ÁGUAS VIVAS
Para a proclamação do Evangelho e a edificação do Corpo de Cristo
Mostra-me o teu caminho (2)
As obras, os caminhos e o propósito de Deus.
Dana Congdon
Leitura: Êxodo 33:11-14.
Moisés está sobre o monte, aprendendo a interceder. O mais importante para nós nestes dias de avivamento é ter uma visão do Senhor. O ministério mais importante que podemos assumir nestes dias é interceder a favor dos interesses do Senhor.
Como sabemos, Moisés se encontrava nessa montanha nesse dia a favor do povo que tinha pecado com o bezerro de ouro. Moisés estava ali de pé, dizendo: «Senhor, nos perdoe, por amor do seu nome. O que dirão as nações se tu eliminares o teu povo? Eles vão dizer que o Senhor não foi capaz de introduzir o seu povo na terra de Canaã». E Moisés, então, entregou a sua vida. Moisés disse: «Senhor se tiver achado graça diante dos teus olhos, mostra-me os teus caminhos».
Nosso Deus falou com Moisés face a face no monte. Como necessitamos deste tipo de pessoa nestes dias. Porque os filhos de Israel tinham cometido um grande pecado contra Deus, e vocês sabem o que o Senhor disse. Ele disse: «Eu te prometi que te enviaria à terra prometida, mas eu te enviarei com o meu anjo, mas eu não posso ir com vocês».
Para as pessoas que se conformam com as obras de Deus, o anjo é suficiente. Mas Moisés disse: «Se a tua presença não for conosco, eu não quero ir. Eu não quero simplesmente as tuas bênçãos; eu quero a tua presença». Assim ele falava com o seu Deus no monte. E ele diz: «Mostra-me os teus caminhos».
Antes falávamos sobre esses três níveis diferentes de conhecimento do Senhor. Vemos como há um contraste muito grande entre os filhos de Israel e Moisés. Nos Salmos nos diz que os filhos de Israel viram as obras de Deus, os seus grandes milagres. Graças a Deus, ele opera milagres. Ele é um Deus que atua, um Deus vivo. E é dessa maneira que nós o vemos, através das suas obras. Especialmente a obra de Jesus morrendo na cruz por nós.
Mas quando nós vamos ao Senhor, depois de ver as suas obras, o Senhor está procurando algo em nossos corações, uma resposta que diga: «Mostra-me os teus caminhos». Não só: «Mostra-me as tuas obras». Vocês recordam como as pessoas na Galiléia estavam seguindo a Jesus simplesmente para ver os milagres ou pessoas sendo curadas? E Jesus lhes disse: «Vocês viram o milagre do pão, mas o que não viram é quem está por trás do pão, o próprio pão da vida».
Cada obra que Deus faz é um sinal que quer nos mostrar o seu Filho Jesus. O amor de Deus é grande e ele faz muitas obras, mas nenhuma das suas obras é em vão; todas elas apontam para Jesus. Então, quando somos curados, nós temos que ser como aquele único leproso que voltou para agradecer a Jesus.
Algumas pessoas se satisfazem com a cura. Bom, Deus faz curas, mas isso deve apontar para aquele que cura. Jesus é a nossa saúde. Então, quando nós oramos: «Senhor, mostra-me os teus caminhos», estamos pedindo algo maior que: «mostra-me as tuas obras». Queremos saber mais dele, queremos conhecer o coração de Deus.
Isso é o que Moisés orava: «Oh, Senhor, não quero nada mais, a não ser a ti. Eu vejo todo o problema que está ocorrendo no vale; mas vejo a tua glória. Quero te conhecer nos teus caminhos». Porque depois que conhecemos os seus caminhos, conhecemos o Senhor. É o que podemos ver aqui. Moisés falava com o Senhor face a face. Necessitamos nestes dias desse tipo de intercessores.
No estudo anterior descobríamos como o caminho do Senhor é o caminho da cruz. Antes de morrer na cruz, Jesus disse aos seus discípulos: «Eu sou o caminho, e a verdade e a vida». Mas será que eles entenderam o que ele queria dizer? O que significa: «Eu sou o caminho»? Ou ainda quando Jesus disse: «Eu sou o caminho que leva ao Pai», eles não podiam entender.
