Mostra-me o Teu caminho (3)

As obras, os caminhos e o propósito de Deus.

Dana Congdon

Leituras: Efésios 1:9-10; 22-23; 3:19; 4:10, 13; 5:18; Col. 1:19; 2:9-10.

Uma palavra da Bíblia que está em minha mente nestes dias é a palavra Plenitude. Paulo nunca empregou esta palavra até os livros de Efésios e Colossenses.

Deus quer plenitude. Até que as coisas se tornem cheias, Deus não está satisfeito. Vemos que Deus tem um plano, em Efésios capítulo 1. Na plenitude dos tempos, todas as coisas vão ser reunidas em Cristo, todas as coisas vão ser encabeçadas por Cristo. Isso é a plenitude. E quando vemos como a palavra plenitude é empregada nestes dois livros, vemos que é o pensamento mais maduro de Paulo com respeito à igreja, porque quando pensa na plenitude, duas coisas devem estar juntas: Cristo e a sua igreja. Sem isso, não há plenitude.

Cristo é corporalmente a plenitude da Deidade, mas a igreja é a plenitude de Cristo, que enche tudo em todas as coisas. Quando nos reunimos hoje, sentimos essa plenitude que Deus está efetuando. É como a parábola daquele homem que convidou pessoas para uma grande festa e enviou os seus servos para trazer as pessoas. E o senhor daquela casa disse: «Que minha casa se encha».

Há uma plenitude que também significa uma maturidade que o Senhor está procurando. E até em nossa ignorância e simplicidade podemos manifestar essa plenitude se Cristo estiver no meio de nós. Ainda que sejamos ignorantes –e com segurança ainda o somos hoje–, mas se nossos corações estão cheios do Senhor, há uma plenitude. Não é algo maravilhoso, que um cristão recém-nascido de novo, que está cheio de Jesus, expresse essa plenitude? Quão maravilhoso é que o Senhor esteja reunindo o seu povo.

Um testemunho

Eu gostaria de compartilhar com vocês um testemunho. Como Paulo, eu sou um dos principais pecadores. Cresci em Nova Iorque, em uma família de cinco pessoas. Meu pai estudou na universidade de Harvard, e era um psiquiatra; mas não era cristão. Minha mãe, quando jovem, foi uma cantora de ópera; mas não era cristã. Meu irmão mais velho é um excelente violinista que até hoje toca em uma orquestra; mas naqueles dias não era cristão. E minha irmã mais velha canta com uma voz de anjo; mas não era cristã. Mas eram boas pessoas, eram pessoas de boa moral. E aí estava eu, a ovelha negra.

Todos em minha família gostavam de música clássica. Eu gostava de rock. Eu tratava de ser muito cuidadoso, por isso fumava só dois pacotes de cigarros por dia. E eu era um moço orgulhoso e inteligente. Eu creio que já podem imaginar o que aconteceu. Quem vocês imaginam que Deus salvou primeiro em minha casa? Lhes contarei o que aconteceu.

Quando tinha 19 anos de idade, minha esposa fez algo muito mau. E ela está sofrendo por 43 anos: casou-se comigo. A razão porque digo que era mau o que fez, é porque ela era uma cristã, mas estava se desencaminhando. É um problema muito sério se você se casar com alguém que não é cristão.

Nesses dias, eu estava estudando na universidade. Então ela me viu, agarrou-me e não pude escapar. Nós pensávamos que já fossemos adultos, apesar de termos apenas 19 anos de idade. Eu era mais jovem que meu irmão Billy Graham. Mas, graças a Deus pelos pais cristãos da minha esposa. Nós fugimos e nos casamos. Quando seus pais souberam, seu coração se quebrantou, e choraram, porque era sua filha única. E só me tinham visto duas vezes. Ela era do sul dos Estados Unidos, onde chamam ‘o cinturão bíblico’; ali há muitos cristãos. E eu era de Nova Iorque, onde havia muito poucos cristãos.

