Jóias de Inspiração

União inseparável

Richard Wurmbrand

"Já não vivo eu, mas Cristo vive em mim" (Gál. 2:20).

A relação entre Jesus e uma alma crente é única e não pode ser explicada com palavras, porque não há equivalente real.

Em uma transfusão, o sangue de um homem se torna o sangue de outro. Se este último é ferido e sangra depois da transfusão, é o sangue que recebeu o que vai ser derramado. Tornou-se dele.

Em um transplante de coração, o coração já não pertence ao cadáver, mas ao homem vivo. Deste mesmo modo é entre Jesus e a alma. Acontece uma transfusão, um transplante e uma mudança de personalidade.

Lutero o explica assim: "O Pai diz a Cristo: 'Tu te tornaste o Pedro que nega, o Saulo que persegue, a Judas que trai, a Madalena que peca. Então a lei vê a Jesus cheio de todas essas ofensas e lhe diz que deve morrer'. Jesus é o assassino, ladrão, mentiroso, e o maior adultero que a humanidade conheceu. Não no sentido de que ele tenha cometido esses crimes, mas porque tomou para si próprio". Ele se tornou a minha personalidade pecaminosa. Em troca, ele me deu a sua personalidade. Em seu comentário da Epístola aos Gálatas, Lutero diz ousadamente: "O cristão é Cristo".

Ao afirmar isto, Lutero se mantém num terreno estritamente bíblico. Os grandes mestres da cristandade ensinaram a mesma coisa. Inácio escreveu: "Cristo é nossa vida inseparável". Tomás de Aquino disse que Cristo e os cristãos são "quase uma pessoa contígua". O catecismo escocês (de Craig) ensina: "Cristo não é outra pessoa que propriamente o seu povo".

Jesus foi entregue para ser crucificado. É Jesus quem segue sendo entregue para ser crucificado hoje na pessoa dos seus discípulos. Todos os seus sofrimentos são deles.

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