ÁGUAS VIVAS
Para a proclamação do Evangelho e a edificação do Corpo de Cristo
A cruz na reedificação da Casa
O princípio que governa a reedificação da igreja e a recuperação de tudo da parte de Deus, é a cruz.
Rodrigo Abarca
Leitura: Esdras 3:1-6.
A passagem de Esdras 3:1-6 corresponde à época da restauração do templo, quando um pequeno remanescente judeu retornou da Babilônia, onde tinha estado cativo por setenta anos, para a terra de Israel, para a cidade de Jerusalém que estava em ruínas, e começou a reedificação da casa do Senhor. Pois, o rei Ciro da Pérsia tinha emitido um decreto autorizando a volta dos cativos para reconstruir o templo de Deus.
A primeira coisa que nos chama a atenção nesta história é o fato de que é um pequeno remanescente. Quando Ciro emitiu o decreto dando completa liberdade a qualquer judeu que queria retornar para a sua terra para reedificar a casa de Deus, só uns poucos o fizeram. Mais de um milhão de judeus viviam então na Babilônia, mas só cinqüenta mil retornaram com Zorobabel. Depois houve um segundo retorno com Esdras, e em seguida um terceiro no tempo de Neemias.
O propósito da restauração
O profeta Daniel, sendo já ancião, começou a ler o livro de Jeremias, e descobriu que este tinha profetizado que o tempo que Jerusalém ia estar desolada e a casa de Deus em ruínas seria de setenta anos. Então, descobriu que os setenta anos já tinham se cumprido, e, portanto, começou a orar pedindo ao Senhor que cumprisse a palavra que tinha falado por meio de Jeremias.
Versículos 20-22, a resposta de Deus. "Ainda estava falando e orando, e confessando o meu pecado e o pecado do meu povo Israel, e derramava o meu rogo diante do Senhor meu Deus pelo monte santo do meu Deus; ainda estava falando em oração, quando o varão Gabriel, a quem tinha visto na visão no princípio, voando com presteza, veio para mim como à hora do sacrifício da tarde. E me fez entender, e falou comigo, dizendo: Daniel, agora saí para te dar sabedoria e entendimento".
Não vamos falar sobre a profecia. Só quero mencionar uma coisa. Foi dito a Daniel (vers. 25): "Sabe, pois, e entende, que da saída da ordem para restaurar e edificar a Jerusalém - do momento em que o rei Ciro der a ordem para que a cidade seja reedificada e restaurada - até o Messias Príncipe - que é o Senhor Jesus Cristo -, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; tornará a edificar a praça e o muro em tempos angustiosos". Tudo o que é mencionado aqui está relacionado com o que é dito no princípio: "...da saída da ordem para restaurar e reedificar a Jerusalém até o Messias Príncipe...".
A única razão pela qual a cidade de Jerusalém e a casa de Deus tinham que ser restauradas, era a vinda do Messias Príncipe. O Senhor Jesus Cristo tinha que vir a essa cidade e entrar por suas portas, pregar em suas praças e em suas ruas, e tinha que morrer fora dos muros dessa cidade. Mas Deus diz ao profeta que a reedificação da casa e a restauração da cidade de Jerusalém ia se realizar "...em tempos angustiosos". Notemos isto.
Nós também estamos vivendo um tempo de restauração. Deus está recuperando a sua cidade e a sua casa que é a igreja. É obvio, o Antigo Testamento está cheio de figuras e tipologias, e a casa de Deus ali é figura da igreja, assim como também o é a cidade de Jerusalém. Portanto, a destruição da casa e sua posterior recuperação e restauração nos tempos de Zorobabel, de Esdras e de Neemias representa a restauração da igreja em nossos dias.
Restaurar significa recuperar algo que foi danificado. Algo perdeu o seu significado, a sua função, e precisa ser restaurado. A igreja precisa ser restaurada. Não por nossa causa, não para nós, mas sim por causa do Senhor Jesus Cristo. Porque o Messias Príncipe tem que vir para a sua Casa. O Senhor vem por sua igreja; mas ele vem por uma igreja recuperada, uma igreja santa, sem mancha, nem ruga. Ele não vem por uma igreja em decadência, em ruínas, antiquada e destruída; ele vem por uma igreja gloriosa.