Mas minha sogra deixou para trás as suas lágrimas, e ficou sobre os seus joelhos. E disse: ‘Ainda que não sinta perdoá-lo, mas por fé, perdôo esse homem’. E meu sogro, que era diácono na Igreja Batista, ajoelhou-se chorando, tomou a sua Bíblia e a abriu em Romanos 8:28. E disse: ‘Deus, esta é uma terrível situação; só tu podes reverter isto em algo bom’. E sabem o que fizeram? Meu sogro e minha sogra nos convidaram para vivermos com eles. Aceitamos a oferta e continuamos indo à Universidade.

Eu fumava meus cigarros em sua casa. Minha sogra é alérgica à fumaça do cigarro, e nunca disse nada. Tudo o que fizeram foi me tratar com amor. Eu não sabia que minha sogra não me queria. Meu sogro só me pediu que fizesse uma coisa: ‘Por favor, vá à igreja com minha filha todo domingo’. Eu lhe disse: ‘Bem, não há problemas’. Eu nunca tinha estado nesse tipo de igreja.

E fomos o primeiro domingo. Reuniam-se em um armazém, no centro da cidade. Era um lugar muito pequeno. Talvez houvesse umas cem pessoas, e o pregador falava muito alto. Ele dizia: ‘Jeeesuuus!’. Para mim, era muito engraçado. Disse: ‘Não há problema; vou me entreter os domingos’. Eles sabiam que havia alguns hinos que eu poderia cantar. A igreja tinha um coro de sete pessoas. Louvavam ao Senhor, mas cantavam muito mal. Eram três homens e quatro mulheres, mas somente cantavam uma linha melódica; não faziam harmonizações de vozes. E pediram a mim e a minha esposa que nos uníssemos ao coro.

Eu os disse: ‘Mas eu não sou um crente’. Mas eles eram um testemunho para mim em cada ensaio do coro. E comecei a cantar no coro. E eu cantava como queria, às vezes grave, às vezes agudo; e o coro melhorou muitíssimo! E cada dia o pregador dizia: ‘Jeeesuuus!’. E então ele fazia o chamado: ‘Quem quer vir a Jeeesuuus?’. E o coro sempre cantava: «Tal como sou...». Ele olhava para a platéia e dizia: ‘Quem vai vir a Jesus?’. Olhava, e dizia: ‘Quem vai vir...?’.

Então os irmãos começaram a pregar-me o evangelho. Abriam as suas Bíblias e me mostravam como é o caminho da salvação em Romanos. É obvio, eu não cria, porque era muito inteligente para fazê-lo. Mas eu podia ver quão felizes eram estas pessoas.

Eu estava indo a uma Universidade Metodista, e era obrigatório o estudo da Bíblia. Havia ali um professor muito liberal. Ele dizia: ‘Esta parte não é verdade ... Isto Jesus realmente não disse’. Mas eu não tinha lido a Bíblia antes. Ele ensinava a Bíblia, mas não cria nela. Suas doutrinas eram complicadas. Mas quando eu voltava para casa, as pessoas com quem vivia criam na Bíblia totalmente, e a vida dos meus sogros era simples e feliz, mais bela que a vida do meu professor. Então comecei a ler a Bíblia com novos olhos. Depois de um ano, uma noite, o Espírito Santo pressionou meu peito muito pesadamente. Estava ocorrendo um avivamento na igreja, e Deus me persuadiu.

Eu tinha vinte anos de idade, e me ajoelhei pela primeira vez em minha vida. Disse: ‘Querido Deus...’, e comecei a chorar. E fiquei envergonhado. Ainda que eu estivesse sozinho, nesse momento percebi quão mal é o pecado do orgulho. Deus é o que me criou e enviou a seu Filho para morrer por mim. Em toda a minha vida, eu nunca me tinha ajoelhado, e pedi a Jesus que entrasse em minha vida. E eu fui salvo.

