírito, nos mostrará a sua glória, e então, quando acaba, nos despedimos chorando, porque estivemos no cume. Não queremos voltar para o mundo, para a cotidianidade. Queremos ficar aqui, na presença do Senhor.

Chegará esse dia quando nunca mais nos separaremos. Mas hoje ainda estamos na terra, e faltam aprender lições. Então, o Senhor levará os discípulos para outra experiência, porque no caminhar por este mundo necessitamos muitas vezes estar em sua presença e nos deleitar com a sua glória, e contemplar o seu rosto. Vamos necessitar de muitas vezes. Cada dia precisamos nos encher do Espírito; porque se fui cheio dez anos atrás, isso já não serve muito hoje em dia.

No seguir o Mestre passo a passo, estamos aprendendo cada dia algo novo. Então, depois desta experiência suprema, de contemplar a sua glória, no dia seguinte, ele leva os discípulos ao vale, onde se encontram com os endemoninhados. Ali está esse mundo que nós não queremos, esse mundo que nos incomoda, esse mundo pecador, inimigo de Deus, esse mundo que vive em trevas, esse mundo que nunca em sua vida gostou de um Pentecostes.

A esse mundo é que o Senhor nos manda. Por isso que é louca a proposta de Pedro, «Bom é que fiquemos aqui». O Senhor diz que não é bom, no sentido de que não podemos estar toda a vida em uma atitude passiva, de quietude, como se a única missão da igreja fosse contemplar ao Senhor.

É glorioso contemplar ao Senhor, mas o que vem depois é ir onde estão os endemoninhados, os drogados, os pecadores, onde está esse mundo do qual nos apartamos, quase nos esquecendo dele. É verdade que para poder ir a esse mundo, primeiro há que ter saído dele. E é uma experiência inicial, que nós fomos do mundo e estávamos no mundo, mas o Senhor nos tirou de lá.

Eu sinto um encargo de ir ao mundo, porque esta é a missão da igreja. A missão da igreja é a mesma que Cristo teve. «Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens os seus pecados». E qual é a missão da igreja? Deus nos encarregou do ministério da reconciliação. Por isso, do mesmo modo que Deus em Cristo, agora nós estamos dizendo ao mundo: «Rogamos-lhes em nome de Cristo: Reconciliai-vos com Deus».

Então, separamo-nos do mundo, para abandonar o pecado, as trevas e o vazio do mundo, mas voltamos para o mundo cheios do Espírito, para ganhar o mundo para Cristo. Hoje em dia, me importo com os pesares do mundo, me importo com a humanidade enferma, me importo que haja pessoas que morram nas drogas. Importo-me, porque no fim das contas o Senhor vai nos julgar, porque ele nos dirá: «Tive fome, e me deste de comer; estive preso, e foste me ver; estive doente, e me visitaste».

Os intérpretes das Escrituras dirão que o Senhor disse isso por causa dos judeus. Eu penso que não, que disse por todo ser humano que vive nesse tempo apocalíptico, esse tempo de pensar que Deus não está presente na história, que tudo é vazio, que tudo é absurdo. Eles não sabem que Deus veio em Cristo para reconciliar consigo o mundo. Mas você e eu sabemos, experimentamo-lo; para nós acabou esse tempo de vazio, e hoje em dia estamos no tempo da plenitude de Deus, da plenitude do Espírito.

A necessidade de viver a cruz

E então nos perguntamos: por que não experimentamos esta plenitude, se isto é o que as Escrituras ensinam? Sabemos que isto é assim, mas e a experiência prática?

Um dia estávamos em dez obreiros chilenos sentados ao redor de uma mesa, lendo um livro do Watchman Nee, onde ele, reunido com trezentos obreiros na China analisavam a obra que tinham realizado nos últimos anos, e concluíam que, em dez anos de ministério, em que tinham pregado enfatizando uma e outra vez a palavra da cruz, não tinham conseguido nenhum resultado.

Quando líamos aquilo, nos demos conta que, na obra feita no Chile nestes últimos anos, enfatizando também a palavra da cruz, no terreno prático, quando queremos tocar um irmão para lhe dizer: ‘Isto não está bem’, muitas vezes encontramos que até entre os próprios obreiros, alguém pula para defender a sua posição, para argumentar em defesa própria, quando o que lhe estamos dizendo é um algo da parte do Senhor.