Como vocês recordam, no final da sua vida, ele disse aos discípulos que ele estava indo para a cruz. Mas quando ele compartilhava que ele estava indo a Jerusalém para morrer, eles não podiam entendê-lo. Mas depois que Jesus morreu na cruz e ressuscitou, então os discípulos entenderam: «Ah, este é o caminho de Deus», e eles começaram a caminhar nesse caminho. E os filhos de Deus, nesses dias, eram chamados ‘o povo do caminho’. Todos eles viram muitos milagres e obras de Deus, mas também sofreram muito, levando a cruz. E como resultado, eles caminharam um caminho novo e vivo.
Muitas pessoas ao redor do mundo estão sendo reunidas ao reino pelo evangelho; mas não são muitos os cristãos que caminham pelo caminho vivo. Podem ver a diferença? Não é maravilhoso ver um cristão que vive no caminho vivo? Eles têm a vida celestial dentro deles, e mesmo que passam por dificuldades, é como se voltassem, com mais vida ainda. Eles estão caminhando nos Seus caminhos.
Nesta ocasião, queria descrever estes caminhos, e utilizando outra ilustração do Antigo Testamento.
Todos nós conhecemos a história de Abraão, Isaque, Jacó e José. Todos eles tiveram vidas muito diferentes; mas tinham uma coisa em comum, além do seu único Deus: Deus os tinha enviado para uma peregrinação. No Antigo Testamento há uma palavra especial: peregrino. É diferente que um simples viajante. Muitas pessoas viajam de um lugar para outro, mas quando Deus põe alguém em uma peregrinação, é para lhe revelar os Seus caminhos, e um peregrino sempre vive de acordo com um propósito.
Muitos cristãos são nascidos de novo, mas devido à confusão na cristandade é como se eles estivessem errantes, sem nenhuma direção. Mas há aqueles que estão em uma peregrinação. Vamos olhar esta palavra em algumas passagens.
Primeiro queremos olhar qual foi o testemunho de Jacó no final da sua vida. No capítulo 47 de Gênesis, Jacó estava falando de sua vida, e ele estava falando com Faraó. E como ele descreve a Faraó a sua própria vida? Versículo 9: «Jacó respondeu a Faraó: os dias de minha peregrinação são cento e trinta anos, poucos e maus foram os dias dos anos de minha vida, e não cheguei aos dias dos anos da vida dos meus pais nos dias da sua peregrinação». Jacó aqui se refere ao fato de Abraão e Isaque também terem sido peregrinos antes dele.
Deus ama tanto os seus filhos; ele quer revelar-se aos seus filhos, e ele deseja levar os seus filhos à adoção, para que não sejamos simplesmente meninos pequenos, mas filhos maduros e responsáveis. E qual é a maneira de nos levar a adoção? Através da peregrinação. A peregrinação é uma ilustração do caminho da cruz.
Você pode ser um cristão por um momento, mas um dia será um peregrino, e Deus começará a operar em sua vida de acordo com o seu propósito. Deus se dá a conhecer a nós pela revelação. Mas este conhecimento do Senhor do qual Moisés nos fala é mais do que uma revelação que ele está tendo no monte. Este tipo de conhecimento do Senhor não vem simplesmente em você sentar para ler a Bíblia e pensar sobre o Senhor.
Como é que realmente nós conhecemos o Senhor? Nós temos que caminhar com ele na peregrinação. Então, quando eu escuto a um irmão ou irmã que ora: «Oh, Senhor, mostra-me os teus caminhos», eu sei que o Senhor vai levá-lo para uma peregrinação. Nós conhecemos a história, e por isso podemos dizer que Abraão, Isaque, Jacó e José, no término da sua peregrinação, conheceram ao Senhor. E assim o Senhor nos leva a cada um de nós em uma peregrinação.
Agora, eu gostaria de descrever sete características desta peregrinação.
O Senhor quer nos reunir em uma forma corporativa. Ele tem que fazer um trabalho em sua vida individual. O Senhor vai te levar para uma peregrinação. O que significa esta palavra? É mais que uma simples viagem. A primeira coisa que aprendemos sobre a peregrinação é a seguinte: Você está vivendo em um lugar que não é o seu lar.