Contei ao meu sogro. Contei para a minha esposa, e ela não ficou muito feliz. Mas meu sogro estava muito contente. E me disse: ‘Chama a seu pai em Nova Iorque, e conte para ele’. E lhe disse: ‘Papai, papai, fui salvo!’. Meu pai não sabia o que significa ser salvo, e me respondeu: ‘Que bom! Em que banco depositou algo?’.

Era um cristão fazia apenas dois meses, quando minha mãe veio de Nova Iorque para nos visitar. Ela era ministra em uma seita chamada Ciência Cristã. Mas quando ela chegou, viu o amor dos irmãos na igreja. E um dia lhe disse: ‘Mamãe, você tem uma voz tão bela. Se você conhecesse a Deus, poderia cantar para ele’.

Naquele domingo ela foi à igreja. Julia e eu estávamos cantando no coro. O pastor pregava: ‘Jeeesuuus!’. E disse: ‘Quem vai vir para Jesus?’. E minha mãe foi. Quão grande é a graça de Deus! Ela abandonou a Ciência Cristã, começou a nutrir-se da Bíblia, e Deus lhe deu de uma maneira soberana o poder do Espírito Santo. Por dez anos, ela foi uma serva de Deus. Agora, ela está cantando no céu.

Mas quando voltou para Nova Iorque, levou meu pai a uma igreja, e ele ouviu a pregação do evangelho. No final do culto, o pregador estava à porta da igreja para cumprimentar. Meu pai foi onde ele estava. Minha mãe o apresentou. E o pregador lhe disse: ‘Doutor Congdon, você quer receber a Jesus como seu Salvador?’. Meu pai disse: ‘Sim’, e se ajoelhou. Foi salvo naquela noite.

A história continua. Minha irmã voou de Nova Iorque para a Carolina do Norte. Ela não sabia que «enfermidade» estava vindo da Carolina do Norte. E quando nos visitou, ela foi salva.

Agora só tinha ficado o meu irmão em Nova Iorque. Estava se escondendo ali; não queria vir para a Carolina do Norte. Mas, vocês sabem quanto Deus ama as pessoas? Meu sogro se juntou com um amigo cristão, e compraram duas passagens de avião para Nova Iorque. Ali alugaram um automóvel e se dirigiram até a casa dos meus pais. Deram testemunho ao meu irmão, e ele foi salvo. Voltaram no mesmo dia para a sua casa. Quanto Deus ama as pessoas! Há pessoas que estão dispostas a sacrificar mil dólares para dar testemunho a uma só pessoa. Bendito seja Deus!

Então, toda a minha família foi salva. Agora, três deles já estão no céu. Graças a Deus, eu tenho algo que aguardo ver um dia.

Eu estava nessa Igreja Batista e comecei a compartilhar com o meu sogro. E se você for um batista, e realmente ama ao Senhor, irão te fazer um ministro. Assim funciona. Então, fui ao seminário e me converti em um ministro batista. Saí do seminário e comecei a pregar o evangelho, mas então enfrentei um problema: O Espírito Santo me encheu. Mas na Igreja Batista em que eu estava, não gostavam muito daquilo, de ser cheio do Espírito Santo. Para alguns batistas não importa o que é, contanto que louve a Jesus. Mas estes batistas com quem me reunia eram um pouco frios. Então, abandonei o ministério.

Nessa época, eu tinha um grupo de música cristã, e começamos a viajar pregando o evangelho. Depois de alguns anos neste ministério itinerante, terminei em uma cidade na Carolina do Norte, e me encontrei com um jovem cristão chamado Jonathan Pong. Ele me convidou para um estudo bíblico, e eu fui. Ali o irmão Stephen Kaung estava compartilhando.

A igreja não é só o corpo de Cristo: é Cristo

Eu era um pregador do evangelho, era um servo de Deus em seu reino, era pastor em uma igreja, mas meus olhos não tinham sido abertos para a plenitude da igreja. E à medida que o irmão Stephen Kaung vinha uma vez ao mês para compartilhar, meu coração começou a abrir-se e alargar-se para o Senhor.

