ÁGUAS VIVAS
Para a proclamação do Evangelho e a edificação do Corpo de Cristo
Uma fé prática
Princípios práticos sobre o serviço, a vida da igreja e o matrimônio.
Juvenal Santos de Moura
"Os que edificavam o muro, os que conduziam, e os que carregavam, com uma mão trabalhavam na obra, e na outra tinham a espada. Porque os que edificavam, cada um tinha a sua espada à cinta, e assim edificavam; e o que tocava a trombeta estava junto a mim. E disse aos nobres, e aos oficiais e ao resto do povo: A obra é grande e extensa, e nós estamos separados no muro, longe uns dos outros (Nee. 4:17-19).
Nesta passagem temos o princípio do trabalho em equipe. Aqui estão os irmãos trabalhando juntos no muro, e Neemias está com eles. Ele era um homem muito prático. Se você retornar ao primeiro capítulo do seu livro, verá que quando ele ouviu que as coisas não estavam indo muito bem em Jerusalém, ele se sentou, chorou e lamentou; jejuou por alguns dias e se levantou. Em seguida foi fazer a obra.
Neemias não ficou somente orando, chorando e lamentando, mas se levantou e trabalhou. Necessitamos homens práticos na igreja; necessitamos do ministério prático de todos os santos.
Creio que nunca houve tanto conhecimento como o que há em nosso tempo. Na história da igreja, vemos que o século passado foi o século em que o Senhor trouxe mais conhecimento da Palavra de Deus. Então, estamos cheios de conhecimento.
Necessitamos a erudição da Palavra, e também necessitamos a prática. Neemias diz que junto a ele estava o que tocava a trombeta. Então, necessitamos pessoas práticas, e também necessitamos ao nosso lado aquele que toca a trombeta.
O que faz a obra e o que toca a trombeta estejam juntos. Se o que toca a trombeta estiver só, os irmãos vão estar cheios de conhecimento, vão estar envaidecidos, mas não vão edificar nada, porque a ciência incha, mas o amor edifica. Então, necessitamos dos dois ministérios.
Um homem prático
Existe outro exemplo na palavra do Senhor, em Atos capítulo 4. Aqui vemos outro homem prático: «E a multidão dos que tinham crido era de um coração e uma alma; e nenhum dizia ser seu próprio nada do que possuía, mas tinham todas as coisas em comum .... Assim não havia entre eles nenhum necessitado; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendiam-nas, e traziam o preço do que vendiam, e o punham aos pés dos apóstolos; e se repartia a cada um segundo a sua necessidade. Então José, a quem os apóstolos puseram por apelido Barnabé ... como tinha uma herdade, vendeu-a e trouxe o preço e o pôs aos pés dos apóstolos».
Barnabé era um homem prático. Ele via que havia irmãos necessitados, e então foi e vendeu a sua propriedade, e depositou o preço aos pés dos apóstolos para ser repartido aos que tivessem necessidade.
Você quer o ministério prático de todos os santos? Se tiver uma boa condição financeira, você pode ser bastante prático. O Senhor tem te abençoado de maneira prática. Imagine que o Senhor só te desse sonhos de que você iria ter muito dinheiro. Você gostaria que Deus te desse esse sonho, e que alguma vez fosse realizado? Você gostaria que esse sonho fosse evidente. Deus é muito prático, ele não te dá dinheiro virtual; te dá dinheiro real. Então você tem que ser prático e real. Se eu tiver uma casa grande, essa casa não é só para o meu deleite. Essa casa é para o reino de Deus, é para hospedar os irmãos, para receber aqueles que vão ser evangelizados. Essa casa é uma casa de oração, é uma casa que recebe ao Senhor, e recebe a todos quantos o Senhor envie ali. A sua casa é assim?
Uma casa em Betânia
Há uma casa na Bíblia que se transformou em uma figura da casa do Senhor. Era uma família simples. E vemos que o que se destacava agora já não era Jerusalém, mas sim a casa de Lázaro, Marta e Maria. Aonde o Senhor ia dormir? Ele dormia em Jerusalém? Não. Essa casa se tornou referencial, porque ela recebia sempre o Senhor. Então, quem recebe a aquele que Deus envia, recebe ao próprio Senhor. «...quando o fizestes a um destes meus irmãos mais pequenos, a mim o fizestes», assim disse o Senhor.