No livro de Hebreus, diz que Abraão foi chamado por Deus e por fé ele saiu e peregrinou em tendas. Nós temos que viver sobre a terra, mas vivemos em tendas. Vivemos em uma propriedade que não é o nosso lar. Isto é a primeira coisa que aprendemos sobre a peregrinação – Vivemos no mundo, mas este não é o nosso lar.
Em sua primeira epístola, Pedro fala com os irmãos e irmãs. Sabemos que ele foi primeiro um apóstolo para os judeus. E quando ele lhes escreve em 1ª Pedro, ele chama eles de peregrinos. Eles entenderam que não viviam em seu lar. Estamos de passagem em um lugar que não é o nosso lar.
Permitam-me lhes mostrar alguns exemplos. Em Gênesis 17:8 podemos considerar a Abraão. Deus prometeu a Abraão: «E darei a ti, e a tua descendência depois de ti, a terra em que moras –na versão inglesa, «a terra das tuas peregrinações»–, toda a terra de Canaã em herança perpétua; e serei o Deus deles». O lar original de Abraão era Ur dos caldeus, mas quando ele encontrou a Deus, a Babilônia não podia ser mais o seu lar. E Deus lhe disse: «Agora quero que sejas peregrino em Canaã».
Então, no capítulo 26, podemos ver a peregrinação de Isaque. Versículos 2-3: «E lhe apareceu o Senhor, e lhe disse: Não desça ao Egito; habita na terra que eu te direi. Habita como forasteiro nesta terra –na versão em inglês, «habita como um peregrino nesta terra»– e estarei contigo, e te abençoarei; porque a ti e a tua descendência darei todas estas terras, e confirmarei o juramento que fiz a Abraão teu pai».
No idioma original é utilizada uma palavra especial: «peregrino». Então, para Abraão, a sua peregrinação foi em Canaã; mas para Isaque, a sua peregrinação foi na Filistéia. Porque houve fome na terra e ele foi enviado à terra dos filisteus, e Deus lhe deu esta promessa. Não temos tempo para ver cada passagem, mas sabemos que Jacó peregrinou em Padã-Arã.
Jacó gostava de estar em casa, com a sua mãe. Ele aprendeu a cozinhar com a sua mãe, mas vocês sabem que ele teve que fugir do seu irmão, e isso deu início a sua peregrinação espiritual, que tinha um propósito. E descobrimos no caso de José que a sua peregrinação ocorreu na terra do Egito.
Eles foram chamados e enviados por diferentes razões. Abraão, através de uma revelação; com Isaque, a circunstância foi a fome; Jacó teve que fugir, e José foi traído por seus irmãos. Circunstâncias muito diferentes; mas o nosso Deus é um Deus soberano, e ele usa as circunstâncias da nossa vida.
Quando somos jovens, temos muitas opções, mas este caminho de peregrinação é como um funil, que se torna mais e mais estreito até o seu extremo. Então, soberanamente, Deus nos envia para esta peregrinação.
Há tempos na vida cristã em que há necessidade de sair do lar. É tão gratificante ficar em casa. Tudo é seguro, familiar, mas não podemos crescer. Então, é como se o Senhor nos empurrasse para fora. Não importa quais sejam as circunstâncias, mas é Deus quem está por trás das circunstâncias. Como aqueles pintinhos de águia que estão em seu ninho, e a águia os empurra para fora do ninho. Assim ocorre conosco, e não nos sentimos em nosso lar.
Muitos jovens se acostumam com os seus lares e crêem que isso é para sempre. Mas um dia vão à universidade e voltam, e algo muda. Sim, é o lar, mas não é exatamente o seu lar. ‘Onde estão todos os amigos’ As coisas mudaram, e começa a viver uma vida em que não está em seu lar.
Esta questão do lar não é algo geográfico. Algumas pessoas nunca saem do seu lar, mas Deus troca o seu lar. Subitamente, está vivendo em um lugar que não é o seu lar.
Todo aquele que vem a Cristo como um bebê, no princípio pensa: ‘Bom, este mundo é o meu lar’. Mas o nosso Deus soberano produz circunstâncias em nossa vida que nos mostram que este não é o nosso lar. O Senhor já te tirou desse lar? Talvez uma tragédia de uma pessoa que você amava, talvez a perda de um trabalho, ou circunstâncias de saúde, ou um problema. Às vezes, uma aventura; mas de repente sente que já não está mais em seu lar.
