ÁGUAS VIVAS
Para a proclamação do Evangelho e a edificação do Corpo de Cristo
Os efeitos da morte de Cristo
Algumas preciosas conseqüências da obra da Cruz.
Roberto Sáez
O determinado conselho e presciência de Deus
A morte de Cristo obedece ao «determinado conselho e presciência de Deus» (Atos 2:23). Não foi um acidente na história; mas um acordo tomado naquele conselho eterno da Deidade, formado pelo Pai, o Filho e o Espírito Santo. A Deidade, reunida naquele conselho na eternidade passada, decidiu criar o homem (Gênesis 1:26). Ali também soube que o homem ao ter livre-arbítrio uma qualidade de Deus poderia cair em pecado; previu-se a queda e foi disposto a solução, e esta foi que a segunda pessoa da Deidade, o Verbo de Deus, iria ao sacrifício para resgatar o homem de sua queda. Por isso é que Pedro diz: «o cordeiro sem mancha e sem contaminação destinado desde antes da fundação do mundo» (1ª Pedro 1:20) .
A morte de Cristo, em primeiro lugar, implica a satisfação da justiça divina.
Satisfazer a demanda da justiça divina: O que significa isto? Que Deus foi ofendido em sua autoridade e em seu caráter santo, que uma vez mais uma criatura se rebelava contra os intuitos de Deus. O pecado do homem, assim como o de Satanás, é antes um pecado contra a autoridade de Deus do que contra a santidade de Deus. Pecar contra a autoridade de Deus é mais grave que pecar contra a sua santidade. Este é um assunto de moralidade, mas aquele é um assunto que desafia o trono de Deus.
Deus é justo e a sua justiça demanda o castigo pelo pecado. O pecado provocou um caos na ordem de Deus. Isto interferia com a vontade de Deus, com o que Deus tinha proposto fazer: Deus estava ofendido. A sua justiça demandava o castigo pelo pecado. Devia haver algo no universo que pudesse satisfazer as demandas da justiça divina. O que poderia ser? Por certo, não o ouro, nem a prata, nem alguma outra coisa, por mais preciosa que seja. Nada, em todo o universo, podia ser suficiente para deter o justo juízo de Deus. Então aparece a oferta do corpo de Cristo, oferta como de um cordeiro sem mancha, uma vítima inocente que derramaria o seu sangue primeiro para Deus.
A morte de Cristo está representada no livro de Levítico e é conhecida como a oferta de holocausto. O holocausto é uma oferta voluntária que não tem nada a ver com o pecado. O ofertante oferece a Deus um presente de pura gratidão e adoração, apenas porque deseja agradar a Deus. Neste sentido, o sacrifício de Cristo não obedece a nenhuma pressão, nem do céu nem da terra. Ele, pelo conhecimento que teve sempre do coração de Deus, soube como podia agradá-lo.
Jesus, como um cordeiro, ofereceu-se a Deus em oferta de holocausto. O seu sangue não foi oferecido em primeira instância aos homens, mas primeiro a Deus, com o propósito de satisfazer a justiça divina. O Pai considerou que este sacrifício foi suficiente para deter o justo juízo que os pecadores mereciam. Em virtude da perfeita oferta do corpo de Cristo, a justiça divina ficou completamente satisfeita.
Em segundo lugar, a morte de Cristo implica a redenção do homem.
Uma vez satisfeita a justiça divina, Deus aceita o sacrifício de Cristo como pagamento pelo resgate do homem.
A palavra «redenção» significa resgate. A dívida do homem com respeito a Deus era impagável. Ninguém jamais pôde calcular qual seja o montante da dívida de cada ser humano com Deus. No entanto, uma coisa é certa, é que Deus aceitou o sacrifício de Cristo e deu por cancelada a dívida de todos os pecadores, sempre e quando estes crêem e aceitam os termos em que se cancela a dívida. Deus atribui ao sangue de Cristo o preço suficiente, o valor mais alto; quem acolhe por fé esta oferta do amor de Deus, recebe efetivamente o resgate da condição de devedor e perdido.