Eu já conhecia a Cristo como Salvador, já o conhecia como aquele que morava em mim, já conhecia a unção de Cristo; mas um dia vi o Cristo mais lindo que jamais tinha visto. Um dia em que o irmão Stephen Kaung estava pregando a passagem de 1ª Coríntios 12 sobre a igreja, o corpo de Cristo, e chegou ao versículo 12, que eu tinha lido muitas vezes. Mas esse dia Deus abriu os meus olhos. 1ª Coríntios 12:12: «Porque assim como o corpo é um, e tem muitos membros, mas todos os membros do corpo, sendo muitos, são um só corpo, assim também é Cristo».

Eu entendia o que era o corpo de Cristo, cria no corpo de Cristo, e estava tentando ajudar irmãos e irmãs a funcionar no corpo de Cristo; mas eu não entendia o que era a igreja. E nesse momento, este versículo abriu o meu entendimento, e vi o Cristo mais lindo que jamais tinha visto.

É quando compreendi por este versículo que a igreja não é o corpo de Cristo. Você sabe que a igreja é o corpo de Cristo, mas isso é em seu funcionamento prático. Mas em sua essência, a igreja não é só o corpo de Cristo; a igreja é Cristo. Quando eu vi isso, vi algo que mudou toda a minha vida. Eu era pastor em uma igreja, e creio que as pessoas pensavam que eu era um bom pastor, ao menos um pastor honesto, mas eu não entendia que a igreja é Cristo, e então tratava os irmãos e irmãs como coisas. Eu não entendia que meu irmão e minha irmã são Cristo.

Sabe? Se você não respeitar o seu irmão e a sua irmã, você não entende o que é a igreja. E eu não entendia o que era a igreja. Eu dizia: ‘vou tomar este irmão e vou colocá-lo aqui. Vou tomar a esta irmã e a porei para cá’, sem entender quem eram eles em Cristo. ‘Bom, necessitamos de um professor; vamos pô-lo aqui’. E porque eu fazia esse tipo de coisas, eu era como uma cabeça substituta no corpo de Cristo.

E quando o irmão Stephen Kaung estava falando da igreja como Cristo, nos olhos de minha mente, eu vi esse imenso corpo, e uma cabeça pequenininha sobre esse corpo, que era eu. E vi que Deus tirava essa cabeça, para que Cristo pudesse ser a igreja. Ele não é só a cabeça da igreja. Ele é a vida da igreja, ele é a fonte da igreja, ele é os neurônios da igreja, ele é o sangue da igreja, é o oxigênio da igreja.

Reunimos-nos como igreja. Quando eu tinha uma igreja, nos reuníamos, e nossa primeira oração era uma invocação. Sabem o que isso quer dizer? Reuníamo-nos e orávamos: ‘Oh, Deus, somos o corpo de Cristo; Jesus é a cabeça, e queremos que a cabeça venha e seja uma para o corpo agora’. Como se Cristo estivesse separado de nós, e tivesse que descer para enganchar-se ao corpo.

Mas quando entendi que a igreja é Cristo, não temos que lhe pedir que baixe. Ele já está dentro. Não temos que lhe pedir que se levante entre os irmãos e irmãs. Aí entendi. Eu estava olhando às pessoas segundo a carne. Mas Paulo diz que já não nos conhecemos segundo a carne, porque meu irmão e minha irmã são parte de Cristo. Valem um milhão de dólares, porque Cristo habita neles. O Senhor me disse: ‘Tu não as toque, tu ponhas a tua vida’. Bem, que lindo é Cristo! Quando entendi que a igreja era Cristo, aí comecei a entender o que estava acontecendo.

Às vezes nós não o compreendemos, mas ele está no pleno controle. Quando ele permite que passemos tempos difíceis e nos disciplina, é para o nosso bem.