E até que uma pessoa não sinta isso, ela não apreende o Senhor. Jacó, em certo ponto, segurou ao Senhor, e o Senhor o agarrou quando ele estava fugindo. E a ti e a mim, o Senhor nos traz para alguns lugares em que estamos desesperados, para nos agarrarmos ao Senhor.
Sabe? Quando você vai a um lugar que é novo para ti, com o qual não está familiarizado, você ora muito. Têm sua devocional matinal todos os dias. Mas quando está em sua casa, não há tanta necessidade. ‘Hoje vou dormir um pouquinho mais’. Então, o Senhor tem que nos empurrar para fora. E o que é que ele está querendo fazer? Ele quer te mostrar a verdade mais importante que deve conhecer em sua vida: Que ele é o seu lar.
Quando Jesus disse que ele iria preparar-nos moradas na casa do Pai, ele não estava falando de um palácio. Ele estava falando do corpo de Cristo. Eu espero que você tenha encontrado o seu lar. Quando você chama a Deus de teu lar, foi isso o que Jacó viu quando estava nessa noite estrelada. ‘Isto é Bet-el, a casa de Deus. Eu estou sozinho no deserto, mas Deus é o meu lar’. Eu espero que você saiba que Deus é o teu lar. Este é o primeiro passo em nossa peregrinação.
Mas, por que Deus nos empurra e nos envia para um caminho que não conhecíamos? Claro, é o segundo ponto. Não importa como começa a tua peregrinação; e por sua misericórdia, Deus vai te encontrar na encruzilhada. Seja porque você esteja fugindo de algo, ou porque você esteja mudando para um lugar novo, ou simplesmente porque as coisas mudaram e já não é o mesmo, Deus está removendo a tua segurança, para que possas encontrar o Deus vivente. E essa é a maior bênção da nossa vida, mas ele aguarda até que você se encontre nesse caminho de peregrinação.
G. Campbell Morgan disse que a vida dos patriarcas era Deus revelando-se a eles enquanto eram peregrinos. Se leres a tua Bíblia, poderás ver que Deus se revelou a Abraão sete vezes, e a Isaque se revelou seis vezes. A Jacó se revelou cinco vezes. De José não temos registro de que Deus tenha se revelado a ele, exceto por sonhos. Mas nós sabemos que José vivia em comunhão com Deus.
Oh, que maravilhoso descobrimento: Deus quer te encontrar. Mas ele não se encontra contigo em teoria; ele te encontra quando estás no caminho. Então, Abraão saiu, e quando chegou a Siquem, Deus lhe revelou, e ali ele construiu um altar. E quando chegou a Bet-el edificou outro altar. E à medida que ia de um lugar para outro, ele encontrou a Jehová-Jireh e encontrou El-Shadday e El-Olam. À medida que caminhava, ele descobria a Deus.
É um descobrir a Deus à medida que está peregrinando; é assim como nós conhecemos a Deus. Quando Jacó estava fugindo, de acordo com o nosso irmão Christian Chen –como ele é um matemático, eu confio nele–, ele diz que Jacó não fugiu de casa antes dos setenta anos de idade. Ou você pensa que ele era um delinqüente juvenil fugindo? Oh, até as pessoas velhas estão fugindo. E por todos esses anos, ele já tinha escutado do Deus de Abraão e de Isaque; no entanto, Jacó nunca o encontrou, assim que ele começou a caminhar pelo caminho, aí Deus em sua misericórdia apareceu a Jacó naquela escada que subia até os céus. Então ele começou a descobrir como Deus era realmente.
Nós temos tantas canções que nos falam de como Deus é, mas cada uma dessas palavras tem que se tornar real em sua vida. E isso só ocorre através de uma peregrinação. Você já descobriu isso em sua vida, quando o Senhor te pôs nesta peregrinação?
Nós dizemos que a peregrinação é o caminho da cruz. Quero te explicar o que isso quer dizer. Não quer dizer que sempre estamos sentindo morte; quer dizer que começamos a caminhar por um caminho que nós não escolhemos. Quer dizer que o caminho pelo qual Deus nos guia é de acordo com o Seu propósito. E nesse caminho da cruz nós descobrimos muita vida.