Redimir implica, no mínimo, quatro coisas:
Nº 1: Substituição. Isto significa que outro fica em meu lugar, que no lugar que eu merecia estar, na condenação, para pagar por minha culpa, outro tomou o meu lugar e me substituiu. Neste sentido, Cristo morreu por nós. Neste sentido, a morte de Cristo é uma morte exclusiva porque só ele estava preparado para oferecer um sacrifício santo. Como nosso substituto, Jesus morre sozinho na cruz.
Nº 2: Propiciação. Isto significa que alguém propiciou entre Deus e os homens; que se fez mediador, que serviu de ponto de encontro. No culto hebreu, havia um lugar na arca do testemunho, chamado de «propiciatório», e era o lugar onde o Sumo Sacerdote colocava o sangue do cordeiro uma vez por ano para perdão dos pecados.
Nesse lugar, Deus descia para o pecador para perdoá-lo e recebê-lo limpo de todo pecado, purificado através da propiciação feita no sangue do cordeiro. Cristo foi sacerdote e vítima ao mesmo tempo «e ele é a nossa propiciação por nossos pecados» (1ª João 2:1). Neste ponto, a santidade de Deus não destrói o pecador porque é visto através do sangue que está no propiciatório, e então, pode aproximar-se de Deus para experimentar o alívio que outorga o perdão e o gozo de adorar a Deus sem temor de ser rejeitado.
Nº 3: Reconciliação. Estávamos em inimizade com Deus, a sua santidade nos rejeitava ao ponto de nos separar imensamente da sua presença. Nós vivíamos quando não lhe conhecíamos sem esperança e sem Deus, vagando no mundo sem saber para onde íamos, caminhando sem destino, perdidos, errantes; não queríamos procurar a Deus porque o ignorávamos. Então Deus, movido por seu amor, estando nós mortos em pecados, enviou-nos em Cristo um poderoso Salvador, para que fizesse a paz entre ele e nós.
O pecado era o que nos separava de Deus, mas Cristo com o seu sacrifício na cruz, cravou o escrito de dívidas que havia contra nós e conseguiu estabelecer uma ponte entre Deus e os homens, para que os que estavam longe de Deus pudessem regressar, para a reconciliação com Deus. Deste modo fomos reunidos a Deus para ser seus filhos e para que se cumprisse em nós a vontade de Deus, a qual é que sejamos conformados à imagem de Cristo.
Nº 4: Resgate. Deus tinha nos destituído da sua glória, por causa do nosso pecado, pois tínhamos lhe ofendido gravemente. A justiça de Deus demandava que se pagasse por essa ofensa, demandava o castigo do pecador. Como este não podia pagar, a Deus só restava nos condenar, mas Deus, em seu amor, veio na pessoa de Cristo e pagou o preço do nosso resgate. Quanto somava a dívida? Ninguém sabe, só Deus, que atribuiu ao sangue de Cristo um valor que só ele conhece, dentro dos parâmetros da justiça divina. Fomos resgatados das garras do inimigo, da morte e do Hades, de uma eterna condenação, de uma separação eterna de Deus. Fomos resgatados da nossa vã maneira de viver, resgatados do mundo ermo e de uma vida sem propósito; da potestade das trevas para o reino da luz do amado Filho de Deus.
Em terceiro lugar, a morte de Cristo implica o fim da Antiga Criação e o começo da Nova Criação.
Existe o Primeiro Adão e o Último Adão. A antiga criação alinha-se com o primeiro Adão e termina no último Adão. A partir de Cristo, que é o Segundo Homem, começou uma nova criação. A ressurreição de Cristo trouxe à luz uma nova criação.
A antiga criação está associada ao que na Escritura se conhece como o Velho Homem, e a nova criação está associada com o que no Novo Testamento se conhece como O Novo Homem. O velho homem é Adão com todos os seus descendentes, e o novo homem é Cristo e o seu corpo que é a igreja. «De modo que se alguém está em Cristo, nova criatura (criação) é; as coisas velhas já passaram; eis que todas são feitas novas» (2ª Cor. 5:17). «Porque em Cristo Jesus, nem a circuncisão vale nada, nem a incircuncisão, mas sim, uma nova criação» (Gál. 6:15). «Porque somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras » (Ef. 2:10a) «Para criar em si mesmo dos dois um só e novo homem» (Ef. 2:15b). «Sabendo isto, que o nosso velho homem foi crucificado juntamente com ele E se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele» (Rom. 6:6, 8).