E então nos diz que essa restauração será levada a cabo em tempos angustiosos. Pois, o contexto em que ocorre a destruição e a posterior restauração da casa é de batalha e guerra, e isto implica em angústia.
A batalha pela restauração
Nestes dias falamos sobre o ministério de todos os santos, um aspecto essencial do que o Senhor quer que a igreja seja: Que todos os irmãos se levantem para servir, a fazer a sua parte no corpo de Cristo. Ainda não estamos vivendo plenamente essa experiência. É algo que ainda precisa ser restaurado.
Houve um tempo em que todos os irmãos serviam, todos trabalhavam, todos faziam parte da edificação da casa de Deus. A época em que começaram todas as coisas, com a igreja do Novo Testamento em Jerusalém, e com o passar do tempo dos apóstolos. Mas seguiram outras gerações, em que os irmãos ficaram apanhados em sistemas, formas, convenções humanas, que amarraram o seu serviço, e só uns poucos ficaram na posição de servir e trabalhar. A maioria dos irmãos ficou fora do ministério; a casa de Deus perdeu a sua função, a sua natureza, e ficou deformada, e por isso, precisa ser restaurada.
Mas, a restauração ocorre em um tempo de batalha. Deus está edificando a sua casa, e o propósito dessa casa é a manifestação do Senhor Jesus Cristo nela. Deus tem um testemunho de si mesmo que manifestar na terra, e para isso necessita da sua casa. Esta é a casa onde se manifesta a vontade de Deus, o propósito de Deus e a glória de Deus. Não há outro lugar que Deus tenha escolhido para este fim.
Agora, Satanás também sabe disso. Se alguém observar a história do povo de Israel, verá que do momento em que o rei Davi tomou a fortaleza de Sião, começou uma batalha constante entre a cidade de Jerusalém, que Deus estava edificando, e todas as outras nações que estavam ao seu redor. Curiosamente, Jerusalém nunca foi uma cidade grande em tamanho nem em importância econômica, e, no entanto, constantemente, desde a sua fundação, os grandes impérios da antigüidade vieram contra ela, um após o outro, para tentar tomá-la e destruí-la.
Há uma batalha, porque há um inimigo de Deus que está fazendo todo o possível para impedir que a cidade de Deus seja edificada. Os babilônios conseguiram destruir a cidade de Jerusalém e o seu templo. Mas, no capítulo 14 de Isaías descobrimos que o verdadeiro rei da Babilônia, a verdadeira cabeça espiritual do império babilônico, era Satanás.
Podemos ver que Satanás é quem está por trás de todo esse assédio e esse intento de impedir que exista sobre a terra uma cidade e uma casa que expressem ao Senhor. É uma batalha que comove os céus e a terra. O nosso problema é que muitas vezes não estamos conscientes de que estamos em uma batalha. E isso também é obra de Satanás.
O princípio que governa tudo é a Cruz
Quando os judeus retornam para restaurar a cidade e a casa de Deus, e reedificar a partir das ruínas, devia partir do zero. Em relação a isto, vamos ver alguns princípios básicos.
Para chegar ao ministério de todos os santos temos que percorrer certo caminho. A obra de Deus não é algo que nós podemos organizar e fazê-la andar. Não é uma máquina que podemos pôr para funcionar em qualquer momento. O ministério de todos os santos é o resultado de uma obra que só Deus pode fazer. Não é que vamos pôr os irmãos para funcionar e para trabalhar, como se fosse algo que podemos fazer por nós. Este é um ponto fundamental.
"Então se levantaram Jesuá filho do Josadaque e seus irmãos os sacerdotes, e Zorobabel filho de Salatiel e seus irmãos, e edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecer sobre ele holocaustos, como está escrito na lei do Moisés varão de Deus" (Esdras 3:2).
A primeira coisa que os retornados tornaram a colocar foi o altar. Porque a primeira coisa que se coloca é precisamente aquilo que vai governar toda a obra de restauração e reedificação.