O caminho de um peregrino é o caminho de alguém que se nega a si mesmo. E quando encontramos a Deus, ele nos chama a dar um passo a mais. Você, em sua peregrinação, já encontrou ao Deus vivo? Não só o Deus dos seus pais. Você mesmo já encontrou a Deus? É assim que você conhece a Deus.
Uma terceira coisa maravilhosa que aprendemos desta peregrinação da cruz: Na vida de cada um desses patriarcas, Deus pôs sua fé à prova. O que significa pôr a fé à prova? Bom, recorda como Deus disse a Abraão: «Abraão, oferece ao teu filho, o seu único filho, sobre o altar»? Acaso Deus não sabia que Abraão tinha ou não fé? Claro que Deus sabia. Mas Abraão não sabia. Jacó não sabia que ele tinha fé; ele era um fugitivo. Mas Deus lhe mostrou que ele tinha fé. Isaque não sabia que tinha fé. Tudo lhe tinha sido dado, mas aprendeu o que era a fé à medida que cavava os poços. Então, cada um desses homens desenvolveu uma fé tangível em suas vidas.
Nós dizemos: ‘Eu creio nisto, eu creio naquilo’. É muito fácil dizê-lo. Mas Deus vai provar a fé que temos em nossas vidas. Então na vida de Abraão vemos a obediência à fé. Na vida de Isaque vemos a fé que habita, que permanece. E na vida de Jacó vemos a fé que está em luta. Você já lutou com Deus? Ah, é como Jacó. Foi nesse momento de sua vida que Jacó descobriu a sua fé, lutando com Deus. À medida que lutava, ele descobriu quanto necessitava de Deus, e ele se agarrou a Deus. Ele aprendeu o que era a fé.
José aprendeu a fé que vence. Ele esperou por anos e anos na prisão. De algum jeito, ele sabia que os sonhos que Deus lhe tinha dado se realizariam. E assim aprendemos a caminhar por fé. Talvez no princípio caminharemos por vista, mas Deus começa a nos dar olhos para ver o Senhor à medida que caminhamos.
Outro aspecto deste caminho da peregrinação é que é o caminho da bênção. Mas há uma diferença: Se tudo o que recebemos são bênçãos, nos tornamos orgulhosos. Mas se estivermos no caminho de peregrino, aprendemos o que é a verdadeira bênção. À medida que Abraão vivia nesse caminho, ele foi adquirindo mais e mais ovelhas e vacas, a tal ponto que os reis ao seu redor estavam assustados com ele, porque Abraão estava caminhando nessa peregrinação com Deus. E embora Abraão tivesse milhões de ovelhas, no mesmo tempo da peregrinação, ele descobriu a verdadeira bênção.
Qual era a verdadeira bênção? Você diria: ‘Quando nasceu o seu filho’. Sim, essa foi uma grande bênção; mas ele descobriu uma bênção ainda maior: a presença do seu Deus. E quanto mais bênçãos recebia, mais fome ele tinha, e procurava a cidade de Deus. Ele amava muito a Deus, e queria encontrar a Sua cidade.
Deus quer pessoas que sejam capazes de dirigir as bênçãos. Abraão era um milionário, mas ele estava centrado em Deus. Então as suas bênçãos se tornaram bênçãos para outros. E mesmo que ele tenha lhe apresentado essa opção: ‘Eu vou oferecer o meu filho, ou vou preservar o meu filho e perder o meu Deus?’. E ele disse: ‘Eu amo a Deus acima de tudo, mais do que a este filho precioso’.
Isaque teve tantas bênçãos. Abraão deu tudo a Isaque. A Ismael deu alguns milhares de ovelhas; mas Isaque recebeu tudo, já começou como um jovem milionário. O que lhe ocorreu quando vivia na terra dos filisteus? Houve uma grande fome e ninguém tinha comida, exceto no lugar onde Isaque estava. Ele teve uma colheita de cem por um. E todos se perguntavam o que ocorria nesse lugar.