Uma das passagens mais significativas a respeito, é o que nos relata Lucas (2:21-38) na apresentação de Jesus no templo. Ali temos um ancião e um bebê; símbolos do velho e do novo, do antigo e do recente. Simeão declara: «Agora, Senhor, despedes a teu servo em paz, conforme a sua palavra, porque os meus olhos viram a tua salvação» (vs. 29, 30).
O ancião se despede como representando o antigo regime, o da lei, o das obras, a carne, o velho homem, a antiga criação. Todo o velho fica para trás e dá lugar ao novo: A salvação por meio de Jesus Cristo, o Novo Homem, a nova criação, o novo regime.
Paulo, na epístola aos Colossenses 3:9-10 diz: «Não mintais uns aos outros, havendo-vos despojado do velho homem com seus feitos e revestido do novo (homem) o qual conforme à imagem daquele que o criou vai se renovando até o conhecimento pleno». Nestas passagens é fato que o velho homem, pertencente à antiga criação, está morto, crucificado juntamente com Cristo. A antiga criação foi julgada na cruz e terminou com o último Adão. A morte de Cristo, neste sentido, foi uma morte inclusiva, pois levou com ele toda a raça de Adão.
Quando Cristo ressuscitou, trouxe à luz a vida e a imortalidade, e levantou com ele uma nova criação. Ele foi o grão de trigo que caiu na terra, que morreu e ressuscitou, e levantou juntamente com ele um feixe. Este é o fruto da aflição da alma de Cristo, a igreja.
A vida cristã é de fé e para fé
Muitas vezes, o cristão irá duvidar se está vivo ou está morto para o pecado, e teme que o velho homem se levante novamente. Aprenderemos que a vida cristã é assunto de fé e para fé, começa com fé e se mantém pela fé. A experiência do que acontece diariamente conosco poderia nos fazer tropeçar, mas a fé não olha para a experiência, mas para a revelação do que Deus diz em sua Palavra. O crente crê a Deus contra tudo o que se opõe ao que Deus diz.
A palavra de Deus diz que estamos mortos e o crente o dá por consumado. Vai ser provado muitas vezes em sua fé, mas o crente tem que perseverar em sua fé sempre. Se cair, Deus o levanta. Deus tem a solução quando um justo tropeça. Não somos impecáveis, mas tampouco andamos caindo a cada momento. Agora temos a vida de Cristo que nos liberta do domínio do pecado. Não está sujeito ao pecado, mas se chegar a pecar, lembra que o sangue de Cristo nos purifica de todo pecado. A confissão do pecado traz o perdão e a paz ao coração.
Em quarto lugar, a morte de Cristo destruiu a morte e aquele que tinha o império da morte.
Satanás tinha as chaves da morte e do Hades; tinha e exercia um direito para condenar, reinava nas mansões da morte, exercendo um direito de matar e destruir a todo pecador, pois o próprio Deus, de acordo com o seu direito divino, tinha decretado: «Cada qual morrerá por sua própria maldade» (Jer. 31:30).
Satanás, conhecendo que Deus não pode volver-se da sua palavra, exercia esse domínio nas cavidades da morte.
Ninguém tinha podido escapar desse lugar por causa do pecado que era o comum denominador em toda a raça de Adão. Mas Cristo viveu uma vida santa, e nele se cumpriu uma profecia que dizia: «OH morte, eu serei a tua morte; e serei a tua destruição, oh Seol» (Oséias 13:14). (Ver Hb. 2:14).
A morte sujeita ou retém somente os pecadores; já Cristo não teve pecado porque é o Segundo Homem, que é do céu. Cristo não herdou o estigma pecaminoso da raça de Adão, porque ele foi concebido pela obra e a graça do Espírito Santo no ventre de Maria. E embora em tudo fosse tentado, e teve a possibilidade de fazer a sua própria vontade, negou-se a si mesmo para agradar ao Pai que lhe tinha enviado para desfazer as obras do diabo, para executar juízo contra a criatura rebelde e destruir por meio da morte o diabo, no próprio terreno do seu império: «E despojando os principados e potestades, exibiu-os publicamente, triunfando sobre eles na cruz» (Col. 2:15).