O que é o altar? Vamos ver: "E colocaram o altar sobre a sua base, porque tinham medo dos povos das terras, e ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor, holocaustos pela manhã e pela tarde" (3:3).
Observe duas coisas: Em primeiro lugar, diz que o altar foi reedificado para oferecer holocaustos pela manhã e pela tarde; e em segundo lugar, porque tinham medo dos povos das terras. Esses povos representam os poderes espirituais que são inimigos do povo de Deus, e que constantemente, ao longo dos livros de Esdras e Neemias, tentam estorvar e impedir que a casa de Deus seja reedificada.
Este altar que é mencionado aqui primeiro é o altar que estava fora do santuário, onde os sacerdotes ofereciam sacrifícios e holocaustos. E este altar representa a cruz. Portanto, o princípio que governa a reedificação e a recuperação de tudo, da parte de Deus, é a cruz. Sem a obra da cruz não se pode recuperar nada.
Para que a igreja do Senhor seja recuperada e restaurada para o modelo de Deus que é o Senhor Jesus Cristo, requer-se a obra da cruz, não só no princípio, mas também durante todo o caminho e até o seu final. Eles levantaram o altar para oferecer holocaustos pela manhã e a tarde; quer dizer, a obra da cruz deve estar governando permanentemente todo o processo de reedificação.
Por que primeiro a cruz? O que significa a cruz? Ela tem dois grandes aspectos. Primeiro, a cruz tem uma dimensão particular, aplicada a cada um de nós em diferentes formas. Mas também a cruz tem uma dimensão corporativa e coletiva.
Agora nos interessa ver esta dimensão coletiva da cruz. "Porque ele é a nossa paz, que de ambos os povos fez um, derrubando a parede de separação que estava no meio, abolindo em sua carne as inimizades, a lei dos mandamentos expressos em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um só e novo homem, fazendo a paz, e mediante a cruz reconciliar com Deus a ambos em um só corpo, matando nela as inimizades" (V. 14-16).
Irmãos amados, o que Deus criou na cruz de Cristo? No aspecto negativo, como nos diz Romanos, o nosso velho homem -particular, individual-, esse pecador que eu era e você foi crucificado junto com ele. Esse é o aspecto individual. Mas logo depois disso há outro aspecto: Não só você e eu fomos crucificados junto com ele, mas também, quando o Senhor morreu sobre a cruz, Deus fez de todos nós, nele, sobre a cruz, "...um só e novo homem".
Assim que a igreja, como corpo de Cristo, foi criada sobre a cruz. Há, então, uma relação indissolúvel entre a cruz e a casa de Deus que é a igreja. A igreja nasceu na cruz. Então, desde o seu nascimento a igreja está unida indissoluvelmente à cruz. E se a igreja vai ser restaurada, temos que retornar para esse ponto.
O que é a cruz? É o fim, o final de nós mesmos. Na cruz acabaram todas as divisões, todas as separações, tudo o que vem do homem natural, do homem cansado, tudo o que vem da carne, dos pensamentos humanos, da natureza humana, até os bons pensamentos, as boas idéias, as boas intenções, o melhor e o pior de nós. Tudo isso junto morreu na cruz.
Às vezes nós associamos a cruz com o mal. Mas não pensamos o mesmo sobre a nossa natureza humana. Ainda acariciamos a idéia de que há alguma coisa boa nela; temos alguns bons pensamentos, algumas boas idéias. Tudo isto trouxe ruína e derrota para a igreja. Não é apenas o pecado que trouxe dano à igreja, mas as boas idéias, os bons pensamentos também trouxeram ruína e destruição. Isto é tanto ou mais perigoso que o próprio pecado na casa de Deus.
Será que nós temos direito de criar algo na casa de Deus segundo as nossas idéias? Se você for engenheiro e sabe como funciona uma empresa, pode trazer isso e criar uma igreja que funcione como uma empresa?
Você pode ser o melhor dos gerentes dirigindo uma empresa, mas esse conhecimento não tem utilidade na casa de Deus. O problema é que muitas vezes pensamos que as nossas idéias, os nossos conceitos, têm valor aqui. Por isso, a obra de restauração tem que começar com o fim de tudo o que é do homem. Se não viermos para o Senhor e aceitarmos a obra da cruz radicalmente em nosso ser, não estamos em condições de restaurar a casa de Deus. Todo o problema da ruína espiritual em que se encontra uma grande parte da cristandade em nossos dias deve-se precisamente que os irmãos e irmãs não aceitam a obra da cruz. Por isso temos que partir pela cruz.