Nós normalmente queremos desenhar uma reunião de adoração e louvor para que todos se sintam bem. Eu era um planejador de louvor: ‘Vamos começar com esta canção mais rápida, depois uma mais lenta, e depois uma música muito doce. E alguém vai vir para o microfone e irá falar. E quando todos estiverem chorando, é o momento da oferta, e aí você vai ganhar mais. E em seguida virá o pregador...’. Mas quando vi que a igreja é Cristo, Deus me disse: ‘Tira suas mãos da igreja! Deixa que o irmão peça uma canção’.

É maravilhoso quando as pessoas estão tocando instrumentos, porque nos ajudam em nosso louvor. Quando as pessoas nos ajudam em nosso louvor, é maravilhoso. Mas com toda segurança, vocês já viram adoradores profissionais. Isso não é o que o Senhor está procurando. Ele não quer que as pessoas estejam sendo entretidas por uma banda. Ele quer que o irmão menor, que se senta atrás, possa abrir sua boca e dizer: ‘Jesus me ama!’. Ele quer que uma irmã, neste lado, levante-se e com temor leia um versículo.

Deus prefere que duzentas pessoas cantem desafinadas, do que uma única pessoa que cante afinada. O Senhor Jesus quer levantar o seu corpo. Deus levanta irmãos e irmãs para ministrar a Palavra, e eles ajudam a levar o corpo à perfeição. Mas o Senhor quer te ouvir realmente. Ele espera o seu serviço. E quando alguém capta isso, o corpo vem para um enchimento mais pleno.

Não é necessário dizer que quando vi que a igreja era Cristo –tal como na Revolução Francesa– fui decapitado, e tive que renunciar ao pastorado. As pessoas não me entenderam, porque a igreja estava tão abençoada. Mas creio que posso dizer com sinceridade que o êxito daquela igreja dependia de mim. Quando eu pregava a palavra ali havia cento e cinqüenta pessoas. Quando eu estava em minhas férias, todo mundo saia de férias. Ah, quando o gato sai, os ratos fazem a festa.

Agora, eu vou para uma assembléia, e ainda que tenhamos um estudo bíblico às segundas-feiras de noite em nosso apartamento, quando minha esposa e eu saímos de viagem, mais pessoas vão. Às vezes creio que eu sou um estorvo.

Ainda agora quando estou falando, nosso querido irmão Christian Chen está pregando em uma Conferência em Taiwan, nosso irmão Stephen Kaung está em uma Conferência em New Jersey, e em nossa assembléia [em Nova Iorque] onde eu e meu irmão nos reunimos nos dias como este, não está aquele grande pregador, não está Dana, não está Christian Chen, mas Cristo é a cabeça da igreja! E eles têm um tempo maravilhoso de louvor e adoração. E quando o Senhor está presente entre o seu povo e você vê Cristo nos irmãos e irmãs. Este é o Cristo mais lindo!

E o Senhor me deu uma promessa. Ele me disse: ‘Quer me conhecer?’. E eu disse: ‘Sim, Senhor, eu quero te conhecer’. E ele me diz: ‘Quando dois ou três se reúnem em meu nome, você pode me ver em seu irmão e irmã’. Por isso eu gosto tanto de ir às reuniões, porque Jesus vai se manifestar através de alguém.

Quando saí do pastorado, comecei a dirigir um ônibus escolar e a realizar distintos trabalhos. Levou alguns anos para que o Senhor me tirasse essa mentalidade de ministro. E ele me fez ser simplesmente ‘o irmão Dana’. E então ele enviou-me para a minha peregrinação. E comecei a viajar a diversos lugares e a ajudar a pequenas assembléias em todos os lugares. E é o que faço até hoje. Na maior parte, são assembléias pequenas. Está bom: Eles valem um milhão de dólares!

Às vezes, em uma dessas reuniões em assembléias pequenas, você pode sentir a realidade de Cristo mais que em uma grande, porque a plenitude de Cristo não significa quanto ruído possa fazer, mas quão vivo está Cristo nos irmãos e irmãs.