«E entrou Jesus no templo de Deus, e lançou fora a todos os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas, e as cadeiras dos que vendiam pombas; e lhes disse: Está escrito: A minha casa, será chamada casa de oração; mas vós a tens feito covil de ladrões ... Mas os principais sacerdotes e os escribas, vendo as maravilhas que fazia, e os meninos aclamando no templo e dizendo: Hosana ao Filho de Davi! Indignaram-se, e lhe disseram: Ouve o que estes dizem? E Jesus lhes disse: Sim; nunca lestes: Da boca dos pequeninos e dos que mamam tiraste o perfeito louvor? E deixando-os, saiu para fora da cidade, para Betânia, e pousou ali» (Mat. 21:12-17).
O Senhor deixou aquele templo que tinha sido construído para ele. Daniel teve a visão de que o tempo da reconstrução tinha chegado, porque o reino de Deus ia chegar. O reino de Deus estava representado na pessoa do Messias. Então Daniel pensou: O templo deverá ser reconstruído, porque o Messias vai entrar no templo. E de fato, o Messias veio e entrou no templo. Mas aquela não pôde ser sua casa. E ele, tendo observado tudo, saiu dali e foi-se para Betânia. E Betânia é a sua casa.
Por quê? Porque João diz: «Mas a todos quantos o receberam ... deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus». Quando o Senhor chega a Betânia, Lucas diz que naquela aldeia havia certa mulher chamada Marta. Até esse momento, ela era uma certa mulher, nada mais. Mas ela recebeu o Senhor em sua casa, e a partir de então, ela não é mais uma simples mulher; agora é uma mulher especial. Em sua casa, o Senhor vai formar a sua própria casa.
No evangelho de João capítulo 12, vemos a casa do Senhor. Maria está assentada aos pés do Senhor, e derrama ungüento sobre os seus pés. E diz que Marta servia e Lázaro estava sentado à mesa. Os judeus vieram para aquela casa por causa do testemunho da ressurreição de Lázaro. Eles não vieram só por causa do Senhor Jesus.
Vemos a casa ali, uma casa amada do Senhor. «E amava Jesus a Marta, a sua irmã e a Lázaro» (João 11:5). Aqui está o coração do Senhor Jesus a respeito dessa casa. Marta aqui é uma pessoa transformada. Parece que as coisas se inverteram. No princípio, Maria estava aos seus pés, pois era uma mulher com mais devoção. E Marta, uma mulher muito prática, amava muito ao Senhor, e queria fazer tudo para agradar ao Senhor. No começo ela estava errada; pois o princípio correto ali é que o Senhor fosse a cabeça da casa, mas Marta era a cabeça. No entanto, ela foi transformada, submeteu-se ao Senhor, a sua casa pôde ser uma bênção, e o Senhor pôde dar testemunho dela. Então passou para o primeiro lugar: «Jesus amava a Marta, a Maria e a Lázaro».
Vasos de barro, não de cristal
Nós também precisamos aprender a ser práticos. Necessitamos a erudição, a devoção, mas também a prática. Nós temos uma casa bonita, e nosso prazer é falar disso a todas as pessoas. Compram uma poltrona nova e a põe na sala; em seguida colocam um pano sobre ele para que não se suje. Vamos visitar esse irmão, e não sabemos se nós podemos sentar nesse sofá ou não. Foi colocado ali para sentar ou é só para adorno?
Há casas assim, que estão cheias de adornos. Nunca é usado esse sofá, e temos que nos sentar em outro lugar. Não podemos desfrutar da casa do irmão. E têm essas taças de cristal... Há irmãos que no dia do seu casamento receberam de presente taças de cristal e as põem em um móvel para usá-las em uma ocasião especial. Então vêm muitos irmãos em sua casa, e eles não se dão conta que chegou a ocasião especial, e trazem para os irmãos os copos de vidro, porque poderiam quebrar aquelas taças.
Por isso é que nós somos vasos de barro. O Senhor não nos fez vasos de cristal, mas sim de barro. O vaso de barro pode ser usado em qualquer ocasião. E caso quebre, o Senhor o leva para a casa do oleiro, põe-no na roda e o reconstrói.