A Cruz significa plena consagração
"...e ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor, holocaustos pela manhã e pela tarde" (Esdras 3:3). No altar se ofereciam vários tipos de sacrifícios: de expiação, pelo pecado, etc.; mas aqui particularmente se mencionam os holocaustos e as oferendas. Em Romanos 12:1, Paulo começa a nos falar da edificação da igreja: "Assim, irmãos, rogo-vos pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo, e agradável a Deus, que é vosso culto racional".
Quando Paulo fala isto, está pensando precisamente no sacrifício do holocausto. Todos os sacrifícios pelo pecado tipificavam o sacrifício do Senhor Jesus Cristo sobre a cruz. Por isso não é necessário voltar a apresentar sacrifícios pelos pecados, porque o Senhor já apresentou de uma vez e para sempre um só sacrifício pelos pecados. Mas aqui há um sacrifício que se pode seguir oferecendo: este sacrifício vivo que é o holocausto do qual se fala no Antigo Testamento.
O que era o holocausto? Ocorria quando uma pessoa, sem relação com o pecado, queria oferecer-se a si mesmo a Deus. Como no Antigo Testamento não havia forma de fazer isso de maneira puramente espiritual, então se trazia um animal, que representava o ofertante. Esse animal era entregue aos sacerdotes, e eles o punham sobre o altar para ser queimado por completo. Eles não podiam tomar nada desse sacrifício; podiam comer dos outros sacrifícios, mas do holocausto não se podia tomar nada. Era uma oferta exclusiva para o Senhor, e era deixado ali até que era consumido por inteiro.
Quando Paulo fala de sacrifício vivo, está começando no mesmo ponto onde se começa em Esdras: a reedificação da casa. Ele está dizendo que para que a casa de Deus, a igreja seja edificada, é necessário que cada um de nós apresente-se a si mesmo, não como no Antigo Testamento, com um animal para o holocausto, mas sim com o seu próprio corpo como holocausto ao Senhor, para ser consumido no altar de Deus.
Se nós não nos apresentarmos como holocausto para que Deus consuma por completo a nossa vida, não podemos edificar a casa de Deus. Deus não tem servos de meio tempo, nem de três quartos de tempo. Se não for de tempo completo, não pode servir ao Senhor.
Nós temos um mau costume. Isto é parte do que precisa ser restaurado. Dizemos: 'Irmão, você serve ao Senhor em tempo integral?'. Estamos perguntando se alguém se dedica totalmente ao Senhor, ou se tem um trabalho secular onde obtém alguma renda. Mas na Escritura não existe o conceito de tempo integral ou tempo parcial; não existe o conceito de que alguns irmãos se dedicam em tempo integral e outros se dedicam parcialmente ao Senhor, e a maioria do seu tempo restante o dedica a outras coisas.
Não, irmãos, aqui diz: "...irmãos, rogo-vos...". Não diz: 'rogo-vos, apóstolos; rogo-vos, anciões'. O que diz? 'Rogo-vos, irmãos'. Para nós se diz isto. A Escritura diz: "Assim, irmãos, rogo-vos pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo...". Um holocausto contínuo diante de Deus. Até quando? Até que seja completamente consumido. Isso é o que Paulo tem em mente.
Agora, para o Senhor, você não traz um animal. O que você pode oferecer ao Senhor que ele aceite como holocausto? O que é o que Deus quer que você traga, segundo o apóstolo Paulo? O seu corpo. Porque o que se faz e o que não se faz nesta terra, faz ou não se faz com o corpo. Isto é básico para que a igreja seja edificada: Você tem que estar presente, não só 'no espírito', mas também no corpo.
"...que apresenteis os vossos corpos...", ou seja, você tem que estar. Sabe, o importante, é que simplesmente esteja. Estamos falando de coisas bem simples e básicas. Vocês crêem que vamos chegar à meta, se nem sequer estamos no ponto de partida? O ponto de partida é apresentar-se ao Senhor. Tem que estar. Quantos irmãos não estão hoje em dia?