Jesus despojou a Satanás dos seus direitos, tirou-lhe o poder legal que tinha para condenar. Agora o diabo não tem nenhum poder para acusar os escolhidos de Deus, nem para processá-los, nem ao menos para ditar sentença, porque agora as chaves da morte e do Hades tem-nas Cristo. Deus o levantou das ânsias da morte, e o exaltou a sua mão direita e o coroou de honra e de glória, e o declarou Senhor e Cristo. O diabo foi envergonhado publicamente nos céus. A sua derrota foi exibida em toda a corte celestial. Agora sabe que Cristo o venceu e é por esta razão que foge no nome de Jesus.
Havia uma cerimônia nos dias do Império Romano, que reflete muito bem o que aconteceu com a vitória de Cristo sobre a morte e seu imperador. O general romano entrava em Roma pela via Ápia com o seu exército vencedor e era aclamado pelo povo com vitores, pela façanha de ganhar a batalha. A referida cerimônia se denominava «o Triunfo». O general exibia os seus inimigos derrotados depois do desfile das suas tropas. Os reis vencidos vinham com vestimentas vis, presos por correntes, humilhados e envergonhados.
Agora, quando Jesus subiu aos céus, foi recebido acima com aclamações, e recebeu a coroa de honra e a glória das mãos de seu Pai. Levou atrás de si o diabo e os seus anjos cansados, e exibiu os seus inimigos derrotados diante da corte celestial.
Em quinto lugar, a morte de Cristo implica o fim do sistema sacrificial judeu correspondente ao Antigo Pacto (Antigo Testamento), e a inauguração do Novo Pacto (Novo Testamento).
O Antigo Pacto foi um regime estabelecido por Deus, através de Moisés, com o povo de Israel. A eles Deus deu as suas leis, para que fossem testemunhas entre todas as nações. Deu-lhes promessas e privilégios, mas também um regime de exigências através da Lei. Havia leis morais e leis cerimoniais, dentro destas últimas estava a regulamentação para o exercício do culto a Deus através de cerimônias, rituais e símbolos o qual tudo era uma sombra do que ia se manifestar vindo o Novo Pacto feito em Jesus.
O sistema da lei cerimonial permitia ao povo aproximar-se de Deus apesar das suas inumeras faltas e de sua indignidade. Eles nunca puderam cumprir a lei moral, mas a lei cerimonial existia para cobrir as suas faltas. A lei moral pôs à prova a natureza humana. Que propósito teve Deus ao pôr este povo à prova com a lei? Eis aqui as razões: «Cuidareis de cumprir todo mandamento que eu vos ordeno hoje, para que vivam e te lembrarás de todo o caminho por onde te tem trazido Jeová o teu Deus estes quarenta anos, para te afligir, para te provar, para saber o que havia em teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos» (Deut. 8:1-2).
Deus tem como objetivo que o homem viva. Isso significa que o homem não estava vivo no momento em que lhe deu a lei. Deus sabe, mas o homem não sabe. Deus lhe oferece a lei para que viva. Note que o homem está cansado, separado de Deus, mas Deus quer aproximá-lo, quer que venha para Deus para ter comunhão com ele, para que viva. O povo se compromete nesciamente dizendo: «Tudo o que Jeová tem dito, faremos» (Ex. 19:8)
Eles se comprometem a cumprir todos os requerimentos de Deus expressos na lei; mas não sabiam que jamais os cumpririam. Não sabiam que «os desígnios da carne são inimizade contra Deus; porque não se sujeitam à lei de Deus, nem tampouco podem» (Rom. 8:7). É por isso que Deus os leva pelo deserto, para levá-los ao limite das suas forças e para que aprendam a lição de que eles, como todos os homens, são insolventes moral e espiritualmente diante das exigências de Deus.