Isaque era tão abençoado. Mas ele não foi abençoado, porque ao mesmo tempo todos o perseguiam. Ele tinha milhões, mas tinha medo de que todas as coisas fossem roubadas. Então, sempre que ele estava cavando um poço novo, o inimigo chegava e dizia: ‘Este é meu poço’, e ele tinha que fugir. Ele tinha milhões de ovelhas e não podia levá-las para beber. E ele dizia: ‘Ai, minhas ovelhas vão morrer’. E se movia para outro lugar, cavava outro poço. E o inimigo chutava a terra para dentro do poço.
Jacó não podia desfrutar da sua peregrinação; era um milionário miserável. Até que movendo-se e movendo-se e movendo-se, um dia, ele retornou para Canaã, a Berseba. E cavou um poço, e saiu água doce. Deus lhe falou, e na presença de Deus ele pôde desfrutar das bênçãos. Do que te serve ter um milhão de dólares, se não estiver na presença de Deus?
Aos jovens, advirto-lhes: tomem cuidado com a vontade de Deus neste assunto de dedicar-se aos negócios. Eu conheço muitas pessoas que correm atrás do dinheiro, mas não têm nenhuma comunhão, e apesar de ter muitas bênçãos materiais, não as desfrutam, porque o inimigo os oprime dia e noite.
Jacó também aprendeu a lição da bênção. Você entende que o caminho da cruz é um caminho de bênção? Mas temos que aprender a dirigir as bênçãos. O que aconteceu com Jacó? O que significa o nome Jacó? É alguém que se agarra às coisas; ele se agarrava às suas bênçãos. Eu quero esta bênção, eu quero aquela bênção. Ele tomou quatro esposas! E teve doze filhos, e milhões de ovelhas, o que fosse. Mas ele não era alguém que se agarrava a algo e estava feliz.
Jacó teve que aprender o que era a verdadeira bênção, e você se recorda quando ele aprendeu o que é a bênção. É quando ele agarrou a Deus. Ele abandonou todas as suas bênçãos, mas se agarrou a Deus, e então descobriu a razão pela qual ele foi criado. Eu espero que você agarre a Deus. Porque o que Jacó descobriu é que ele tinha todas as bênçãos, e apesar disso Esaú não o matou.
E José. José teve tantas bênçãos. Ele chegou a ser o segundo depois de Faraó. Foi-lhe dada sabedoria e grande autoridade. Mas José viu; quando os seus irmãos vieram, os seus olhos se abriram. ‘Por que Deus me abençoou desta maneira? Por causa dos meus irmãos e irmãs’.
Por que Deus tem te abençoado como ele o tem feito? Sei que alguém vai discutir comigo e vai dizer que Deus não lhe abençoou; mas você tem muitas bênçãos. Mas Deus não nos abençoa simplesmente para nós mesmos. Se guardarmos as bênçãos só para nós, serão como o maná, que se apodrece; mas quando usamos as nossas bênçãos a favor dos outros, então aprendemos o segredo da peregrinação.
Mas, apesar de tudo isso, o quinto ponto é que o caminho da peregrinação é o caminho da cruz. Isso significa que chegamos ao final de nós mesmos. Ele disse a Abraão que ele teria um filho, e ele pensou que ele teria um filho, mas em seguida descobriu que só pôde ter um filho quando ele estava como morto. Deus, em sua vontade soberana, leva-nos a um ponto em que descobrimos que não podemos fazer nada sem ele.
A vida de Isaque começou sobre o altar. Qual foi a primeira revelação que Isaque teve de Deus? A primeira revelação que ele teve de Deus foi Jehová-Jireh. Quando o seu pai veio sobre ele com uma faca e Deus lhe falou, Isaque também escutou essa voz. E viu como Deus havia provido um carneiro. Então, a vida de Isaque começa na cruz, e o resto de sua vida ele não a viveu para si mesmo.
Alguns de vocês não são casados ainda, e talvez você queira escolher um marido ou uma esposa. Isaque não teve escolha. O seu pai enviou um servo que lhe trouxe uma esposa. ‘Não a minha vontade, mas a tua, Senhor’. Claro, ele acabou com a esposa perfeita. Se Deus escolher uma esposa para você, terá uma excelente esposa. Com tudo isso, nós aprendemos que temos que chegar ao final de nós mesmos.