As pessoas conhecem muitos obreiros que quiseram acertar e erraram. Falharam tentando servir, gastaram as suas vidas, mas se equivocaram, e se quebraram. Mas eles clamaram à misericórdia do Senhor, ele tomou de novo, levou-os para a casa do oleiro e fez um vaso novo, um vaso vivo, cheio do Espírito Santo, cheio do tesouro de Deus. Esse tesouro está em vasos de barro, não em vasos de cristal.
Quando os irmãos chegam a sua casa, vocês têm que lhes servir, tem que lhes dar o melhor. Então somos vasos de barro, para a glória do Senhor. Aleluia! Muitos irmãos do passado não nos teriam deixado nenhum legado se tivessem sido vasos de cristal. Mas como eram vasos de barro, expuseram as suas vidas em toda parte.
Conhecemos a história de Davi Brainerd. Ele foi evangelizar os índios nos Estados Unidos, e dormia à intempérie, no meio do bosque. Era muito jovem quando foi, mas quando retornou tinha vinte e quatro anos, e tinha uma noiva com a qual ia se casar. A tinha deixado para ir a essa missão. Retornou doente, e morreu nos braços dela. Ele gastou a sua vida. Era um vaso de barro, mas o Senhor registrou na eternidade aquilo que ele fez. No Dia do Senhor, ele vai receber a sua recompensa.
Daniel não pôde sair da Babilônia para Jerusalém. Ele era muito jovem quando foi para a Babilônia. Ele era zeloso do Senhor, tinha um coração para Deus. Quantos jovens hoje têm um coração para Deus, que estão dispostos a gastar as suas vidas para o Senhor? Daniel ficou na Babilônia, mas ele orava todos os dias, três vezes ao dia, olhando para Jerusalém. Ele queria ver novamente a glória do Senhor, e pagou o preço orando. Quando ele foi deportado para a Babilônia, talvez tivesse uns quinze anos. Mas agora tinha mais de setenta anos, e estava sem forças. Já não podia retornar para Jerusalém e cooperar com o ministério junto com Neemias. Mas o Senhor disse: Vê, Daniel, e descansa, porque a sua recompensa te será dada no fim dos dias. Então Daniel já tinha a sua recompensa, porque ele amava ao Senhor, e o Senhor amava a Daniel: «E me disse: Daniel, varão mui amado...» (Dn. 10:11).
Irmão, Daniel gastou a sua vida na oração; ele não teve a sua vida por preciosa. Talvez tenha dormido muito pouco, gastando a sua vida em oração. Ele desejava que Jerusalém voltasse a ter a glória do Senhor.
Deus de impossíveis
O mais importante não é o tamanho da casa. Vemos no livro de Ageu que a maior coisa ali é a glória do Senhor da casa. E nós damos graças a Deus pela promessa de que a glória deste tempo será muito mais excelente que todas as glórias já vista em toda a Bíblia. Vocês crêem nisso?
O Senhor é um Deus que faz coisas impossíveis. Sei, porque era impossível que eu me convertesse. É um milagre estar aqui. Eu creio que para todos nós era impossível. Mas o Senhor salvou os impossíveis! E agora, por mais impossível que sejamos não podemos resistir a mão do Senhor. O Senhor trabalha conosco. Damos graças a Deus pelo ministério do Senhor em nossas vidas.
Deus é prático. A partir de hoje, a sua casa nunca mais vai ser apenas uma vitrine para mostrar que você tem aquilo. Gasta-a na obra do Senhor, porque isso vai se transformar em um tesouro nos céus. Gloria ao Senhor!
Transformando o dinheiro em riquezas celestiais
Em Atos capítulo 4 vimos que Barnabé era um homem prático, que transformou o seu dinheiro em riquezas celestiais.
Temos um testemunho dado pelo irmão Aniceto, um dos anciões com quem caminhamos juntos durante vinte e seis anos. Ele contou a história do irmão Jair. Um dia o irmão Jair vendeu a sua casa e chegou a Curitiba com o dinheiro e o pôs aos pés do Aniceto. Ele queria cumprir toda a palavra do Senhor, mas não sabia o que fazer com o dinheiro, tanto que lhe disse: Toma-o e compra outra casa. Esse irmão ganhou na terra e também ganhou nos céus. O Senhor lhe devolveu aqui o que era dele, e também fez registro nos céus a favor dele.