O adequado seria inclinar-se perante Deus e chegar diante dele com esta conclusão: «Senhor Deus, o que você pede, é santo e justo, mas nós não estamos à altura de viver de acordo com as suas leis; não somos capazes de cumprir; comprometemo-nos nesciamente em obedecer tudo o que tu dizes, pois já temos falhado uma e outra vez». De algum jeito, isto fazia os sacerdotes ao oficiar as cerimônias sacrificais, e os profetas quando chamavam o povo ao arrependimento. Mas nunca se deram conta que sob o regime da lei jamais alcançariam a justiça: «Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça, quer dizer, a justiça que é por fé; mas Israel, buscando a lei da justiça, não a alcançaram. Por quê? Porque não a buscaram por fé, mas como por obras da lei» (Rom. 9:30-32)
A lei põe à prova a carne (a natureza humana), para que esta se dê conta que em si mesmo não pode agradar a Deus, por mais esforços que faça. Paulo diz: «Mas sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca se feche e todo mundo fique sujeito ao juízo de Deus, porque pelas obras da lei nenhum ser humano será justificado diante dele; porque por meio da lei é o conhecimento do pecado»(Rom. 3:19-20) Sob a lei recebemos um tapabocas; o mundo inteiro fica sob o juízo de Deus porque não há entre os homens quem pode obedecer a lei de Deus e viver por ela. Finalmente, só por meio da lei nos damos conta o que é pecado e o que não é. O drama é que, sabendo o que é bom, não temos a capacidade de fazê-lo, e sabendo o mal não podemos evitá-lo.
A lei não ajuda o homem, ao contrário o esmaga, o condena, exige, o escraviza, o mata. Não o reforma, não o salva, não o converte, nem o tira da impotência moral; só demonstra-lhe quão incapaz este é. O último e maior, o mais austero de todos os profetas sob o regime da lei, não conseguiu regenerar a nenhum dos seus discípulos: Por quê? Porque ainda não tinha entrado em vigência o novo Pacto.
Debaixo da lei, então, ficou demonstrado que o homem é absolutamente incapaz de justificar-se diante de Deus. Por esta razão, Deus estabelece uma mudança de regime para que os homens se relacionem com ele, e este é o regimento do Espírito. O anterior foi o regimento da carne, sendo que a lei pôs a prova a carne do homem. Este é o regimento do Espírito, porque Deus enviou o Espírito Santo ao coração dos que crêem no Filho de Deus, para que por seu Espírito sejamos introduzidos na vida de Cristo, que é também a vida de Deus. Neste regime, a vida nos é presenteada, é nos dada pela graça de Deus, contrariamente ao regime da lei, em que a vida nos era dada em troca das nossas obras.
A lei pede, exige e requer do homem; a graça outorga, ajuda, favorece e capacita o homem; diante da lei o homem está sozinho, debaixo da graça o homem é socorrido por Deus.
Recorde sempre que há três categorias de palavras que sempre andarão juntas, serão inseparáveis: Lei - Graça; Carne - Espírito; Obras - Fé.
As primeiras palavras de cada par correspondem ao regime da letra da lei, e, portanto, são próprias do Antigo Pacto. As segundas palavras correspondem ao regime do Espírito, e, portanto, são próprias do Novo Pacto.
A morte de Cristo acabou com o sacrifício de animais para a expiação dos pecados: «Mas Cristo, havendo oferecido uma vez para sempre um só sacrifício pelos pecados, assentou-se à mão direita de Deus» (Heb. 10:12). Já não é necessária a lei cerimonial, porque Cristo já se apresenta com um sacrifício mais amplo e mais perfeito. A lei moral não caducou, porque é o próprio caráter de Deus; mas acabou o regime da letra da lei, porque agora, no regime do Espírito, a lei se colocou dentro de nós; está impressa no caráter de Cristo que habita em nós, e o Espírito reproduz em nós a lei de Deus em Cristo Jesus. A lei para os cristãos não está fora, mas dentro, no coração e na mente dos que amam ao Senhor.
Vida depois da morte é a vida da ressurreição com que Cristo estabeleceu o Novo Pacto, deixando para trás o Antigo Pacto.