Então, irmãos, temos uma doutrina correta do Pentecostes, uma doutrina correta do seguir a Cristo, temos a melhor doutrina com respeito a tomar a cruz; mas no terreno prático, falta-nos ainda vivê-lo.

Quero enfatizar a necessidade de ser cheios do Espírito. Porque a melhor doutrina, a melhor exegese bíblica, não produz vida sem o Espírito Santo. Sem a presença do Espírito Santo, não é possível experimentar nada do que cremos. Então, sendo o Senhor Jesus o melhor intérprete da Escritura, o Mestre dos mestres, os discípulos, até o último minuto que estiveram com ele, não tinham entendido nada do que ele tinha exposto a respeito da palavra de Deus.

Um dos discípulos lhe disse: «Senhor, quando estivermos no teu reino, nos conceda que eu me assente a sua direita, e meu irmão a tua esquerda?». Essa proposição revela que João e Tiago, em três anos e meio de caminhar com o Senhor, de ouvir o melhor ensino, a Palavra que estava encarnada em Jesus Cristo, não tinham entendido nada. Porque o Espírito Santo ainda  não tinha vindo.

Ressuscitado o Senhor, quando caminhou com os discípulos de Emaús, eles tinham um véu que não lhes permitia reconhecer a Jesus, e o véu caiu quando ele partiu o pão, e eles entenderam que estavam diante do Senhor. Jesus lhes tinha repreendido pela dureza dos seus corações, que eram tardios para ouvir e entender o que a lei e os profetas haviam dito a respeito dos padecimentos e as glórias do Messias.

Portanto, irmãos, entendamos que, o melhor esforço que possamos fazer por expor as Escrituras, o melhor treinamento que possamos dar aos irmãos, não é suficiente se o Espírito Santo não revelar a palavra, e se a palavra não se tornar vida. Não é possível experimentar a vida de Cristo se não tivermos a experiência da plenitude do Espírito Santo.

Uma missão pendente

Fica, então, uma missão que o Senhor nos encomendou. Ele nos enviou ao mundo para ganhar esse mundo, e nos apartamos desse mundo. Mas hoje em dia estamos entendendo que temos que retornar, não para participar dos pecados do mundo, mas para reconciliar o mundo com Deus. A Escritura diz: «Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê, não se perca, mas tenha a vida eterna» (João 3:16). Você não pode deixar de amar também o mundo, como Deus o amou. Deus amou o mundo e demonstrou o seu amor pelo mundo, nos dando o seu Filho.

Como você poderá amar o mundo? João, em sua epístola, ensina-nos a tomar cuidado com o mundo; os desejos do mundo, a vangloria do mundo, todas essas coisas que ele nos convida a desprezar. E essa mensagem é correta. Mas também é correta esta outra mensagem. Necessitamos de uma medida do amor de Deus pelo mundo, desse amor de Deus que não imputa aos homens os seus pecados. Ama-o, mesmo que o mundo seja teu inimigo, mesmo que o mundo peque, mesmo que o mundo seja injusto, mesmo que o mundo esteja morto em delitos e pecados; mesmo assim, Deus o ama.

E, se nós formos interpretar o Senhor Jesus Cristo em nosso ministério, em nossa missão como igreja, temos que amar o mundo como Deus o ama. E para fazer isso, irmãos, para ir ao mundo, para tratar com drogados, para tratar com pecadores, com incrédulos, com gente soberba, rebelde, altiva, é necessário a plenitude do Espírito Santo. Não podemos ir com as nossas forças, não podemos representar ao Senhor com as nossas habilidades naturais.

Irmãos, o que falta para sermos cheios do Espírito? A maioria de nós já tomou a decisão de seguir ao Senhor. E já temos claro –na doutrina–, pelo menos que, para seguir ao Senhor, temos que tomar a cruz cada dia, negar-se a si mesmo –aborrecer a nossa vida do ego– e nos render plenamente.

Síntese de uma mensagem ministrada em Sasaima (Colômbia), em Junho de 2009.

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