Vimos que Neemias era um homem prático, e que a seu lado tinha um que tocava a trombeta. Os homens práticos não podem andar sem os que tocam a trombeta, e os que tocam a trombeta não podem andar sem os homens práticos; se não, a igreja vai ter muitas deficiências.
Em Atos 11, nós vemos que o Senhor uniu a Paulo com Barnabé. Paulo era um homem erudito e Barnabé era um homem muito prático, e o Senhor uniu a ambos.
«Chegou a notícia destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram a Barnabé que fosse até a Antioquia. Este, quando chegou, e viu a graça de Deus, regozijou-se, e exortou a todos que com propósito de coração permanecessem fiéis ao Senhor. Porque era homem bom, e cheio do Espírito Santo e de fé» (Atos. 11:22-24).
Barnabé possuía bens, e não só isso, ele era também um homem de coração bondoso. Mas há uma diferença entre Barnabé e uma pessoa rica deste mundo. Um irmão muito rico não é suficiente; ele pode ter muitos bens, mas necessita algo mais, o que Barnabé tinha: ele era «cheio do Espírito Santo e de fé. Isto faz a diferença.
Às vezes, nós estamos cheios de bens, temos muitas propriedades, temos bastante dinheiro, mas não somos cheios do Espírito Santo e de fé. E quando somos cheios do Espírito Santo, podemos ter todas as coisas, mas não estamos cheios de todas as coisas. No entanto, estamos cheios do Espírito Santo e estamos cheios de fé, cheios de fé para pôr tudo em prática, cheios de fé para repartir.
Havia um irmão em Curitiba que recebeu muito do Senhor, e ele nos disse que tinha o ministério de repartir, como diz em Romanos: «O que reparte, com liberalidade». Então ele disse: Irmão, eu quero repartir. Disse-lhe: Você tem o ministério de repartir, mas de repartir o que? O ministério de repartir é repartir. Se você tiver dinheiro, tem propriedades, então reparte, e estará cumprindo o seu ministério. Quando você reparte, isso vai se multiplicar. O irmão nunca cumpriu isso, e perdeu tudo.
Precisamos saber o que é o que o Senhor exige de nós. Não basta que tenhamos as coisas. Se estivermos vazios por dentro, vamos nos encher dessas coisas; mas se estivermos cheios do Espírito Santo, temos tudo, mas não possuímos nada. Há irmãos que uma vez tiveram tudo, sustentaram muitos irmãos na obra; mas quando partiram com o Senhor não tinham nada, porque eles deram tudo para o Senhor.
Precisamos ser cheios do Espírito Santo e de fé. Às vezes pensamos que há muitas coisas que têm que ser restauradas. Sabe o que precisa ser restaurado? A fé para ver como Deus vê. Necessitamos fé para crer no que o Senhor Jesus diz: «Edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não prevalecerão contra ela». Só assim vamos poder edificar a igreja, porque o Senhor diz que vai edificá-la. Isso é o que cremos. Precisamos estar cheios de fé. Se estivermos cheios de fé, seremos muito práticos e vamos permitir que o Senhor opere através de nós.
«E uma grande multidão se uniu ao Senhor» (Atos 11:24). Esta multidão se uniu a Barnabé? A quem se uniu? Ao Senhor! Barnabé era um homem cheio do Espírito Santo e de fé, estava cheio de bens, mas as pessoas não se uniram a Barnabé, mas ao Senhor. É necessário ser cheios do Espírito Santo e de fé para que as pessoas se unam ao Senhor.
Trabalho em equipe
«Depois foi Barnabé para Tarso para procurar a Saulo; e achando-lhe, trouxe-lhe para Antioquia. E se reuniram ali durante um ano com a igreja, e ensinaram a muita gente...» (Atos 11:25-26).