Lembra-te do que lemos sobre Jacó em Gênesis 47? Faraó lhe faz essas perguntas sobre a sua vida, e Jacó é muito honesto. Ele diz: «A minha peregrinação foi que 130 anos, mas ela foi amarga». Por quê? Porque ele tinha uma vontade própria muito forte, porque ele sempre estava fazendo os seus planos, as suas coisas, e foi só quando ele tinha quase cem anos de idade que Deus pôde derrotá-lo. E Jacó chegou ao final de si mesmo.
Mas, mesmo que estejamos caminhando nesta peregrinação, nós chegaremos ao final de nós mesmos. Nós vemos que não somos nada. Às vezes, você vê um irmão parado aqui, falando. Eu posso te garantir que esse irmão é um servo de Deus, e ele aprendeu que ele não é nada. Quando você serve ao Senhor, muitas vezes é humilhado, porque comete muitos enganos. Você fere muitas ovelhas de Deus.
Se você caminhar nesta peregrinação, chegará ao ponto em que verá que não é nada. Muitos servos de Deus pregam mensagens muito fortes, mas eles se sentem totalmente vazios; então eles se agarram a Deus para que ele lhes dê tudo. Então, o caminho de peregrinação nos leva ao final de nós mesmos, e finalmente nos leva ao verdadeiro conhecimento de Deus.
Como é que nós conhecemos a Deus? Como El-Shadday, como Jehová-Jireh. Nós o conhecemos de várias formas, à medida que ele se revela a nós. Mas todos aqueles que caminham nesta peregrinação com propósito, encontram o mesmo Deus. E o que é isso? O Deus de misericórdia. E Deus mostrou a cada um dos patriarcas, depois que eles viram os seus próprios fracassos, depois que eles viram quantas vezes foram infiéis, Deus lhes mostrou como ele estava usando ainda os fracassos das suas vidas para cumprir a Sua vontade.
Isaque era um fracasso. Ele queria que Esaú recebesse a bênção, mas quando Jacó recebeu a bênção, Isaque viu o quão carnal ele era. Ele abençoou a seu filho Jacó, e então ele viu algo, descobriu como Deus usou a sua própria cegueira para enviar a seu filho Jacó. E Jacó foi, e então vieram os doze filhos de Israel.
E nenhum dos patriarcas se sentiu tão desqualificado como Jacó. Ele tinha enganado a todos, ele feriu a todos, e mesmo assim, Deus lhe tinha prometido o seu cuidado. Ele se sentia que não era nada. Mas o que Jacó descobriu no final da sua vida? Ele reconheceu que não era nada, que a sua peregrinação tinha sido uma viagem amarga. Mas Deus levantou a sua família, e o fez um príncipe de bênção.
Deus usa até os fracassos da nossa vida. Há bênçãos, há problemas, há provas, há tragédias. Mas todas estão programadas para nos levar para o Senhor. Irmãos e irmãs, nós vivemos em um universo que tem o seu centro em Cristo. Mas o Espírito Santo ainda tem que convencer a ti que Cristo é o centro da sua vida.
Então teremos muitas bênçãos, e também algumas tragédias. Teremos fracassos, teremos corações rasgados, teremos algumas vitórias; mas, através de tudo isso, quando nós olhamos para trás, vemos que Deus transborda os nossos fracassos e os torna em bênçãos. Quão grande é o nosso Deus! Só ele pode tomar os nossos problemas e transformá-los em bênção. Deus tomou a vida desses quatro homens e os ordenou de acordo com o Seu propósito.
E à medida que Deus reúne pessoas nestes últimos dias, ele também vai enviar para uma peregrinação. Talvez você não tenha começado a tua ainda. Oh, peça ao Senhor que te mostre os seus caminhos, para que lhe conheça. Então começará a conhecer o caminho da vida, e conhecerás o Deus vivo. E descobrirá uma fé real, com a qual poderá contar, porque não é a sua fé, é a fé de um Deus grande.
Chegamos ao final de nós mesmos, mas mesmo assim, descobrimos um Deus que transborda as coisas, que converte as tragédias em vitórias. Temos esse grande Deus? Esse é o Deus que conhecemos?
Então, durante a sua peregrinação, você agarre a esse Deus, você lute com Deus e descubra o caminho vivo, e descubra a ele em sua vida, até que Cristo seja feito o centro da sua vida.
Mensagem na 3ª Conferência Internacional de «Águas Vivas» (Santiago do Chile, Sept. 2005).