Como resultado disso, muitas vezes tem que acontecer momentos difíceis. E como já lhes contei, em algumas semanas, minha esposa e eu perdemos um filho. E outra crise estava ocorrendo. Há um irmão que talvez muitos de vocês não conhecem, Ernie Hile, que vive no Brasil. Ernie e eu estávamos atendendo a seis assembléias na área de Nova Iorque, ajudando-os a crescer. Os anciões começaram a crescer, e como todas essas igrejas eram jovens, não havia muitos que tivessem mais idade no Senhor. Então, tínhamos ‘anciões jovens’. Eram irmãos jovens, mas era o melhor que o Senhor tinha ali, e em alguns casos, alguns desses irmãos eram adolescentes.

E no lugar onde vivíamos, esses irmãos disseram: ‘Não queremos que vocês nos ministrem, porque nós já sabemos o que queremos’. Não nos queriam muito, porque os queríamos ajudar a que se mantivessem na palavra de Deus. E ocorreram várias vezes em minha vida, pelo mesmo tempo em que meu filho morreu. O grupo na cidade onde vivíamos nos escreveu uma carta dizendo que já não iriam mais nos ajudar financeiramente.

Um desses lugares é uma assembléia muito pequena, e esse grupo pequeno nos disse: ‘Venham estar conosco’. Minha esposa e eu estávamos quebrantados. Mudamos-nos para esse lugar, e sabem o que descobrimos? O lar. Os irmãos e irmãs nos trataram como pessoas. Amavam-nos sem interessar se ministrávamos ou não. Curaram nossas feridas e adoraram conosco. Nesse lugar permanecemos por vinte anos.

Nos primeiros anos, o Senhor teve que sarar os nossos corações. E sempre nos lembramos daquela comunhão de só vinte pessoas. Esse era o nosso lar. Nós tocávamos a Jesus ali. Quão maravilhosa é a igreja que é Cristo! E é por isso que eu gosto tanto de estar aqui. Vejo a Cristo em vocês, e bendigo a Deus por isso.

E em relação a esta obra tão ampla que Deus está fazendo, eu penso que não temos idéia quão importante é a Internet para o anúncio do evangelho. Parece-me que Deus pode multiplicar isto a milhares em todo mundo de língua hispânica. Que maravilhosa oportunidade!

Deus quer realidade

O Senhor não nos pede que sejamos bem-sucedidos, que sejamos grandes ou famosos. O que ele quer são verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e em verdade. O que ele quer é realidade.

Uma vez, encontrava-me na Inglaterra, e fui a uma fábrica de vidros na Irlanda. O homem que nos guiava pelo lugar nos mostrou duas taças de vinho, e nos passou isso para que as examinássemos. E ele me perguntou: ‘O que te parece?’. Eu lhe disse: ‘Bom, as duas me parecem boas’. E ele me disse: ‘Uma vale 50 centavos e a outra vale 20 dólares’. E em seguida me disse: ‘Vou lhe mostrar a diferença’. Então tomou uma taça e lhe deu um golpezinho com o seu dedo. Produziu-se um longo som: Piiiiiing! Em seguida tomou a outra taça. Era idêntica. Golpeou-a com o dedo novamente e houve um som seco. A realidade? Vinte dólares. A cópia não vale nada.

O Senhor quer ouvir esse Piiiiiing! O Senhor olha para a assembléia. Ele não está interessado nos números. Ele quer a sua noiva, que o ama, que quer lhe dizer que o ama, que está disposta a levantar-se E... Piiiiiing! Isso é o que ele quer escutar. Oh, que o Senhor nos ajude!

Bem, poderia continuar compartilhando; mas ainda estou em minha peregrinação... e vocês são o meu lar.

Mensagem na 3ª Conferência Internacional «Água Vivas» (Santiago do Chile, Set. 2005).

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