Embora Barnabé fosse cheio de fé e do Espírito Santo, e muita gente se uniu ao Senhor, isso ainda não foi suficiente para que Cristo fosse revelado e formado naquela igreja. E o que fez Barnabé? Ele era um homem prático, mas necessitava de Paulo, um erudito que tinha conhecimento, tinha revelação de Cristo. Então, quando Barnabé viu Paulo, foi como se ele tivesse visto Cristo, e partiu para Tarso para buscá-lo para completar essa obra.
Aqui vemos o trabalho em equipe. Você quer dar fruto, mas só tem um talento. Se una a outro, então vão ser dois talentos, e isso pode se multiplicar. Você não tem que se associar com aquele irmão que você gosta muito. Se você gostar muito de erudição, procurará alguém com muita erudição; ambos vão ficar em algum canto estudando a Bíblia e nunca vão fazer nada. Então, procura um irmão prático e vincula-te com ele.
Se você gostar da erudição, e estuda tanto que nem sequer pode abraçar os irmãos, lês tanto a Bíblia que não pode nem visitar um irmão, una-te a alguém que visita muito os irmãos, ou quem gosta muito de pregar o evangelho. Precisamos formar equipes; se não, somos mancos. O corpo tem que funcionar como corpo.
Existe uma experiência interessante em 2 Samuel 18:19-29, que podemos receber ajuda. Joabe enviou um homem para levar uma mensagem, e outro também quis fazê-lo, e correu adiante daquele que tinha a mensagem. E quando chegou, o rei lhe perguntou: Que notícias traz de Absalão?, a resposta foi: Eu não sei as notícias, aquele que vem atrás é que as traz.
Irmãos, precisamos caminhar juntos. Às vezes corremos primeiro. Somos práticos, queremos que ocorram logo as coisas, vamos adiante, e quando chegamos lá, não sabemos o que fazer, porque a mensagem está com aquele que vem atrás.
O que devemos fazer irmãos? Às vezes os práticos correm muito; é necessário que eles estejam ao lado de alguém que tenha o conhecimento, para saber o que fazer. Os levitas queriam fazer tudo no tabernáculo, mas não sabiam como fazê-lo, necessitavam o plano do tabernáculo; precisavam saber a ordem que foi dada por Deus, precisavam ter conhecimento das palavras de Deus.
Graças a Deus, o Senhor está nos ensinando a andar em equipe. Não andem sozinhos; andem sempre juntos. O Senhor enviou sempre de dois em dois. Havia um jovem que foi evangelizar sozinho. Ele disse: vou evangelizar em uma casa de prostituição, e pregou para a primeira prostituta. Ela o olhou e lhe disse: Aí, meu querido, e pregou o seu evangelho para ele. Ao invés de ganhar a prostituta, ela ganhou a ele. Nunca andem mais sozinho. Vão sempre juntos, vão em equipe.
O casal e a família
O marido e a esposa é uma equipe. A sua esposa tem que andar contigo. Nós temos grandes dificuldades para ouvir as nossas esposas. Elas são umas bênçãos. Quando nos precipitamos, elas nos seguram. No Brasil há um dito: O homem é como o acelerador do automóvel, e a mulher é o freio de mão. Ele acelera muito, e a opção dela é puxar o freio de mão. Nossa mulher é uma bênção. Graças a Deus!
Minha esposa está aqui; ela sabe que é verdade o que estou dizendo. Mas nós não gostamos de ouvir muito; somos prepotentes. A esposa nos diz algo, mas por causa do nosso orgulho não a ouvimos. Ah, eu sou o ungido do Senhor. Não se pode tocar no ungido; vai ser queimada pelo fogo do Senhor. Irmãos, estou falando isso porque eu vivi isto. Eu dizia: Está escrito em Efésios capítulo 5: Mulheres sejam sujeitas aos vossos maridos. Então tem que ficar calada diante de mim.
Se ela fica calada diante de mim, estarei jogando fora a primeira ajuda que Deus me deu. Não há ninguém mais sincera em minha casa que a minha mulher. Nenhum dos irmãos se atreve a me dizer: Você é soberbo. Mas a minha esposa me diz isso. Eu resisto, e fico nervoso. Como pode falar isso com um santo de Deus? Eu sou humilde!. Depois me ponho a orar, e digo: Senhor, estamos só nós aqui. É verdade o que ela disse; só entre nós?