O Senhor está se movendo em uma direção nestes dias, mas há irmãos que nem sequer se dão conta do que Deus está fazendo, porque nunca estão. Na obra de Deus, as coisas de segunda mão não servem. Contaram e você não estava, você perdeu. Ah, irmãos, quantas coisas passaram, e nós não estivemos ali, simplesmente porque não apresentamos os nossos corpos ao Senhor. O que quer que a igreja faça, somente se você estiver já é algo para o Senhor. Você não é pouca coisa. Todos somos úteis ao Senhor.
Os que pensam no Senhor
"...que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo, e agradável ao Senhor...". Quando você está, isso agrada ao Senhor. O Senhor toma em conta. Mas se você não estiver como crê que o Senhor vai tomá-lo em conta? Em Malaquias 3:16 diz: "Então os que temiam ao Senhor falaram cada um com o seu companheiro; e o Senhor escutou e ouviu, e foi escrito um livro de memória diante dele para os que temem ao Senhor, e para os que pensam no seu nome".
Ah, amado irmão, o Senhor toma nota do que você pensa e do que você diz. O Senhor toma nota quando você diz: 'Não vou, é tão entediante, vou perder o tempo'. Mas quando você diz: 'Venham e subamos à casa do Senhor...', quando você diz: 'Irmão, vamos ter comunhão com os irmãos', o Senhor escreve isto em um livro de memórias para os que pensam no seu nome, os que se lembram dele pela manhã e a noite. O Senhor toma nota deles e os usa. Às vezes vemos irmãos cheios de talentos. E alguém diz: 'Esse irmão seria tão útil para o Senhor'. Mas não acontece nada. E a outro irmão que parece que não tem nenhum talento o Senhor o usa. Qual é a diferença? Que uns pensam no Senhor e outros nunca pensam nele. E o que diz o Senhor daqueles? "E serão para mim especial tesouro...".
Quando o rei Ciro deu o decreto e saiu a ordem, começou a correr a voz: 'Podemos retornar a Jerusalém'. Mas só cinqüenta mil retornaram. Esses são os que estão escritos no livro de Deus. Dos outros não há registro, nem memória deles. Até os salmos que poucos cantaram chorando por Sião, ficaram escritos. "...ali nos sentávamos e até chorávamos nos lembrando de Sião". E Deus tomou nota. "E serão para mim especial tesouro ... no dia em que eu atue".
O Senhor vai atuar, e esse dia, eles serão o seu especial tesouro. "...e os perdoarei, como o homem que perdoa a seu filho que o serve. Então os farei voltar, e discernirão a diferença entre o justo e o mau, entre o que serve a Deus e o que não lhe serve". Quem serve a Deus? Aquele que pensa primeiro em Deus, e o que ama ao seu companheiro. 'Venha irmão, já deram a ordem, podemos voltar! Retornemos, vamos reedificar o templo, voltemos para Jerusalém!'. Por acaso a casa de Deus está na Babilônia? Não, em Jerusalém!
Havia tanto que perder para edificar a casa e tão pouco que ganhar! A restauração será "...em tempos angustiosos...". Quem gosta da angústia? Nenhum de nós. Mas, se o preço for essa angústia, o que você vai fazer? A Escritura diz que os homens de Neemias, quando edificavam os muros, com uma mão tinham a espada e com a outra edificavam, e não tiraram as suas roupas de noite nem de dia, todo o tempo, até que o muro foi edificado.
Então, a reedificação da casa, primeiro pede de nós o holocausto contínuo. Se você quer ser parte do ministério de todos os santos, se quer servir ao Senhor, primeiro se apresente a ele. E não apresente uma parte, apresente tudo. Porque ele não aceita partes; ou é tudo, ou é nada.
Recorde sempre, a cruz é o princípio que governa a restauração e a reedificação da casa de Deus. Sem cruz, sem holocausto, sem sacrifício, não há restauração.
(Versão editada de uma mensagem ministrada em Callejones, janeiro de 2007).