Os maridos têm que amar as suas mulheres como Cristo amou a igreja. Cristo ouve a voz da sua noiva. Se você ler em Cantar dos Cantares de Salomão, vai ver que o Senhor está ouvindo a voz da sua esposa. O matrimônio é a expressão de Cristo e a igreja. O Senhor quer mostrar a este mundo o que é Cristo e a igreja. Quando alguém vai a sua casa, o Senhor quer mostrar: Olhe, aqui está Cristo e a igreja. Então, ali em Cantares, o marido ouve a voz da esposa e a esposa ouve a voz do marido, e ambos se complementam.
No judaísmo era diferente; mas a igreja não é o judaísmo. No judaísmo, a mulher tinha que estar calada completamente, e o homem fazia o que queria. Mas hoje em dia não. O matrimônio é a imagem de Cristo e a igreja, ambos se complementam, ambos trabalham juntos. É uma equipe, uma equipe imbatível. Eles têm que manter a unidade, tem que estar firmes na fé, e a unidade do casal vai fazer que os filhos se sujeitem, vai fazer que os filhos, olhando esse exemplo de Cristo e a igreja, sejam transformados.
O Senhor quer trabalhar conosco, para que os nossos filhos também vejam o exemplo. Havia uma educadora alemã a qual alguém lhe perguntou qual era a melhor forma de educar os filhos. Ela disse: Há três formas de educá-los: a primeira é pelo exemplo; a segunda, pelo exemplo, e a terceira, pelo exemplo. Então, temos que ser um exemplo de Cristo e a igreja, e assim vamos ter a nossa família no Senhor.
Se o Senhor está falando este assunto é porque ele quer lhes abençoar. O Senhor quer que vocês sejam uma equipe em seu lar. Você e seu marido, uma equipe. E o Senhor vai acrescentando os filhos, e a equipe cresce. Depois o Senhor acrescenta outras famílias para ver esse testemunho, e a igreja vai crescendo.
Nós não só podemos louvar aqui, aqui nós estamos dançando maravilhosamente. A sua esposa está te olhando dançar; mas em sua casa não é assim. Ali você não dança, ali você a faz dançar. Irmãos, nós não podemos ir para a reunião com hipocrisia. Necessitamos da reconciliação. Os maridos precisam pedir perdão às suas esposas, pedir perdão aos seus filhos, e as esposas precisam perdoar e também pedir perdão aos seus maridos e pedir perdão aos seus filhos.
Eu não sabia educar os meus filhos; mas pensava que sabia. No ano de 1995, o Senhor visitou a mim e a minha esposa e nos pôs diante de todos os enganos que cometemos contra os nossos filhos. Nós estávamos cheios do Espírito Santo, e quando chegamos em casa chamamos os nossos filhos, ajoelhamo-nos, pedimo-lhes perdão e lhes pedimos que orassem por nós. Eles oraram e nos perdoaram. Em 1998 o Senhor nos visitou poderosamente; nossos filhos foram cheios do Espírito Santo e o Senhor fez uma grande obra em suas vidas.
Eu pensava que sabia educar os meus filhos, tinha a minha própria justiça. Eu conhecia a Bíblia, e lhes impunha que praticassem; mas eu precisava dar o exemplo. Eles me pediam perdão, mas eu nunca lhes pedia perdão.
Um dia falei muito asperamente a uma das minhas filhas; ela me olhou com os olhos arregalados, assustada, e saiu. Não pude me retratar porque saiu muito rápido, e estive o dia inteiro intranqüilo. Ela tinha saído com alguns jovens, e quando retornou para casa de noite, foi se deitar. Eu tinha vergonha de vê-la para me retratar, mas tinha que fazê-lo. Então fui ao seu quarto. Ela estava com a cabeça coberta, e eu, com muita suavidade, a descobri, olhei nos seus olhos e lhe pedi perdão.
É muito difícil tomar a cruz por causa do orgulho e se humilhar diante dos seus filhos; mas o Senhor tem que fazer essa obra em nossos corações. Nós precisamos estar em harmonia com os nossos filhos; os maridos precisam estar em harmonia com as suas esposas, e as esposas precisam estar em harmonia com os seus maridos.
Síntese de uma mensagem ministrada no Retiro de Rucacura, em janeiro de 2007.